Macapá, a capital do meio do mundo

Curiaú. Todas as fotos deste post são de Márcia do Carmo / MTur

Antes de se tornar Macapá…

Em 1544, o Infante espanhol Carlos de Bourbon, concedeu este território à Francisco de Orellana, explorador e conquistador espanhol de grande importância na colonização hispânica na América. A terra, neste período, recebeu o nome de Adelantado de Nueva Andaluzia.

A necessidade do Brasil em defender o seu território e suas fronteiras fez com que, em 1738, fosse criado um destacamento militar para guardar a região. Vinte anos depois, foi levantado o Pelourinho e fundada a Vila de São José de Macapá.

A partir de então, começaram a ser construídas diversas edificações, entre elas a da preservada Fortaleza de São José de Macapá, patrimônio cultural brasileiro.

A França, seus corsários e a Républica do Brasil

Outro período de grande agitação na região foi no ínicio do século XVIII, quando a região sofria com ataques de corsários franceses que chegaram a estabelecer, em 1836, um posto militar na margem do lago Amapá. Durante anos os limites de fronteira e conflitos entres os povos causavam desconfortos às duas cortes, brasileira e francesa. Somente em 1862, um acordo foi firmado para que crimes na região fossem julgados por uma competência comum.
A Proclamação da República no Brasil em 1889 reacendeu os conflitos com mortes na região e levaram os dois países a um tratado de arbitragem, em 1897, perante um tribunal arbitral, o conselho federal suiço.
Três anos mais tarde, a causa foi ganha pelo Brasil que incorporou ao seu território 260.000 quilômetros quadrados de área.

O Estado do Amapá

Em 1943, o então presidente Getúlio Vargas, por motivos estratégicos e em plena Segunda Guerra Mundial, cria o Território Federal do Amapá em uma região desmembrada do Estado do Pará. A região já era cobiçada por suas jazidas de manganês descobertas na área de Serra do Navio. Com o advento da Constituição de 1988, o território foi transfomando em estado.

Arquitetura da Capital

O Prédio do Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva, antiga Intendência de Macapá, foi inaugurado em 1895. A arquitetura é em estilo neoclássico, ornado com esculturas e figuras antropomorfas (atribuição de características humanas a animais, deuses e elementos da natureza).

A relíquia sacra mais importante do estado é uma imagem do padroeiro de São José, esculpida em madeira e guardada na igreja de São José de Macapá, que teve sua construção iniciada em 1752, seis anos antes da denominação da Vila, e inaugurada nove anos depois.

Construções das décadas de 1940, 50 e 60, como o Mercado Central, o Hospital de Especialidades e a Maternidade Mãe Luzia merecem ser visitados.

Trapiche Eliezer Levy

O trapiche foi durante muitos anos foi o ponto de chegada e saída da cidade, subistituindo a Pedra do Guindaste, onde hoje se encontra uma imagem de São José. Seu nome é uma homenagem ao prefeito da época Eliezer Levy que iniciou a obra com recursos aprovados pelo Interventor do Pará.
Com mais de 450 metros de comprimento, se tornou um importante atrativo turístico da cidade.

O que fazer e visitar em Macapá

Turismo de base comunitária – Bairro quilombola do Rio Curiaú

O turista tem a oportunidade de conhecer o cotidiano desta tradicional comunidade quilombola da região, seu modo de alimentar, produzir e viver. Assim como pesca, extrações da madeira, açai, látex da seringueira e a criação de búfalos.
Pode-se chegar à região pelo rio ou pela estrada. A paisagem se modifica ao longo das estações, pelos períodos de chuvas e pelas marés.

Passeios de barco pelo Rio Amazonas

Observação dos pássaros, dos botos, do rio… Um passeio de barco em meio a natureza faz com que nos observemos em primeiro lugar. A paz de espírito que nos envolve e a energia positiva que o ambiente nos proporciona. O êxtase de estar observando cenários de beleza singular, a fauna, a flora. Impossível não se sentir diferente ao final de um passeio que nos faz lembrar da grandiosidade do universo.

Caminhada pela Trilha das Samaúmas na Ilha de Santana

A maior árvore amazônica, a Samaúma, é encontrada em abundância neste trilha que fica na Ilha de Santana e recebe o nome da árvore. Um passeio por dentro da mata, com o respeito que ela merece, observado por árvores de mais de 400 anos de idade, com direito a banho no rio e a presença de belos pássaros. Um almoço preparado pela população local, mestiços de índios da nação Tucuju e portugueses, com os sabores da culinária local, influenciada pelos povos paraenses.

Fortaleza de São José de Macapá

Sua construção, na foz do Rio Amazonas, de 1764 a 1782, teve a mão de obra escrava, de índios e africanos. O monumento histórico é tombado pelo Insituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na visita pode-se observar a estrutura de baluartes, canhões, antigos armazéns, capela, casa de oficiais e do comandante, casamatas, paiol e hospital. Além dos elementos externos como revelim, redente, fosso seco e baterias baixas.

Monumento Marco Zero do Equador, o ovo e o Estádio Zerão

O ovo? Sim, você ao visitar o Marco Zero que divide a linha do Equador não vai deixar de comprovar a experiência de se colocar um ovo em pé na linha que divide os hemisférios e observar que, mesmo sem uma explicação física plausível, ele fica em pé!
Em frente ao Monumento, encontra-se o estádio de futebol, o Zerão, que sabiamente foi construído de forma que a linha que divide o gramado coincida com a linha do Equador. Uma genialidade.

Bioparque da Amazônia

Educação ambiental, esporte e aventura responsável. O parque oferece uma quantidade enorme de atrativos, desde os naturais como observação da fauna e flora, como a prática de rapel, canoagem e caminhadas guiadas na mata.

Museu Sacaca e Museu Histórico Joaquim Caestano da Silva

Cada Museu cumpre uma diferente função. O Museu Histórico guarda as riquezas materiais e imateriais do passado. Seu nome é em homenagem a um importante diplomata e historiador brasileiro. Livros, artefatos históricos e registros arqueológicos, preservam e contam a história dos povos amapaenses.

Já o Museu Sacaca tem um olhar para o futuro e incentiva o pensar e produzir dos jovens por meio de apoio a produções acadêmicas. O projeto Museu Vivo, por exemplo, aproxima os visitantes às comunidades locais, promovendo um interessante intercâmbio cultural. São realizadas palestras, debates e exposições abertas ao público e aos estudantes da cidade.

Casa do Artesão

Este é o maior centro de artesanato do estado e reúne as peças de artesãos locais que utilizam em sua arte a argila, fibra vegetal e sementes.

O melhor período é questão de gosto, porque bom, é o ano inteiro.

O calor é marca registrada de Macapá e acompanha seus habitantes durante todo o ano. O período de inverno, que aqui vai de dezembro a agosto, é o que mais chove. A pororoca, fenômeno natural do encontro das águas do rio com as águas oceânicas, com grandes formações de ondas, ocorre entre janeiro a maio, durante as luas novas e cheias.

O Ciclo do Marabaixo, ocorre entre abril e maio, é o período mais intenso de manifestações culturais, programações de danças, música, comidas típicas acompanhadas da gengibirra, bebida a base de cachaça, gengibre e abacaxi.

Junho e Julho, ocorre o Arraiá do Meio do Mundo, com as tradicionais festas juninas e julinas amapaenses.

Culinária

A culinária da região norte do país é marcada pela troca de saberes entre as tribos indígenas locais, a africana, a europeia e a dos emigrantes da região nordeste do Brasil. O peixe e os frutos do mar formam a base da maioria dos pratos tradicionais, mas as carnes trazidas pelos portugueses como as galinhas e o suínos também são apreciados por aqui. O azeite de dendê (árvore de origem africana) é herança da cultura africana.
Vale a pena provar Pato no Tucupi, Maniçoba (feijoada sem feijão), Tacacá (tucupi e camarão), Bobó de Camarão, Costela de Tambaqui e muitas outras maravilhas da cozinha do norte.

Curiosidades sobre Macapá:

  • É a única capital de estado brasileira que não possui interligação por rodovias com outras capitais.
  • Única capital brasileira cortada pela linha do Equador.
  • Francisco de Orellana, conquistador espanhol que esteve nesta região participou da “conquista” do Ímperio Inca e da descoberta do Rio Amazonas.

Todas as fotos deste post são de Márcia do Carmo / MTur