por Gabriela Ferreira Camargo
Como todos sabem, a principal motivação de viagem para Fernando de Noronha é a paisagem do arquipélago, mesmo aspecto que motivou a criação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
A paisagem do Arquipélago de Fernando de Noronha é constituída basicamente por uma associação de elementos naturais, como rochas vulcânicas de coloração azulada e transparência da água; presença de ricas e diversificadas faunas terrestre e marinha; encostas elevadas, formando íngremes paredões; monumentos geológicos; praias de areia fina e branca e de seixos; espécies vegetais contrastantes, como cactos e espécies arbóreas, coqueiros e várias espécies vegetais e animais que compõem o ambiente e que foram introduzidas.
Um elemento muito importante na composição paisagística, e muitas vezes esquecido, são as edificações. Na ilha principal não há um estilo arquitetônico único e definido, há uma mistura de estilos em decorrência do processo de ocupação.
Existem também outros aspectos da ilha que são tão importantes e únicos como suas belas paisagens, são eles, o patrimônio natural, cultural e histórico.
O patrimônio natural do Arquipélago é constituído pela fauna e flora locais. A seguir, vamos apresentar os espécimes endêmicos (que só existem na ilha) e as espécies introduzidas pelo homem ao longo da história.
Constituindo a flora, temos a Gameleira, o Mulungu, a Burra leiteira e a azedinha.
Dentre os répteis, ocorrem naturalmente, duas espécies e ambas são endêmicas. São elas: a lagartixa Mabuya e a cobra-de-duas-cabeças.
Dentre as aves terrestres três são nativas e duas endêmicas, o Sebito e a Cucuruta. Vale mencionar que ocorrem dez espécies de aves marinhas, sendo que o rabo-de-junco, no Brasil, ocorre somente em Fernando de Noronha.
Com relação à fauna marinha, entre centenas de espécies, ocorre um pequeno molusco endêmico – (Acmaea noronhensis), além disso, a presença do golfinho-rotador e de duas espécies de tartaruga, a tartaruga-verde e a tartaruga-de-pente é registrada na ilha.
A espécie de réptil que não ocorre naturalmente é conhecida como lagarto teju, introduzido propositalmente, com o intuito de controlar as grandes populações de sapos e ratos presentes no arquipélago.
O problema é que estes animais possuem hábitos noturnos e o teju, hábitos diurnos. Então o bonito resolveu que seria uma boa comer os ovos das aves da ilha, prejudicando assim as espécies da ilha e sendo pouco efetivo contra os ratos e sapos.
Outros animais terrestres chegaram a Noronha naturalmente ou foram introduzidos, acidentalmente ou propositalmente, colonizando os mais diversos nichos e contribuindo para uma nova dinâmica ecossistêmica.
Atualmente, a fauna terrestre insular conta com a presença de três espécies de ratos, muito bem adaptados. São eles, o rato-de-telhado ou guabiru e as catitas ou camundongos. Outro pequeno roedor introduzido no arquipélago foi o mocó, espécie típica das regiões rochosas do semiárido nordestino, muito semelhantes aos preás.
Quanto aos anfíbios, duas espécies são facilmente encontradas em Fernando de Noronha, o sapo-boi e a perereca. O motivo e a chegada desses organismos no arquipélago ainda não são claros, mas certamente, estão relacionados ao processo de ocupação humana.
Dentre os mamíferos introduzidos pelo homem, ocorrem ainda espécies domésticas de cabras, carneiros, bovinos, cachorros, cavalos, porcos e gatos. Alguns bois e gatos refugiaram-se na mata e encontram-se em estado asselvajado.
O arquipélago, também é abrigo das memórias, das histórias, das tradições e das narrativas que contribuem para formação da identidade cultural do País. O seu patrimônio cultural e a sua própria história podem ser vivenciados através das ruínas dos fortes erguidos pelos portugueses, quando da colonização do Brasil; pelos canhões com os brasões e monogramas da coroa portuguesa e pelos tanques de guerra remanescentes da Segunda Guerra Mundial, que podem ser vistos perto do porto.
Por motivo de segurança nacional, foram construídas onze fortificações na ilha, sendo que quatro se encontram na área que hoje é parque. Dentre as fortificações pesquisadas estão o reduto São João Batista dos Dois Irmãos (construído em 1758), ruinas de um fortim com peças de artilharia, na baía do Sueste, o Forte São José (erguido entre 1758 e 1761), o forte Bom Jesus do Leão (1778), e no restante do arquipélago, foram erguidas mais sete fortificações – um forte holandês, em 1646; a fortificação de Santo Antônio, as fortificações de Nossa Senhora dos Remédios e Nossa Senhora da Conceição, de 1738, e as de Santana, Santa Cruz do Pico São Pedro do Boldró, cujas datas de construção não são conhecidas. Como patrimônio cultural, existem também a Casa Vizinha ao Memorial Noronhense e casa de Banho de Fernando de Noronha.
Outras construções que também merecem destaque são a ponte sobre o riacho Vidal e algumas estradas feitas de paralelepípedo. Além disso, peças de artilharia, utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial, como tanques, que podem ser encontradas reunidas próximas ao porto.
Existem, também, os patrimônios imateriais do Arquipélago. Dentre os patrimônios imateriais de Fernando de Noronha destacam-se a agricultura praticada no Arquipélago, que é das mais tradicionais e feita de forma aleatória, cujo plantio é realizado entre fevereiro e março, período de início das chuvas. Cabe ressaltar, que a agricultura e a pecuária na ilha são dificultadas pelo plano de manejo do Parque.
É interessante citar uma atração que não é mais oferecida na vila dos Remédios, a lagostada, que era preparada e vendida pelos ilhéus. Este era um evento considerado negativo, uma vez que a captura de lagosta era realizada dentro da área do parque, porém constitui uma tradição perdida na ilha, que poderia ser retomada com a utilização de lagostas provenientes de fora da área do Parque Nacional Marinho.
Existem vários bares com música na ilha, porém, o forró que toca no Mirante do Boldró já é tradicional, sendo uma atração local para os visitantes e ilhéus, podendo ser considerado também como patrimônio imaterial da localidade.
Outro bar que também é muito frequentado pelos ilhéus e turistas é o Bar do Cachorro, onde é realizada a apresentação do Maracatu Nação Noronha, grupo tradicional da ilha que oferece aulas para os moradores permanentes e temporários da localidade.
Vale mencionar, entre as lendas do arquipélago, “A luz do Pico”, “O monstro do Sueste”, “O tesouro encantado” e “O Mistério da Cacimba do Padre”.
Assim o Arquipélago de Fernando de Noronha, além de características naturais únicas, apresenta rico acervo cultural, ímpar, se comparado ao restante do Brasil, que vem contribuir para a compreensão dos mistérios e conflitos, aos quais o homem está associado.
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