Tradição no Morro da Nova Cintra
Foi com um enorme sorriso nos lábios que Arlindo Gomes Barros, 72 anos, nos recebeu em sua linda casa no alto do Morro da Nova Cintra.
Lá se encontra o último dos alambiques que outrora foi um dos sustentos econômicos do local. Atualmente, é só perguntar onde fica o alambique do Chico sem Palavra, que logo nos indicam o lugar. Seu Chico, pai de Arlindo, veio para o Brasil saído da Ilha da Madeira em 1919 para trabalhar em um sítio no Morro. Veio pela “Carta de Chamada” que era um documento no qual estava o local onde o imigrante ia trabalhar, com quem e onde ia morar. Com o tempo, Chico comprou as terras do sítio e montou um alambique que ficou famoso pela qualidade, pois a sua cachaça, chamada “Morrão”, vinha de cana plantada nas terras íngremes, o que tornava o líquido mais doce, já que não armazenava tanta água em suas raízes. Já Arlindo mantém todos os maquinários do alambique e fabrica sua “Morrão” para os amigos.
Conta-nos que desde pequeno já ia para a lida, onde os bois eram a força motriz do engenho até 1951. Outra relíquia guardada, prestes a ser restaurada, é o velho Chevrolet de 1928. Foi o primeiro carro a subir o Morro da Nova Cintra, em 1938.
Para saber mais: Cidade de Santos