Artesanato Caiçara
Pelos dedos de Luís Carlos Gonzaga Cardoso, mais conhecido como Carioca, matérias-primas simples, como latinhas de refrigerante, fios de telefones, garrafas PET, latinha de desodorante, coquinhos, palitinhos de churrasco e de dente são transformados em variadas peças.
Mas o forte mesmo de Carioca são as balsas que realiza baseadas em fotografias; uma reprodução fidedigna em miniatura. Impressionante é a percepção detalhista do artista, basta observar atentamente a peça e conseguirá ler a seguinte frase: “Capacidade para 48 veículos” e a parte em amarelo que, segundo ele, é a casa da máquina da balsa.
Pela riqueza de detalhes, imagina-se que Luís passou horas observando a balsa, mero engano. “Atravessei apenas 2 ou 3 vezes, gravei um pouco na memória e depois fui aperfeiçoando”, confessa. A produção delas é sempre feita em série, geralmente são executadas 10. Inicialmente começou a fazer chaveirinhos e imãs de geladeira, até perceber que ninguém fazia balsas. Foi então que resolveu fazer a primeira e o sucesso foi tanto que não parou mais. “Hoje o pessoal vem de fora para buscar as peças”, afirma.
Balsas, farol, canoas
O sucesso com elas levou-o a aumentar sua produção fazendo também variedades como o farol e a canoa com o pescador, todos encontrados no Espaço do Artesão do qual é cooperado.
Sua história com o artesanato começou cedinho e talvez seja uma herança de seu pai que era marceneiro. Por volta dos seus 13 anos, aprendeu a lidar com as ferramentas. Em seu ateliê, que também é sua casa, Carioca passa 10 horas trabalhando e faz cerca de 15 peças por mês.
Gonzaga é daquelas pessoas que tem um espírito de coletividade movido pelas dificuldades que já passou ao longo de sua vida e tem o sonho de montar uma escola para tirar as pessoas da rua e dividir seu conhecimento. “Afinal ninguém nasce sabendo, alguém tem que ensinar alguma coisa”.
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