Para ocupar as terras brasileiras, Portugal investiu na cana-de-açúcar como fonte de riqueza já que tinham experiência nesse cultivo em outros locais, como a Ilha da Madeira, os Açores e São Tomé e Príncipe. A cana foi introduzida nas capitanias de Pernambuco, Bahia e São Vicente, e cinquenta anos depois já existiam mais de 250 engenhos. Isso fez do Brasil o maior produtor mundial, entre os séculos XVI e XVII. A produção utilizava mão de obra africana, que muito contribuiu para alavancar outro mercado lucrativo: o tráfico de escravos.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro eram, junto com Pernambuco e Bahia, os maiores produtores de açúcar do país. Muitas cidades da Rio-Santos, principalmente Paraty e Angra dos Reis, foram erguidas sob a égide da cana-de-açúcar. Povoados se formaram com a tutela dos senhores de engenho que faziam de suas fazendas locais de concentração humana. Foi nesse cenário que as vilas se desenvolveram, fazendo dessa monocultura o centro de toda a atividade econômica da época. Hoje, existem traços desse período encravados em ruínas de antigas fazendas e sítios arqueológicos a serem ainda mais bem explorados.
Fazenda Santana
Um ícone do auge do ciclo da cana-de-açúcar, a Fazenda Santana, foi construída em 1734, com pedra, cal e óleo de baleia. Administrada por Antônia Maria de Jesus e sua sobrinha Gertrudes, portuguesas que sabiam ler, escrever e eram ótimas negociantes. Foi também uma das primeiras fazendas da capitania de São Paulo. Sua área compreendia do bairro do Pontal da Cruz até a divisa do bairro de São Francisco.
Onde: bairro Pontal da Cruz – São Sebastião.
Sítio Arqueológico de São Francisco
Em uma área de 1,2 milhão de metros quadrados, está uma preciosidade dos tempos iniciais da colonização brasileira. Não se sabe ao certo se o proprietário desse sítio foi Joaquim Pedro, cruel, rico e, segundo a lenda, pactuado com o diabo. No local, vestígios de todas as opulentas construções típicas de um engenho de cana-de-açúcar, com produção de porcelana e atividades correlatas ao tráfico de escravos. Foram muitos objetos encontrados, como drenos d’água, oratório, cachimbos (a maior coleção do Brasil), porcelanas, cabos de panela etc.
Autorização para visita: Secretaria de Cultura e Turismo de São Sebastião – (12) 3892-2620.
Engenho Central do Bracuhy
Inaugurada em 1885, esta usina de açúcar, com maquinário europeu, foi considerada na época o engenho mais moderno do Brasil.
Onde: Rodovia Rio-Santos, km 114,5 – Angra dos Reis.
Ruínas do Engenho Fazenda Bom Retiro da Lagoinha
Tombada em 1985 por sua importância histórica como engenho de cana-de-açúcar, possui um grande aqueduto e o que restou das instalações de uma roda d’água. Pertenceu ao engenheiro francês Stevenné, em 1828. Um exemplo da prosperidade de Ubatuba quando seu porto era ponto referencial para a exportação dos produtos do Vale do Paraíba.
Onde: Km 72 da Rodovia Rio-Santos, sentido serra-Ubatuba.
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