A culinária de Lisboa se destaca pela sua diversidade! Gastronomia a vase de frutos do mar, peixes e carnes, passando pelos azeites, vinhos e sem contar , petiscos e os famosos doces portugueses
PEIXES E FRUTOS DO MAR
A posição privilegiada do país em relação ao oceano estimula o consumo de peixes e frutos do mar. Com a abundância de ingredientes e as diversas influências culturais pela qual o povo português passou, era de se imaginar que por estas terras encontraríamos várias receitas criativas e saborosas.
O famoso bacalhau português com inúmeras formas de servi-lo, as sardinhas com pimentão e batata, os peixes de águas fundas, mexilhões, camarões, lagostas, lulas e os polvos. Experimente pesquisar na internet qualquer receita de frutos do mar e coloque a palavrinha mágica, “à portuguesa”, verá que tem receitas de todos os tipos e para todos os gostos com a assinatura da criação lusa.
Feijoca. Foto Divulgação Feijão com Enhidos. Foto Antônio Cavalcanti
CARNES
As principais carnes consumidas pelos portugueses são as de boi, porco, ovelha, javali e cabra. Destaca-se a criação de porcos onde, além da carne, se produz os embutidos, muito utilizados na culinária do país.
As aves, como galinhas e patos, também são muito consumidas por aqui como o arroz de pato à portuguesa e a galinha à cabidela (originária da região do Minho).
A MÍSTICA DA ALHEIRA
Alheira é um embutido defumado com algum tipo de carne, pão, azeite, alho, entre outros ingredientes.
Alguns historiadores concordam com a ideia de que a origem da alheira possa ter ocorrido com a presença dos judeus, na região de Trás-os-Montes, no princípio do Século XVI.
Acredita-se que pelo fato do povo judaico não comer carne suína era facilmente identificado pela inquisição e a mistura de outros tipos de carne com pão, em formato similar a dos embutidos, foi a solução encontrada.
Fato que a receita se espalhou e, entre os cristãos, passou-se a usar carne de porco em algumas receitas.
AZEITE
Azeite em Portugal é coisa séria! A relação dos portugueses com as oliveiras é muito antiga e o azeite foi um dos primeiros produtos nacionais de exportação.
Para se ter uma ideia, os Visigodos que ocuparam a Península Ibérica dos séculos V à VIII tinham em suas leis agrícolas itens que tratavam unicamente da proteção das oliveiras. Portugal já se destacava na exportação do azeite em 1555, mas viu sua produção aumentar em função de sua utilização frequente na iluminação. Neste século, Portugal desenvolveu o mercado interno, ampliou sua participação nos países do norte europeu e asiáticos, com destaque para a Índia.
Algumas regiões de Portugal possuem uma lista de de produtos com denominação de origem, como, Azeite de Moura, Azeite de Trás-dos-Montes, Azeite do Alentejo, Azeites da Beira Interior, Azeites do Norte Alentejano e Azeites do Ribatejo.
VINHOS DE LISBOA
Concordam os historiadores que pelo menos à época da presença do Império Romano em Portugal o vinho já era amplamente cultivado.
Ao longo do tempo diversas foram as fases de produção do vinho, mas merece destaque a iniciativa do Marquês de Pombal ao criar, em 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Assim, ele delimitou a região, primeira no mundo, registrando e classificando as vinhas de acordo com sua qualidade.
De lá para cá, diversas regiões, com características diferentes de clima e topografia, conquistaram suas denominações de origem.
Na região de Lisboa contemplam esta classificação: Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire (Alcobaça e Medieval de Ourém), Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras e ainda a indicação geográfica homônima (“Vinho Regional Lisboa”).
PETISCOS À PORTUGUESA
Os portugueses não são famosos somente pela sua rica e diversificada culinária, mas nos grandes centros como Lisboa, o que chama atenção também são os petiscos em tascas, bares e restaurantes, regados a vinho ou cerveja. Como as castanhas assadas, caracóis, pipis (miúdos de galinha com molho de tomate, cebola, alho e ervas), fígado de porco com vinho branco, cebola e alho, favas com rodelas de chouriços, os famosos ovos verdes (cozidos, recheados e fritos), sardinhas, bolinhos de bacalhau, amêijoas (vôngole).
Castanhas Caracóis Ginjinha Café da Bica. Fotos Divulgação
Na culinária de Lisboa temos destaque também para a Ginjinha, licor da fruta da ginja, parecida com a cereja e o café da bica de Lisboa, um café expresso com açúcar, que conta a lenda, ficou com esse nome depois de experimentarem o café brasileiro e acharem um pouco amargo. Então se lia na tabuleta: Beba Isto Com Açúcar.
DOCES PORTUGUESES
Se você já experimentos algum doce português sabe que para dar certo uma dieta neste país, é necessário ter uma dose extra de determinação! São centenas de receitas singulares advindas de todo território português e cada qual com sua rica história.
Doces conventuais
Em meados do século XV, Portugal era o maior produtor de ovo da Europa. Porém o interesse dos outros países era na clara, seja para engomar roupa ou para ser usada na produção de vinho. Com isso, passou-se a ter uma fartura de gema que, somado a boa quantidade de açúcar vindos da Ilha da Madeira e do Brasil, instigavam, para não haver desperdícios, a criatividade das freiras e monges nos conventos e mosteiros.
Assim foram surgindo no território português, assim como na culinária de Lisboa diversas receitas de doces com uso da farinha, gema, açúcar e eventualmente amêndoas.
O mais famoso internacionalmente é o Pastel de Belém, sua história contamos em um outro post.
Fotos Márcio Masulino
Legendas das fotos:
Pastel de Santa Clara – Gemas de ovos, açúcar, farinha de trigo, manteiga, canela e aroma artificial de baunilha.
Queijadinha de Abrantes – Coco ralado, açúcar, gemas de ovos, farinha de trigo, manteiga e aroma artificial de baunilha.
Pastel de Coimbra – Gemas de ovos, açúcar, farinha de trigo, xerém de castanhas, manteiga e aroma artificial de baunilha.