
A Exposição Negra Arte Sacra celebra e reverencia os 75 anos de história e resistência do Axé Ilê Obá, uma das mais importantes casas de Candomblé e resistência à intolerância religiosa em São Paulo. Além de celebrar seu legado e homenagear a luta dos ancestrais do primeiro terreiro de Candomblé tombado no estado de São Paulo, a exposição convida o público a refletir sobre a importância da arte sacra afro-brasileira na construção da identidade cultural do país.
Em 1990, após um trabalho incansável de Mãe Sylvia de Oxalá, o Axé Ilê Obá foi reconhecido como patrimônio histórico pelo CONDEPHAAT, um feito que marcou a preservação da memória das casas de Candomblé e da cultura afro-brasileira na capital paulista. Hoje, trinta e cinco anos depois, a casa de Axé se mantém firme na luta pela resistência cultural e religiosa, fortalecendo seu compromisso social, político e religioso, como pilar de resistência e identidade para a comunidade negra, e para todos que buscam um espaço de reverência aos Orixás.
A exposição Negra Arte Sacra vai acontecer na casa do terreiro de candomblé Axé Ilê Obá, a partir do dia 10 de abril. A escolha do local é uma forma de reafirmar que a arte e a religiosidade se encontram, ressignificando a história de um Brasil marcado por violências e silenciamentos. “Axé Ilê Obá vai além de um terreiro ou um espaço religioso, é um ponto de resistência, um lugar onde a história do povo negro se fortalece e se perpetua. Celebrar esses 75 anos é reafirmar nossa luta por liberdade e respeito”, destaca Mãe Paula de Yansã.
Ao longo de quatro dias, a exposição dará voz e visibilidade a artistas que, por meio de suas obras, dialogam com a arte sacra, e ao mesmo tempo com as lutas de resistência negra. Esses artistas não apenas reinterpretam os símbolos religiosos, mas os carregam de novos significados, reverenciando a cultura afro-brasileira e criando um elo direto com a história das religiões de matriz africana no país.
Além da exposição, todos os dias o terreiro contará com eventos abertos ao público, confira a programação:
Dia 10 de abril – Vernissage (abertura da exposição a partir das 19h), mensagens de agradecimento e abertura oficial pela Yalorixá Mãe Paula de Yansã.
- Apresentação de vídeo-performance de Rosana Paulino
Dia 11 de abril – Portas abertas do terreiro, das 10h às 21h.
- 19h – Mesa de debate com os acadêmicos:Joaquin Terrones – MIT, Patrícia Santos Teixeira – UNIFESP e Renata Melo Barbosa – UNB.
Dia 12 de abril – Portas abertas do terreiro, das 10h às 21h.
- 19h – Mesa de debate com artistas: Damaze Lima– Artista plástica, Marcelo d’Salete – Quadrinista e professor, Monica Ventura – artista plástica e Sheila Ayo – artista plástica
Dia 13 de abril – Portas abertas do terreiro.
- 15h – Concentração para o cortejo de maracatu com o grupo Caracaxá.
Para mais informações sobre a programação e artistas que vão participar com suas obras: https://www.instagram.com/p/DG6HB0vRY6S/