O cemitério Père-Lachaise, em Paris, não é um cemitério qualquer. Nele estão sepultados vultos históricos que, em certa medida, transformaram os rumos da evolução social. Outros são cantores, atores, líderes espirituais e heróis de guerra. Visitar um cemitério com o objetivo de fazer turismo, para muitos, pode ser considerado como mórbido, porém não podemos limitar nossa visão. Alguns deles são verdadeiras galerias de arte, como o cemitério da Consolação, em São Paulo que, além de ilustres, artistas como Victor Brecheret, possuem obras em túmulos.
O Turismo Cemiterial começou a ser difundido nos idos anos de 1980, e tem como principal foco a preservação dos cemitérios e torná-los fonte de conhecimento, museus a céu aberto e também um espaço para pesquisas, principalmente na etnologia. Para tanto, é necessária uma reestruturação dos espaços e também a capacitação de profissionais como cemiteriólogos e guias que levam os visitantes aos túmulos que possuam apelo histórico, arquitetônico ou artístico. Assim, as alamedas, os canteiros, as sepulturas e os mausoléus são devidamente restaurados e conservados. Com essa iniciativa vários cemitérios ao redor do mundo foram elevados a Patrimônios Históricos e Culturais. Exemplos não faltam em vários países, como: Colômbia, Brasil, Inglaterra, Suécia, França, entre outros.
Paris é uma cidade cujo crescimento é visível àqueles que querem compreender seu espaço urbano. Antes da dominação romana, o povo que aqui habitava era o povo gaulês, denominados Parísios (daí o nome Paris). Com o fim do Império Romano e as constantes invasões bárbaras, o então pequeno povoado foi obrigado a construir uma muralha para proteger-se. Conforme a população crescia e suas edificações também, as muralhas passaram a ter uma conotação de prisão, de amontoamento de coisas e pessoas.
A primeira a ser construída foi em 1180 a mando de Felipe Augusto. A segunda muralha construída foi em 1370 a mando de Carlos V. E, finalmente, a terceira muralha que data de 1784, por Luís XIV. Isso deu à Paris a forma arredondada de crescimento urbano, tendo como centro irradiador a île de lá Cite.
A construção dessas muralhas foram
motivos para muitas revoltas também, pois quando construídas, incluíam outras pequenas povoações ou até mesmo dividia estas ao meio. Porém, a necessidade delas estava claro aos governantes e também para a maioria da população. Porque além do amontoamento de pessoas e casas havia outro fator importante: os sepultamentos. As igrejas estavam abarrotadas de gerações de corpos enterrados, causando problemas insuportáveis como falta de espaço e mau cheiro. Diante desse panorama, a solução encontrada foi exumar os ossos, principalmente do cemitério “des Saints-Innocents”, em 1785, e os realocarem nos antigos túneis das pedreiras, hoje conhecidos como as Catacumbas de Paris. Entretanto, somente isso não bastava, então podemos entender a necessidade da construção de cemitérios em áreas expandidas, como foi o caso do Pére-Lachaise, o Montmartre, o Montparnasse e o Passy, situados a leste, norte, sul e oeste respectivamente.
Pére-Lachaise (padre La Chaise) possui uma área de 44 hectares e seu projeto foi concebido por Alexandre-Théodore Brongniart, em 1803. As alamedas são largas e, diferentemente da maioria dos cemitérios brasileiros, imagens sacras são raras. Os mausoléus se alinham um ao lado do outro e dão a impressão de mini casas.
Entre muitos nomes de heróis de guerra e mártires, cujas histórias são mais conhecidas pelos próprios parisienses, encontramos túmulos como os de: Allan Kardec (decodificador do Espiritismo); Honoré de Balzac (escritor de A Comédia Humana); Oscar Wilde (dramaturgo irlandês autor de O Retrato de Dorian Gray); Saviniem Cyrano de Bergerac (escritor de O Pedante Enganado); La Fontaine (fabulista); Marcel Proust (escritor de O Tempo Perdido); Eugène Delacroix (pintor de A Barca de Dante); Jacob Pissarro (pintor impressionista de Boulevard Montmartre de noite); Jean-François Champollion (pai da egiptologia); Auguste Comte (fundador da Sociologia e do Positivismo); Maria Callas (cantora); Jim Morrison (do grupo The Doors); Édith Piaf (cantora); Molière (ator e dramaturgo); Marcel Camus (cineasta); entre tantos outros.
Onde: 8 boulevard de Ménilmontant, 75020 – Paris.
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