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Conheça a história por trás dos Coretos

Artur Nogueira

O Coreto é uma construção que ainda observamos nas cidades interioranas que conseguiram preservar esse elemento urbanístico que teve grande importância até o fim da década de 1960. Ele guarda o romantismo do tempo em que as praças eram o ponto central dos eventos da sociedade. Sua arquitetura básica é composta de planta circular, elevado em alvenaria e com cobertura.
Alguns estudiosos apontam que o Coreto nasceu na China e foi trazido para a Europa na época das Cruzadas. Outros sugerem que ele surgiu com os movimentos liberais europeus, no século XIX, como forma de democratização de espaços para oradores e apresentações musicais, onde a população pobre poderia assisti-los, por isso o formato redondo. E isso foi um grande passo na sociedade que até então vivia excluída das atividades artísticas restritas aos grandes salões, palácios e óperas, como também para a política em si, pois vários pensadores ou líderes poderiam expor suas ideias aos menos favorecidos e assim surgir movimentos locais. Esse espaço democrático se espalhou por toda a Europa e, em vários países, tinha significados distintos: na Itália coretto significava local de vendas de tabaco, bebidas e jornais; na Inglaterra bandstand, na França kiosque a musique e na Espanha quiosco de musica significava local de apresentação de bandas musicais.

No Brasil
Com o início das instalações dos povoados e das vilas, o centro era, em sua maioria, composto por uma capela com um espaço aberto em frente, que hoje denominamos de praça. Nesse espaço eram construídos chafarizes, para o abastecimento de água que predominaram até o fim do século XIX. Quando as praças começaram a receber o paisagismo, o coreto surgiu como elemento decorativo e tornou-se popular, com a função de entretenimento para a população e também um espaço para discursos políticos e transmissão de notícias importantes. A expressão bagunçar o coreto significa que a(s) pessoa(s) atrapalhou algum acontecimento importante da cidade. Na década de 1940, a popularização do rádio e suas radionovelas, fizeram com que as pessoas ficassem mais em suas casas à noite e, uma década depois, com a chegada da televisão, o coreto foi relegado ao segundo plano. Muitos coretos foram demolidos, ou “abafados” nas praças dos grandes centros urbanos, porém nas cidades interioranas eles ainda são destaque na paisagem urbana e funcionam como antigamente. Nas cidades cortadas pela Rodovia D. Pedro I encontramos muitos coretos, cada um com seus traços e cores, mas todos com o mesmo significado, o de unir a sua população.

Renata Weber Neiva

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