Em setembro, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) promoverá uma programação gratuita e diversificada sobre direitos, territórios e educação. A agenda prevê exibições de documentários, debates e exposições que narram a diversidade e a luta dos povos indígenas. O MCI éumainstituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim. Confira:
Dia Internacional da Mulher Indígena
Para exaltar a articulação das mulheres indígenas nas lutas por democracia e direitos, o MCI convidará Ivanildes Kerexu liderança Guarani Mbya da aldeia Rio Branco) e Jandira Para Mirim, cacique do grupo Guarani Mbya, aldeia do Jaraguá, em São Paulo. Ambas vão dividir experiências com os visitantes e contar histórias de personalidades que combatem a invisibilidade das mulheres, como Kerexu Mirim (Aurora), liderança político-religiosa e conselheira Guarani Mbya da aldeia Boa Esperança, em Aracruz (ES). A atividade celebra o Dia Internacional da Mulher Indígena, em 05/09 às 16h.
Na sequência será exibido o curta-metragem Guaranis do Espírito Santo (1979), documentário de Andrea Tonacci sobre a manutenção do modo de vida dos Guarani Mbya, na aldeia Nova Guarani (ES), durante conflitos pela preservação dos territórios indígenas em 1970.
Educação em pauta
Docentes dos ensinos fundamental e médio poderão participar das atividades e oficinas do ciclo formativo em temáticas indígenas, em 07/09, às 10h e às 15h. Conduzidas pelos Mestres de Saberes, indígenas do programa educativo do MCI, as atividades apresentarão o uso de alguns termos e referências comuns aos indígenas.
Educadores da Fundação Bienal e do MCI promoverão um encontro sobre a infância em diferentes comunidades indígenas em 24/09, às 15h. Intitulado ‘Nhe’e para os Guarani (Nhandewa e Mbya)’, o encontro terá a participação de Sandra Benites, do povo Guarani Nhandewa. Ela é professora, pesquisadora e curadora.
Para marcar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o MCI convida o público para o bate-papo virtual Meu lugar de fala: LIS, territórios, identidades e inclusão, em 21/09, às 16h. Os convidados debaterão estudos linguísticos das Línguas de Sinais Indígenas (LIS), suas diversidades e a inclusão na educação de pessoas indígenas surdas.
Participam da conversa Bruno Henrique da Silva, da etnia Pankararu e coordenador do grupo de trabalho de Línguas Indígenas de Sinais LIS-NEAI-DILI, além dos integrantes David Kaique Rodrigues dos Santos, Pataxó; Albert Ferreira Varela, Tapayuná-Kajkwakratxi; e Alessandro dos Santos Inhape, Omágua/Kambeba.
Manto Tupinambá
O Conselho Indígena Aty Mirim recebe um dos mantos tupinambás, confeccionado por Glicéria Tupinambá, inspirado na indumentária que será devolvida pelo Museu Nacional da Dinamarca para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. O manto é uma indumentária confeccionada com penas por meio de uma técnica ancestral do povo Tupinambá. A exibição no MCI ocorrerá entre 12/09 e 17/09.
Aves da Mata Atlântica
Mestres de Saberes conduzem atividade no Parque da Água Branca.
Foto: MCI
Em parceria com o Centro de Estudos Ornitológicos, o Museu das Culturas Indígenas promoverá uma visita guiada ao Parque da Água Branca (SP) para observação de pássaros nativos da Mata Atlântica.
A atividade no Parque da Água Branca ocorrerá das 07h às 10h e exigirá inscrição prévia pelo site do MCI. Na sequência, os participantes conversarão sobre as aves avistadas e comentarão sobre aspectos do bioma, tema das exposições em cartaz no MCI, das 10h às 12h. A atividade acontecerá em 16/09.
Direitos e o papel do estado
Já a relação entre direito dos povos indígenas, estado e poder será discutida por André Bezerra, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), em 12/09 às 10h. Durante a aula aberta, André abordará o papel do estado na garantia dos direitos dos povos indígenas.
17ª Primavera de Museus
Encontros debatem democracia e preservação cultural.
Foto: MCI
Com o tema Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas, o MCI realiza três encontros na 17ª Primavera dos Museus. A programação especial tem início com a atividade O papel da arte indígena na memória de luta, em 23/09, às 11h, com os convidados Juão Nÿn (Potyguara), Kaê Guajajara e Yakecan Potyguara.
Neste diálogo, os participantes vão mostrar como a supressão dos direitos fundamentais e o enfrentamento ao colonialismo são lutas dos povos originários pela democracia. As manifestações artísticas são fundamentais na manutenção das culturas e transmissão de saberes.
Juão, Kaê e Yakecan vão dividir com o público questões que afetam suas comunidades e como lidam, por meio de uma abordagem inclusiva, com as memórias e as perspectivas de transformação social.
No período da tarde, a programação vai exibir o documentário GRIN – Guarda Rural Indígena (2016), às 15h. Importante registro sobre a formação da Guarda Rural Indígena durante a ditadura militar, o curta-metragem de Roney Freitas apresenta relatos das violências sofridas pelos indígenas.
Para fechar a programação desta edição, o direito ao território, presente na Constituição de 1988, será o tema da mesa Direitos territoriais indígenas: democracia, garantia de direitos, preservação de modos de vida, tradições e culturas, em 24/09, às 10h.
Participam e contribuem para o debate Verá Yapua Rodrigo, indígena Guarani Mbya, assessor jurídico da Comissão Guarani Yvyrupa; Catarina Nymbopy’ruá, liderança e educadora do povo indígena Tupi Guarani; e Manoel da Silva Werá, um dos fundadores da aldeia Krukutu, professor de língua Guarani e Português, importante protagonista político do movimento indígena nacional.
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
SERVIÇO
Dia Internacional da Mulher Indígena
05/09, às 16h
Ciclo formativo com educadores
07/09, 10h e 15h
Projeto Manto em Movimento: exposição
de 12 a 17/09, das 09h às 18h
Aula aberta: direito dos povos indígenas, Estado e poder
12/09, às 10h
Aves da Mata Atlântica no Parque Água Branca
16/09/2023, das 07h às 12h
Observando pássaros no contexto da Nhe’ẽ ry e Mymba’i
16/09/2023, das 10h às 12h
Meu lugar de fala: LIS, territórios, identidades e inclusão
21/09/2023, às16h
17ª Primavera dos Museus
23 e 24/09
Encontro sobre infância: Nhe’e para os Guarani (Nhandewa e Mbya)
24/09/2023, às 15h
Ingressos e programação completa disponível no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/