Hospedaria de Imigrantes de Santos
Aos que chegaram e construíram um país
Nada fácil a tarefa de sair de seu país de origem para embarcar em um sonho cujo fim é desconhecido.
Para trás ficaram suas famílias, suas casas, seus costumes, suas histórias.
O Porto de Santos foi, para muitos de nossos antepassados, o primeiro passo para uma aventura, muitas vezes sem possibilidade de retorno. Mas, graças a essa gente que teve a ousadia de mudar, de tentar, é que nosso país foi construído. Aos poucos, esses traços que dividem as nações estão de apagando e o que fica está apenas em fotos e histórias do passado longínquo de nossos avos e bisavós.
Os espanhóis
Assim como muitos italianos, os espanhóis vieram para as bandas do Brasil entre a década de 1880 e 1950, com aumento expressivo de imigrantes nos anos 1930 por conta da Guerra Civil Espanhola, com o objetivo de melhorar suas condições de vida. Eram oriundos principalmente da Andaluzia e da Galícia, e a maioria tinha como destino as fazendas de café no interior do Estado de São Paulo, mas muitos acabaram se estabelecendo nas cidades, formando uma força motriz que impulsionou o desenvolvimento industrial. Em Santos, a colônia espanhola se unificou e constituiu o Centro Español y Repatriación, já em 1885. Dois fatos relevantes para a comunidade espanhola foram o resgate dos náufragos do navio Príncipe de Astúrias, em Ilhabela (o maior naufrágio da costa brasileira em número de óbitos) e a transformação do Centro em um hospital para atender as vítimas da gripe espanhola. Fundaram também o Jabaquara Atlético Clube.
Os italianos
Com o objetivo de dar maior assistência aos milhares de italianos que aqui desembarcavam, devido ao grande fluxo imigratório ocorrido a partir do fim do século XIX, foi constituída a Società di Beneficenza Italiana, em 22 de agosto de 1897. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, todas as entidades desse gênero foram fechadas e o prédio da Società Italiana, em Santos, foi entregue à guarda do Consulado da Suíça, como representante dos direitos italianos, até o fim do conflito em 8 de maio de1945, após o qual ela se restabeleceu com o nome de Societá Italiana Di Santos, uma agremiação não governamental e sem fins lucrativos.
Com o passar das décadas, ela foi se moldando à realidade do momento e dos novos anseios da comunidade de italianos e oriundi (descendentes) residentes em Santos e região. Diminuíram as imigrações e os que aqui estavam, migraram para outros estados. Hoje sua prestação de serviços está voltada para a parte cultural e o ensino do idioma. Também promovem eventos que proporcionam aos associados e à população em geral um conhecimento mais profundo da Itália, seus costumes, culinária, mercado, turismo e vários outros aspectos. Sua atual presidente, Célia Bertolini, é a primeira mulher a ocupar este cargo nos 117 anos de existência da sociedade.
Onde: Av. Ana Costa, 311.
Os ciganos
Originários da Índia, chegaram ao Brasil em 1574, com João Torres, no Rio de Janeiro, sem dizer que eram ciganos, depois de terem sido expulsos de Portugal e enviados para as colônias. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, um considerável número de famílias ciganas imigrou dos países do Leste Europeu. Estabeleceram-se com o comércio de burros, cavalos, e artesanato de cobre; e se apresentando em circos, vivendo em barracas e praticando o nomadismo.
Hoje, são 800 mil ciganos encontrados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. São organizados em grupos: os Calon e os Rom que estão no Brasil formam subgrupos denominados Kalderash – se dizem “puros” e alguns ainda são nômades; Macwaia ou Matchuai, vindos basicamente da Sérvia, vivem sedentários em grandes cidades; Horahane, de origem turca ou árabe, desenvolvem atividades semelhantes aos Matchuaias; Lovaria, um grupo de poucas pessoas que se dedica ao comércio e à criação de cavalos e é basicamente sedentário; e os Rudari, também em número reduzido, dedicados ao artesanato de ouro e madeira, sedentários.
O Dia Nacional do Cigano, comemorado em 24 de maio, é uma homenagem à sua padroeira, Santa Sara Kali. Para o povo cigano, é muito importante o sentimento de pertencer a um grupo, a um clã ou tribo, e cumprir o código da etnia. Os seus dialetos (romani, sinto, caló, entre outros) são ágrafos, ou seja, não possuem escrita e o nomadismo é reconhecido como uma referência da identidade cigana.
Comunidade Cigana em Santos
Em Santos, a comunidade cigana é grande e luta para sua valorização como um povo trabalhador e digno. As ciganas se apresentam no Morro da Nova Cintra para falar de suas origens e de sua cultura. Lindas e coloridas, dançam e entusiasmam os que assistem. Falam de suas crenças e mostram em seus sorrisos bondade e amor ao receber as pessoas.
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