Cartão postal de Viena, a Catedral de Santo Estêvão é o marco histórico da cidade. Um dos mais antigos e importantes templos góticos da Europa, é o coração da Áustria. Construída sobre as ruínas de uma antiga igreja de 1147, a Catedral atual é datada do século XII. Ela foi edificada a mando de Rudolf IV e foi ampliada ao longo dos séculos. Depois, restaurada entre 1948 e 1962, quando foi parcialmente destruída na Segunda Guerra Mundial. Seu interior rico abriga obras de arte sacra de valores inestimáveis e, em todos os cantos, peças simbólicas dão a magnitude da fé cristã no país.
Uma visita a Catedral de Santo Estêvão não será rápida, pois sua decoração repleta de inúmeras imagens nos paralisa pela riqueza de detalhes e maestria na sua confecção.
Alguns destaques e curiosidades:
- As torres: essas edificações chamam a atenção dos que estão na rua por sua beleza, assim como pela sua altura. A Torre Norte, possui 68 metros e abriga o sino “Pummerin” (a Catedral possui 23 sinos no total). Este sino, de quase 21 toneladas foi recuperado, já que foi danificado na Segunda Guerra Mundial. E o mesmo só toca em comemorações especiais, como na virada do ano. A Torre Sul possui 134 metros de altura e 343 degraus que levam a um mirante, cuja paisagem nos deslumbra com visão da linda Viena.
- O telhado é outra maravilha, pois foi decorado com cerca de 230 mil azulejos que formam um mosaico com desenhos cheios de simbolismos, como o dragão de duas cabeças, símbolo da dinastia Habsburgo.
- Em 1443, foi encontrado um fêmur de mastodonte em uma das restaurações. Na época, causou grande reboliço pelo tamanho do osso. A explicação dada foi que o osso era de um dos gigantes que foram extintos quando do Dilúvio.
- O Portão do Bispo era entrada das mulheres e o Cantor Portão, a entrada dos homens.
- O Púlpito foi confeccionado por Anton Pilgram, escultor austríaco da Idade Média, falecido em 1516.
- Túmulos: de Frederico III de Habsburgo, em uma sepultura esculpida em mármore vermelho e projetado pelo holandês Nicolas Gerhaert van Leyden. Também do príncipe Eugênio de Saboya, o conquistador dos turcos.
Arte Sacra
Muitas imagens possuem tamanho real como a de São Cristóvão datada de 1470. Destaque para a Madonna dos Servos, de 1340.
Outra é a Pötscher Madonna, venerada desde a Batalha de Zenta, em 1697, quando a Santa derramava lágrimas que só cessaram no final da batalha.
Capelas
Como todo templo católico, as capelas da Catedral de Santo Estêvão se destacam por seus significados e devoção. São elas: São Elígius, São Bartolomeu, da Cruz, São Valentim, Santa Catarina, assim como Santa Bárbara.
Altar Wiener Neüstadter
Entre os dezoito altares que compõem a Catedral de Santo Estêvão, sem dúvida, o mais famoso é o Altar de Wiener-Neustadter. Ele está situado ao lado esquerdo do altar-mor e foi confeccionado no ano de 1447.
Doado pelo rei Frederico IV (pode-se ver a assinatura de Frederico “AEIOU”) para a Abadia Cisterciense de Neükloster, em Wiener Neüstadt, é uma devoção à Marienleben (Virgem Maria). Foi transferido para a Catedral de São Estêvão em 1883. Esculpidas em madeira de tília, as imagens preenchem o centro e as asas. Estão representados os apóstolos, Cristo, Maria, anjos, Santa Bárbara, Santa Catarina, entre outros.
Catacumbas
O subterrâneo da Catedral de Santo Estêvão abriga cerca de 10 mil ossadas. Está aberto ao público com visita guiada. As catacumbas foram construídas no século 14, já que os cemitérios estavam lotados, além das criptas Reitores, Bispos e Ducal, onde estão os restos mortais de clérigos e de setenta e dois membros da dinastia Habsburgo.
Conhecer a Catedral de Santo Estêvão é entender a história da Áustria em seus diversos períodos. Desde o pequeno templo do século XI até a suntuosidade dos dias atuais, demonstra a riqueza cultural desse país que, apesar de todas as vicissitudes, nos ensina a arte da renovação e do apreço à sua cultura.
Onde: Stepransplatz 3 – Viena.
