Um dos lugares mais inóspitos do mundo, o deserto do Atacama encanta por suas cores e paisagens de tirar o folego. Quando se trata de deserto, logo vem à mente dunas gigantescas e a cor da areia como cenário.
Porém, o deserto do Atacama, o mais alto de todos, abriga diversos micro ecossistemas que se diferenciam a cada altitude. São quase mil quilômetros de extensão em uma área de 128 mil km² e com grande amplitude térmica (40°C de dia e 0°C à noite). Algumas cidades estão localizadas aqui, são elas: San Pedro de Atacama, Toconao, Arica, Socaire, Copiapó, San Francisco de Chiu Chiu e Vallenar.
San Pedro de Atacama
A 2.400 metros de altitude, San Pedro de Atacama é o ponto de encontro dos turistas que querem se aventurar no deserto do Atacama. Foi fundada quando da colonização espanhola e seu marco inicial é a igreja (século XVI) que deu o nome à cidade. Possui cerca de três mil habitantes.
As várias expedições arqueológicas na região resultaram na construção do Museu Arqueológico Padre Le Paige, que reúne vestígios da cultura atacamenha e aymara, como múmias e cerâmicas; e o Museu do Meteorito com arquitetura inusitada que abriga uma gama enorme de minérios.
Destaque para a fortaleza Pukara de Quitor, datada do século XII, classificada como Patrimônio Nacional do Chile. Pukara significa fortaleza e Quitor é o monte em que foi construída para a defesa do povo atacamenho.
San Pedro também é a porta de entrada para o Valle de la Luna e de la Muerte. Vale a caminhada, um bela subida, para ver o por-do-sol e admirar a paisagem sob a luz da lua.
O que visitar
Além dos pontos turísticos já citados em San Pedro de Atacama, é imprescindível conhecer o museu de San Miguel de Azapa, as vivendas Circulares de Tulor (datadas de 800 a.C), a cultura Inca, em Catarpe, e a fortaleza de Lasana, todos situados nos arredores de Arica.
Outro ponto de destaque é El Tátio, região dos gêiseres. Todos os dias, turistas se deslocam de madrugada, devidamente agasalhados, para ver o sol nascer em El Tátio e observar a erupção lançando água fervente e borbulhante. Depois é possível aproveitar as piscinas quentes para relaxar num cenário incrível.
A natureza caprichou quando moldou o deserto do Atacama formando cenários diversificados como os vulcões. São eles: Licancabur – 5.920 metros; Lascar – 5.592 metros; Cerro Toco – 5.604 metros; Miñiques – 5.910 metros; Ojos del Salado – 6.893 metros; Juriques – 5.704 metros; Putana – 5.890 metros; Cerro Colorado – 5.748 metros; Aguas Calientes – 5.924 metros; Chiliques – 5.778 metros; e Linzor – 5.680 metros.
Observatório Alma
O Observatório Alma (Atacama Large Milimeter Array) está a 5.000 metros de altitude e é composto por um conjunto de 66 antenas situadas na Zona de Chajnantor. Foi o primeiro a detalhar os componentes químicos de cometas.
Salar do Atacama
Além dos vulcões, as salinas se destacam na paisagem. Denominadas de Salar do Atacama, está a 55 km de San Pedro e possui 3.000km² a 2.300 metros de altitude. Aqui, flamingos, patos e gansos salpicam de cores variadas o fundo azul e branco da paisagem.
Fauna e flora
Apesar de inóspito, o deserto do Atacama abriga muitas espécies de plantas e animais. A flora da região é dominada pelos arbustos e árvores de pequeno porte. Destaque para a pimienta, o algarrobo, o chanhar, a anhanhuca e os cactos. A tuna (fruta dos cactos) é muito consumida pelos locais e visitantes, como também a folha de coca e a chachacoma que amenizam os efeitos das altas altitudes. Já a fauna local é repleta de animais lindíssimos e curiosos como: a vizcacha (da família das chinchilas); o condor; o zorro culpeo (raposa do Chile); o guanaco; e a águila mora (águia chilena).
Não há como negar que o deserto do Atacama é um dos destinos mais empolgantes que podemos conhecer. Se a viagem for bem planejada e os passeios reservados com antecedência, será uma experiência inesquecível repleta de fenômenos naturais que deixarão nossos olhos repletos de emoção. Apesar das diferenças de temperatura e da rusticidade locais, se tivermos a oportunidade, temos que conhecer essa riqueza incrustada na Cordilheira dos Andes e entender o desenvolvimento da complexa cultura atacamenha que sobreviveu apesar de estar em um lugar que, para muitos, seria impossível viver.
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Veja a galeria de fotos de Ricardo Martins que retrata a maravilhosa natureza do local.