Os artesãos das Serras Catarinense e Gaúcha transbordam criatividade na utilização dos recursos naturais ao seu dispor, e com eles confeccionam inúmeras peças que traduzem de maneira significativa toda a herança e realidade dos precursores dessa região, produzindo peças que enchem nossos olhos. São várias lojas especializadas que podemos visitar e onde podemos comprar e, assim, conhecer mais um pouco da região.
Vime
Originário das plantas denominadas Salix, conta com cerca de 400 espécies típicas, adaptadas a climas temperados e frios. Uma das mais conhecidas é o salgueiro-chorão. A partir de seus ramos é que se prepara o vime que, há séculos, é utilizado na confecção artística de peças de cestaria e em móveis. A cidade de Rio Rufino é um grande polo de produtos feitos de vime.
Lã
Quando pensamos nos moradores das serras, pensamos em seus trajes típicos e o poncho é um de seus itens marcantes. Feitos de lã natural e tingidos artesanalmente, são eles que os serranos vestem durante o intenso inverno. A pele de carneiro por baixo e o poncho por cima formam uma barreira perfeita contra o vento frio e cortante nos dias de temperatura mais baixa. Na região, podemos encontrá-los ainda confeccionados à moda antiga, agregando valores culturais inestimáveis a essa peça de vestuário. E o resultado de toda essa tradição no preparo da lã, desde a tosquia até o novelo, podemos ver na Kantu Kente Artesanato em Lã cujo trabalho aparece em suas criações de casacos, ponchos, cachecóis, entre outros artigos.
Onde: Rod. ERS-020 – (54) 99915-2771 – Cambará do Sul.
Pele de carneiro
Casacos em pele de carneiro e peças de mobiliário são alguns dos itens que podemos encontrar em lojas de artesanato típicas. No passado, o que os moradores das Serras Catarinense e Gaúcha tinham para se aquecer eram as peles, pois nada mais poderia fornecer calor diante de tamanho frio. Essas peles salvaram muitas vidas humanas numa época em que o aquecedor era apenas o fogão a lenha ou uma fogueira, que não podia ser acesa dentro das casas de madeira. Mais do que um artefato decorativo, a pele é um símbolo de sobrevivência.
Couro
Uma das matérias-primas mais versáteis, o couro veste, transporta e ornamenta e, numa região onde a criação de gado é o grande propulsor da economia, é muito fácil encontrarmos peças artesanais feitas a partir do couro de gado vacum, de bolsas, cintos e tapetes a cadeiras e muito mais.
Casa dos Bonecos
Um lugar encantado e cheio de inspiração é a Casa dos Bonecos que nos leva aos tempos de infância. Não há como não se deliciar com a quantidade de bonecos coloridos e temáticos. Representam o Natal, a Páscoa, os imigrantes, os fazendeiros e seus espantalhos, tudo feito com um capricho admirável, em todos os detalhes.
Onde: Av. Osvaldo Aranha, 2.606 – (54) 3282-3635 – Canela.
Cuias
Da cabaça torneada por mãos experientes surge a cuia para se tomar o chimarrão. A cabaça é o fruto de plantas dos gêneros Lagenaria e Cucurbita, originárias da África e consideradas uma das primeiras plantas cultivadas no mundo. Não se sabe ao certo como chegou às Américas, mas pode ter sido por flutuação no Oceano Atlântico, até a nossa costa. No Rio Grande do Sul, a cuia também é conhecida como porongo. Leve, é muito fácil passar horas com ela na mão, cheia de erva-mate. Como todo gaúcho que se preze tem sua cuia, é fácil encontrá-la à venda nas serras. Há quem as customize e até as transforme em ricas peças ornamentais. Símbolo da Região Sul e dos tropeiros.