viajando na história

Catedral de Sal de Zipaquirá na Colômbia

Quando pensamos em turismo na Colômbia, geralmente lembramos de Cartagena, San Andres, Bogotá, Cali ou até mesmo Medellín. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que a maior maravilha do país, a atração mais visitada de toda a Colômbia, não é nenhuma das localidades mencionadas acima. A maior atração turística colombiana é a Catedral de Sal, localizada na cidade de Zipaquirá, a apenas 49 km ao norte de Bogotá.

A Catedral de Sal é uma obra monumental, de beleza única, um verdadeiro símbolo do país, além de ser um grande feito dos mineiros e da engenharia de minas colombiana.

Conhecendo Zipaquirá

O acesso ao local deve ser feito preferencialmente de carro, pois a viagem é mais rápida e confortável. Podem ser contratadas vans com motoristas para indivíduos, casais ou pequenos grupos. Estes motoristas se encarregam de buscar os turistas no hotel, leva-los até a catedral e esperar por eles até que concluam suas visitas, os levando de volta até o hotel. O deslocamento de Bogotá até a Catedral de Sal de Zipaquirá costuma levar 90 minutos.

Entrada da Catedral

Ao chegarmos em Zipaquirá, encontramos um imenso estacionamento, no qual ficam estacionados os ônibus e vans, aguardando os turistas colombianos e provenientes de toda parte do mundo, que vêm visitar a maravilhosa catedral. Ao chegar lá, devemos comprar um ingresso para visitação guiada, disponível em espanhol e inglês. A visita guiada dura aproximadamente uma hora.

A cidade é um importante centro industrial, comercial, agropecuário, mineiro e turístico na Colômbia. Atualmente, Zipaquirá atrai milhões de visitantes do mundo todo, que visitam a belíssima catedral, que foi a primeira catedral subterrânea a ser construída no mundo, sendo assim considerada a “Primeira Maravilha Turística da Colômbia”, recebendo mais de meio milhão de visitantes por ano.

A palavra “Zipaquirá” significa “Cidade do Nosso Pai”, na língua indígena local. Para os indígenas, o sal era um dos produtos mais importantes, pois era a base de todo seu intercâmbio comercial.

Minas de Sal

A exploração tradicional do sal, que ocorreu durante os períodos pré-colombianos e coloniais, se baseava no mero aproveitamento de fontes ou mananciais salgados que brotavam na superfície, cujas águas eram evaporadas em vasilhas de barro pelos indígenas da região, que solidificavam a massa restante em “pães de sal”.

O início da exploração mineira das salinas de Zipaquirá começou no início do século XIX, através do emprego de técnicas mais seguras, com a introdução de câmaras de exploração. Atualmente se usa o sistema de dissolução in-situ, que consiste em injetar água doce sob pressão para dissolver a rocha em poços profundos, formando assim, uma salmoura que é extraída até a superfície.

A origem desta maravilha nasceu da fé dos mineiros e da devoção que eles têm pela Virgem do Rosário, conhecida como “a Virgem de Guasa”. Estes homens se expõem à inúmeros riscos, tais como desabamentos, explosões, a presença de gases tóxicos, escuridão e asfixia. Sendo assim, eles passaram a criar altares por dentro da mina de sal para mostrar sua gratidão e fervorosa devoção à Virgem do Rosário.

A primeira Catedral de Sal de Zipaquirá foi criada em 1954. No entanto, ela foi fechada à visitação em 1992, por questões de segurança, devido ao escasso planejamento mineiro e da exploração desordenada do local, pois surgiram rachaduras em suas colunas de sustentação. Entre os anos de 1979 e 1982 foi explorado o local onde se encontra atualmente a nova Catedral de Sal. A catedral atual, a segunda construída, foi aberta à visitação em 1995.

 

Interior da Catedral iluminada por lâmpadas LED.  Fotos Marco Andre Briones

A Catedral

A nova catedral ocupa uma área de 8500 metros quadrados e, para sua construção, foram extraídas aproximadamente 2500 toneladas de rocha salina. A nova Catedral de Sal de Zipaquirá está dividida em três setores: A Via Crucis, com catorze estações; a cúpula, coro, balcões e o átrio e, por fim, a igreja em si, com suas três naves.

Uma das estações da Via Crucis

Toda a iluminação da catedral é feita por um possante sistema de lâmpadas coloridas LED, projetado pela Philips, pois este sistema de luzes não produz calor e consome menos energia elétrica. O efeito das cores no local é surpreendente e encantador. À medida que visitamos o local, as cores vão mudando e, com elas, as sensações que os turistas têm ao fazer a visita ao local. Eu pessoalmente fiquei totalmente encantado, pois senti que estava presenciando um espetáculo de rara beleza, em um local único no mundo.

A cúpula é um dos lugares mais belos da catedral, pois é toda iluminada em azul, simbolizando o encontro de Deus e o homem. O coro é totalmente circular, para obter uma melhor acústica. Nele, se encontra uma estátua do Arcanjo Gabriel. O átrio é a entrada da igreja e tem forma de labirinto, simbolizando a perfeição espiritual de purificação. Neste labirinto se encontram três caminhos pelos quais os fiéis podem escolher qual seguir: o do lado direito é para as pessoas totalmente puras; o do meio é para as pessoas que cometeram pecados, mas que foram perdoadas. O da esquerda é o dos pecadores.

Detalhes que contam a história

Reprodução em sal da obra de Michelangelo

Na nave central da igreja se encontram quatro enormes pilares, representando os quatro evangelistas: São João, São Mateus, São Marcos e São Lucas. Podemos visualizar também uma reprodução da obra de criação de Adão, de Michelangelo, que se encontra na Capela Sistina, no Vaticano. A reprodução é toda feita em sal. No altar principal são realizados concertos sinfônicos e apresentações de corais.

No entanto, o símbolo mais importante da catedral é a cruz, a maior cruz subterrânea de todo o mundo, que tem 16 metros de altura por 10 metros de largura. Ela é iluminada de dentro para fora, para dar a ilusão ótica de solidez e parecer que está suspensa no ar.

Depois de concluída a visita guiada, os turistas podem ficar circulando livremente por dentro da catedral, pelo tempo que quiserem permanecer lá dentro, pois há um mini shopping dentro da catedral, onde podemos fazer pequenas refeições, comprar lembranças e presentes, feitos em sal e, por fim,  descansarmos um pouco após a longa caminhada feita durante o passeio guiado.

Eu gostei tanto da visita à Catedral de Sal de Zipaquirá que fiquei todo o tempo que pude lá dentro, visitando algumas partes dela várias vezes, para poder admirá-la com mais calma e fazer fotos nos lugares dos quais eu mais gostei. Na hora de ir embora, me entristeci, pois sabia que sentiria saudades desta inesquecível visita.

Não deixe de visitar

Se você for visitar a Colômbia, não deixe de conhecer a Catedral de Sal de Zipaquirá. Eu tenho certeza que ficará maravilhado com a beleza e escala monumental dela. Além disso, você terá a certeza de ter conhecido um local absolutamente único em todo o planeta.

Bibliografia usada: Um Maravilloso Recorrido por la Catedral de Sal – Zipaquirá – Colombia, de Alfredo Arévalo Cárdenas e Leonardo Rodriguez

 

Para saber mais dicas de turismo cultural e histórico no Brasil e no mundo, acompanhe a coluna de Marco André Briones no portal Cidade&Cultura

Túnel de entrada e saída da catedral
Inscrições nas paredes da catedral. Fotos de Marco Andre Briones
Marco André Briones

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