Do apóstolo Lucas até os dias de hoje, Maria de Nazaré segue sendo a personagem mais venerada e cultuada por artistas que se dedicaram às artes sacras
Por Bete Castanheira
Há registros que São Lucas tenha sido o primeiro artista a retratar Nossa Senhora.
Como se sabe, são muitas as invocações da Mãe de Jesus: Nossa Senhora de Fátima, da Conceição, de Nazaré, Aparecida, das Graças, de Lourdes, da Penha, etc. A representação da devoção mariana é proporcional a extenso número dos diferentes nomes atribuídos a ela e recebeu a veneração de inúmeros artistas.
Figura essencial no culto cristão, Nossa Senhora foi retratada pelos mais importantes pintores e escultores, principalmente a partir da Idade Média, período de profunda invocação a Maria de Nazaré na literatura e nas artes plásticas; passando pela idade moderna, onde o culto foi intensificado em resposta ao protestantismo; até chegar à idade contemporânea, sendo o auge da devoção mariana expressa nas artes, enfatizando as famosas aparições de Nossa Senhora.
A trajetória temporal que distancia obras como a Pietá, que retrata Jesus morto nos braços de Maria de Nazaré, de autoria de Michelângelo, um dos mais representativos artistas do Renascimento, e A Madona de Eduard Munch, figura fundamental no desenvolvimento do expressionismo, revela a recorrência de um tema caríssimo aos católicos e mais, que a predileção por este está desvinculada de qualquer época histórica.
Sabe-se muito pouco sobre o pintor italiano Bernardino Luini. Há indícios de que tenha trabalhado diretamente com Leonardo da Vinci e, segundo consta, a este teria sido atribuída a autoria de alguns trabalhos de Luini.
A maior parte da obra artística deste pintor milanês está ligada à realização de afrescos, e dada a quantidade desta produção, é natural pensar que tenha sido um artista de estilo bastante popular.
O tema mitológico foi recorrente em sua produção artística, mas a religiosidade esteve presente de forma intensa e bastante mais sentimental que o estilo racional de seus contemporâneos.
Sandro Botticelli nasceu em Florença, foi aprendiz de Fra Fillippo Lippi e freqüentou o estúdio de Verrocchio, juntamente com Leonardo da Vinci. Foi retratista da Família Médici e presença constante no círculo cultural dessa família de mecenas.
Participou na elaboração de parte da Capela Sistina: são de sua autoria os afrescos As Provações de Moisés, O Castigo dos Rebeldes e A Tentação de Cristo.
Na produção artística de Botticelli, além da temática religiosa, encontra-se também a presença do caráter mitológico, imortalizado naquela que é considerada uma das mais célebres pinturas de sua carreira: O nascimento de Vênus.
A Madona foi tema de considerável produção artística na obra de Botticceli, quase sempre numa abordagem bastante sentimental e impregnada de angústia.
Giuliano Bugiardini é um pintor italiano do final do Renascimento, do período conhecido como maneirismo, movimento que, na tentativa de descrever uma distância do preceito renascentista de pintar.
Consta que tenham trabalhado juntos na execução da Capela Sistina, porém há controvérsias sobre esse fato, tendo em vista que uma das condições que o autor dos afrescos impôs ao Vaticano para aceitar a encomenda foi justamente o de trabalhar sozinho na concepção e execução da obra. Pensa-se que a parceria possa ter sido estabelecida na ampliação dos originais do mestre que eram realizados em escalas menores.
Fra Bartolommeo e Mariotto Albertinelli também contribuíram para a formação artística de Bugiardini, que posteriormente pertenceu à Academia de São Lucas.
Filho ilegítimo de um notário florentino, Leonardo da Vinci, ainda adolescente, se tornou aprendiz de Verrocchio, um dos mais influentes artistas de sua época.
foi certamente um dos artistas mais completos de toda a história da arte: desenhista, pintor, escultor, arquiteto, inventor, engenheiro, músico e naturalista.
Estudioso de perspectiva, óptica, proporções e anatomia, Leonardo da Vinci evoca para a pintura o patamar de arte superior a todas as outras manifestações artísticas.
O conhecimento adquirido colabora na busca da perfeição renascentista através da utilização da técnica da perspectiva como paisagem de fundo, ou no desenho de figuras humanas perfeitas, com expressão de sentimento acentuada.
Contemporâneo de Michelangelo, os dois artistas rivalizaram em genialidade e produção artística.
Representante expressivo do Barroco espanhol, o pintor sevilhano Bartolomé Esteban Murillo iniciou sua trajetória artística como aluno do pintor Juan Del Castillo, de quem receberia forte influência.
A mudança para Madri trouxe a oportunidade de travar conhecimento com Velázquez, principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha, e a proximidade com as obras de Ticiano, Rubens e Van Dyck.
De temática sobretudo religiosa, a obra de Bartolomé Esteban Murillo privilegia o gesto terno, a feição delicada e acentua a expressão dos sentimentos por meio do uso do contraste claro-escuro, uma das características do Barroco.
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