O antirracismo e a articulação feminista nas populações indígenas norteiam os debates promovidos pelo Museu das Culturas Indígenas (MCI) na programação do Agosto Indígena. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
Para discutir como o racismo estrutural afeta os povos originários, o Museu das Culturas Indígenas receberá Amanda Pankararu, coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Doméstica – Casa Beth Lobo, em Diadema, mestranda no programa Diversitas da USP e integrante da coordenação do Programa Pindorama/PUC-SP. Práticas discriminatórias institucionalizadas mantêm o processo de desigualdade e subjugam populações indígenas, suas histórias e culturas, ignorando sua existência na sociedade. A falta de políticas públicas destinadas a populações indígenas será problematizada no encontro com Amanda Pankaruru.
Roda de conversa acontecerá na sede do Museu.
Foto: Maurício Burim/MCI
Em 06 de agosto, às 15h, a Roda de conversa: antirracismo e a situação feminina, comandada pela ativista indígena, apresentará como o racismo estrutural afeta, interfere e permeia as populações indígenas. Amanda também comentará o papel das políticas públicas e afirmativas nas instituições para combate ao racismo.
Feminismo comunitário
Lideranças, ativistas e artistas indígenas ganham cada vez mais protagonismo nas lutas dos povos originários. Um mapeamento realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA), em fevereiro de 2020, indicou a existência de 85 organizações de mulheres indígenas e sete organizações indígenas que possuem departamentos de mulheres, totalizando 92 organizações, presentes em 21 estados do país. Os dados indicam a articulação feminista nas lutas por território, no combate a todo tipo de violência e na preservação de suas culturas e direitos.
No Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08), ocasião para reconhecer e mostrar a autodeterminação dos povos, o Museu das Culturas Indígenas transmitirá, em seu canal de YouTube, a Live Abya Yala: Resistência, (re)existência e feminismo comunitário, às 16h.
“O feminismo comunitário é a luta de qualquer mulher, em qualquer parte do mundo, em qualquer tempo da história, que luta e se rebela contra um patriarcado que a oprime ou pretende oprimir”, definiu Julieta Paredes (palestrante no encontro) em entrevista ao site da Agência Pública, em 2020.
Tamikuã e Jaci em encontro realizado em fevereiro deste ano.
Foto: Maurício Burim/MCI
Participam do encontro ao vivo Julieta Paredes, importante expoente do feminismo comunitário, poeta, escritora, grafiteira e militante decolonial do povo aymara; e Tamikuã Txihi, mulher indigena Pataxó, liderança, artista visual, escultora, bacharel em Serviço Social. Julieta e Tamikuã participam do Feminismo Comunitário de Abya Yala, movimento que reúne mulheres indígenas de diferentes etnias e países latino-americanos. O bate-papo conta com mediação de Jaci Martins, líder indígena da Terra Jaraguá (SP).
SERVIÇO
Roda de conversa: antirracismo e a situação feminina
Data: 06 de agosto
Horário: às 15h
Live Abya Yala: resistência, (re)existência e feminismo comunitário
Data: 09 de agosto
Horário: às 16h
No YouTube @museudasculturasindigenas
Sobre o MCI – Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
Museu das Culturas Indígenas
Endereço: R. Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca, São Paulo/SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Telefone: (11) 3873-1541
E-mail: [email protected]
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br