Em sua paisagem natural, a cidade era cortada por vários rios e ribeirões, como:
Como podemos perceber, em uma área de 280 km², sendo 85% na zona continental e apenas 15% na insular, é de se imaginar quanto as terras da ilha eram alagadas. A realidade dos moradores até o início do século XX era de um imenso caldeirão de doenças contagiosas. Junto com a intensa e angustiante proliferação de mosquitos, mais o lixo, as fezes, e o clima quente e úmido Santos acabou conquistando o estigma de Porto Maldito por conta das epidemias aqui vividas e transmitidas (só a febre amarela, entre 1890 e 1900, dizimou 6.400 pessoas, ou seja, metade da população de Santos então).
Essa situação fez com que muitas pessoas que moravam no lado do estuário, abrigado dos ventos e das tempestades vindas do mar, migrassem para a parte da baía onde o clima era melhor. Consequentemente, projetos urbanísticos começaram a “pipocar” para tornar a cidade uma urbe habitável. No contexto nacional, era de suma importância para o governo brasileiro que Santos se tornasse viável, pois o escoamento do café era feito por aqui.
Nesse período de migração surge o famoso sanitarista Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, eleito pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, o Patrono da Engenharia Sanitária Brasileira. Com seu plano de saneamento implantado, depois de muita briga com a Câmara Municipal, Saturnino de Brito transformou a cidade e a elevou a patamares de outras, com maior qualidade de vida no país.
Seu plano consistiu em canais de drenagem até a construção da Ponte Pênsil para dar suporte aos emissários de esgoto da cidade. “Contudo, Brito não se limitou ao saneamento, apresentando também proposta de plano urbanístico, de caráter geral, baseado nos princípios de higiene e embelezamento das cidades que, segundo Andrade (1991), apoiava-se no pensamento do urbanista austríaco Camilo Sitte. Esse plano, denominado Planta de Santos, foi apresentado à Câmara Municipal em 1910, por iniciativa do próprio engenheiro.” (site Novo Milênio). Vale a pena consultar suas obras no Museu Saturnino de Brito, hoje instalado na sede da SABESP à Av. São Francisco.
(Fotos Acervo Palácio Saturnino de Brito)
Os esgotos passaram no século XX a ser conduzidos por encanamentos inclinados enterrados no solo, usando o efeito de gravidade, até estações elevatórias, que bombeiam esses esgotos para uma altura maior, permitindo assim reiniciar o percurso até alcançar as estações de tratamento e despejo dos efluentes. Na realidade, o porto e o sistema de saneamento foram remodelados concomitantemente. A necessidade de um era a prioridade do outro. Com as idas e vindas de pessoas aliadas a essas duas grandes obras, de saneamento e o porto, Santos se tornou uma cidade turística, pois sua bela orla constituía um verdadeiro prazer aos que por aqui passavam.
Mais do que um programa sanitário para a cidade, os canais se transformaram, na linguagem do santista, em “pontos cardeais” de localização. É muito interessante como as pessoas se localizam: “Moro entre os canais 5 e 6”, “A rua tal fica próxima ao canal 1”, “Passando o 2, na segunda quadra”, e assim por diante.
Canal 1 – Av. Senador Pinheiro Machado;
Canal 2 – Av. Bernardino de Campos;
Canal 3 – Av. Washington Luiz;
Canal 4 – Av. Siqueira Campos;
Canal 5 – Av. Almirante Cochrane;
Canal 6 – Av. Coronel Joaquim Montenegro;
Canal 7 – Av. General San Martin.
Para saber mais sobre Santos, clique aqui
O Natal é um período mágico, onde o espírito natalino se manifesta em cada gesto…
Para quem busca destinos únicos para celebrar o final de 2024, os Hotéis Vila Rica…
O encontro entre um palhaço e um hipnólogo é retratado no curta-metragem “Ivo & Lino”,…
Desde 2017 acontece o Fórum Nacional de Turismo Religioso. Com a idealização de Sidnésio Moura,…
Combinando paisagens privilegiadas e infraestrutura em desenvolvimento, Balneário Piçarras se transforma na pré-temporada de Verão.…
Pensando em oferecer as melhores experiências aos seus clientes e tornar cada momento único, o…