Essa típica cidade mineira, localizada na Serra do Garimpo, tem em seu distrito que leva o nome de Cocais uma verdadeira volta no tempo, uma relíquia da Estrada Real no Caminho dos Diamantes.
Barão de Cocais oferece história e cultura a cada passo, como a Mina de Gongo Soco, que presenciou o auge e a decadência da exploração do ouro de aluvião e da mecanização rudimentar da atividade mineradora. As ruínas fazem memória, que se completa com uma autêntica vila inglesa encravada nas montanhas de Minas e conserva ainda o emblemático Cemitério dos Ingleses.
Um dos atrativos mais visitados em Barão de Cocais é o Santuário de São João Batista, igreja do século XVII que contou com a participação intensa do mestre Aleijadinhoem sua construção e ornamentação. Os altares são folheados a ouro e a construção é tombada pelo IPHAN. Os altares laterais, quatro no total, possuem douramento e são originários da fazenda de Morro Grande. A pintura do forro em madeira é atribuída ao Mestre Ataíde e representa o batismo de Jesus por São João Batista, enquanto o projeto de traja do arco-cruzeiro é também de Aleijadinho.
Outras igrejas também encantam, como a Igreja de Sant’Anna, no antigo Arraial de Cocais, que foi construída na segunda metade do século XVIII, período de prosperidade das Minas Gerais, com a imagem de Sant’Anna de um metro e meio, que foi trazida de Portugal. Há ainda a Igreja do Rosário, que era frequentada pelos senhores e nobres, e onde escravos, mestiços e negros alforriados não podiam entrar.
O Sobrado do Cartório é uma construção típica do período colonial mineiro do século XIX, e é o último exemplar remanescente da época do ciclo do ouro em Cocais, conservando quase 200 anos de história do Brasil Império.
As belezas naturais também são atrativo local, como a Serra da Cambota, considerada a meca da escalada em Minas pelos praticantes do esporte, dada a beleza e ousadia de seus paredões, com uma formação geológica de dobramentos constituídos, com rochas de gnaisse e granito, pertencente ao Maciço do Espinhaço – uma das regiões de maior diversidade biológica, geomorfológica e histórica do planeta, segundo a Unesco.
As cachoeiras estão presentes na região, como a Cachoeira do Leão, a Cachoeira da Cambota, que é bordada por várias orquídeas, aCachoeira do Véu e a do Chiado.
Outro destino que deve estar na programação é o Sítio Arqueológico Pedra Pintada, reconhecido pelaUNESCO por sua importância ambiental e cultural, e por integrar o conjunto montanhoso da cadeia do Espinhaço. Ao longo de seus três paredões, os visitantes podem admirar as 122 pinturas que foram feitas com pigmentos minerais em vermelho, amarelo, ocre, negro, branco e alaranjado, pinturas essas com idades estimadas em cerca de 7.000 anos.
Texto por: Patricia de Campos
Foto destaque por: Acervo Setur-MG / Sérgio Mourão / Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais / Portal Minas / reprodução via https://www.minasgerais.com.br/pt
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