Os Bandeirantes
Assim como vários povoados começaram a surgir com a passagem dos bandeirantes, Bragança Paulista tem seu território divulgado por eles. Belas paisagens, clima ameno, condição de solo rica e, principalmente, passagem para o interior. Com o conhecimento das novas terras desbravadas, abriu-se um leque imensurável de produção e comércio para as vendas dos que por ali passavam em busca dos ouros de Minas Gerais. As fazendas se formavam e a produção era boa e farta, mesmo com os métodos rudimentares da época. E assim se faz nascer uma cidade.
No século XVIII, a Região Bragantina formada pelos municípios de Águas de Lindóia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Joanópolis, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Serra Negra, Socorro, Vargem e Tuiuti; com solo apropriado ao cultivo do café, começa a se destacar no cenário brasileiro e, consequentemente, os que eram apenas fazendeiros que viviam quase para a subsistência, transformaram-se em ricos cafeicultores, edificando fazendas com luxuosas sedes, muitos escravos, casas na Vila e toda a comodidade e modernidade que a época poderia fornecer.
Mas, antes desse fausto progresso, temos a família Pimentel que, à margem do Ribeirão Canivete, ergueu uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição. Alguns dizem que esse feito seria uma promessa à Virgem que Dona Ignácia da Silva Pimentel fez para curar seu marido, o Sr. Antonio Pires Pimentel, de uma doença grave. A verdade sobre as reais intenções da elevação da capela, nunca conseguiremos saber, mas o fato é que em torno dela começou a se formar um pequeno povoamento que, em 15 de dezembro de 1763, recebeu o nome de Conceição do Jaguary.
Vila Nova Bragança
Dois anos depois, passou a ser denominado Distrito de Paz e Freguesia de Conceição do Jaguary. Com desenvolvimento rápido, virou Paróquia e, em 1767, foi elevada à condição de Vila, sob o nome de Vila Nova Bragança. Ligada a Atibaia, porém com todos os requisitos para ser uma cidade, em 1856, emancipou-se e virou o município de nome Bragança. Somente 88 anos depois, o “Paulista” foi agregado ao seu nome para diferenciar essa cidade de Bragança, no Pará.
Antonio Pires Pimentel
Por José Roberto Vasconcellos
Nasceu na região do Guatybaia, Freguesia de São João, pertencente ao Bispado de São Paulo, em 1704, e Ignacia da Silva nasceu em 1706, não se sabendo onde. No censo de 1767, consta que Antonio Pires Pimentel, de 61 anos, e sua mulher Igça A. Silvayra (Ignacia da Silva) de 44 anos, residiam no Jaguary Acima e tinham quatro filhos: José (1749), Maria (1752), João (1759) e Francisco (1762). O bairro Jaguary Acima, eram terras do sertão de Jaguary… em dias de hoje região de Amparo, Jacutinga, Ouro Fino, Pouso Alegre, Paraisópolis, Camanducaia, Joanópolis e Vargem.
Antonio Pires Pimentel casado com Ignacia A. Silveyra faleceu em 17 de outubro de 1774, com a idade de 70 anos, pouco ou mais, na Freguesia de Conceição do Jaguary, sendo sepultado no pátio da Igreja Matriz. Não há menção de filhos deixados pelo falecido. (Do Livro de assentamento de Óbitos – Freguesia de Conceição do Jaguary).
Ignacia da Silva, como consta no escritos antigos, é referida no registro de óbito de seu marido, com o nome de Ignacia A. Silveyra. (Esse talvez seja seu nome correto). Quando da demolição da antiga Catedral – 1967 –, por ocasião dos serviços de terraplanagem foram encontradas, entre fragmentos de taquara e terra, restos de ossada humana, atribuídos na época como sendo de “índios”. Noticiaram os jornais locais que a ossada encontrada fora entregue aos cuidados da Prefeitura Municipal para o devido enterramento no Cemitério Municipal. Não houve divulgação de a ossada ter sido necropsiada. Nos livros do Cemitério da Saudade não há qualquer menção de sepultamento daquela ossada. Não seriam os restos mortais de Antonio Pires Pimentel?
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