Para se chegar ao Sítio Arqueolófico de Moray, verdadeira obra-prima de engenharia agrícola desenvolvida pelos Incas, você precisa atravessar o vilarejo. Neste caminho, passará pela praça central de Moray, onde encontrará a estátua de um típico casal peruano e seu burrinho.
No caminho nos deparamos com um pastor e seus carneiros, praticantes de cicloturismo, de quadriciclos e, claro, peruanos imersos em suas rotinas.
Ao chegar na imensa área destinada aos estudos e testes agrícolas não tem como não admirar o conhecimento adquirido pelos Incas em períodos tão longínquos. É incrível a refinada sabedoria deste povo em relação a astronomia, engenharia e agricultura. Sempre preservando a natureza sagrada, Mãe Terra, “Pachamama”.
Em diferentes níveis de altitude eles recortavam a terra de forma concêntrica e simétrica. Desta forma estabeleciam diferente graus de umidade, temperatura, ventilação e de exposição ao sol. Isso permitia que no mesmo espaço pudessem experimentar inúmeras culturas agrícolas em diversas ambientações.
Moray, patrimônio cultural
Assim, nestes anéis, adaptados às sinuosidades da topografia, cultivavam mais de 200 diferentes produtos agrícolas. Muitas deles plantados até hoje, como a batata, milho (diversos tipos), mandioca, tomate, algodão, pimenta, feijão, quinoa (considerado um patrimônio cultural do Peru), abóbora, amendoim, entre centenas de outros.
As técnicas de plantio da coca, assim como as ervas medicinais e aromáticas também eram dominadas pelos Incas. Cabe salientar que toda a produção agrícola era acompanhada pelo império por meio de seus colaboradores.
Hoje, esse importante sítio arqueológico vem sofrendo com a erosão em função de mudanças climáticas, intensidades irregulares de chuvas e a dificuldade das autoridades em manter e preservar adequadamente o espaço. Esforços tem sido realizados para que se mantenha preservado esse patrimônio arquitetônico cultural da humanidade.