Afinal, dança é um esporte?

Nas Olímpiadas de Sidney (2000) e da Grécia (2004), foi cogitado que a modalidade dança de salão entrasse no grandioso evento. Isso causou muita polêmica, a maioria foi contra, mas veja o porquê dessa afirmação.

Segundo especulações, tudo aquilo que tem federação pode ser considerado esporte. Mas jogos como: xadrez, sinuca, dominó e baralho não podem em hipótese alguma ser visto como uma atividade física, mesmo tendo profissionais vivendo dessas práticas. Então a ideia é mudada; tudo aquilo que tem competição pode ser considerado esporte e a polêmica volta novamente, pois temos disputa de cozinheiros, músicos entre outros; a terceira discussão é se uma atividade que exige do corpo é um esporte, então yoga, pilates seriam esportes?

Com certeza as práticas citadas não são esportes e nem devem participar de uma olimpíada ou jogos pan-americanos. Agora quando o assunto é dança isso muda o foco, pois tem federação, competição e exige do corpo. Apesar de ser considerada arte, como literatura, cinema, teatro, música, artes plásticas, a dança sempre se diferenciou e é conhecida como a mais perfeita das artes.

Bailarinas fazem incríveis movimentos, são acrobatas, possuem flexibilidade, técnica e força, desenvolvem coordenação. A patinação no gelo faz parte das olimpíadas de inverno, os movimentos são baseados no ballet clássico e com isso, vem a dúvida. Um atleta treina muito e com a dança não é diferente. Os campeonatos entre dançarinos são muitos, além de inúmeras exigências, dança de salão, foxtrote, rockabilly, ballet clássico, dança do ventre, flamenco entre outros.

Por outro lado, algumas modalidades esportivas possuem o lado artístico, são eles: patinação, ginástica artística, kung fu, capoeira. Para muitos, tanto a patinação como a ginástica artística, não deveriam participar das Olimpíadas, mas a maioria discorda, já que são modalidades que exigem mais preparo do que arco e flecha e tiro ao alvo. O famoso breakdance vai para os jogos de Paris em 2024, o que causou irritação em alguns comitês, já que muitos esportes como: hockey sobre patins e futsal não fazem parte das Olímpiadas. Até alguns bailarinos e dançarinos discordaram dessa colocação, já que existem danças mais tradicionais.

Recentemente as academias do mundo, colocaram circo em seu currículo, já que os profissionais dessa atividade, como malabaristas, precisam de muito preparo físico. Mas o que todos não entendem e que nem tudo que está numa academia é esporte, alguns são consideradas terapias e fisioterapias, como no caso da hidroginástica.

 A discussão não termina, pois até alguns defendem videogame como prática esportiva, já que temos canais de esporte cobrindo campeonatos. Os jogos mundiais, que para muitos é desconhecido, possui esportes rejeitados pelas olimpíadas, durante muito tempo o badminton fez parte do plantel, mas desde que foi chamado nas olimpíadas, ele foi descartado, já a dança de salão faz parte de evento.

Foi provado que a dança melhora a relação pessoal, o bem estar físico e mental. Lembrando que homem é mulher podem competir juntos e que apenas tênis, badminton e turfe admitem o sexo feminino e masculino juntos em uma competição profissional.

Num campeonato mundial de dança de salão, os casais são obrigados a saber valsa, tango, samba e rumba. O conselho nacional de dança desportiva possui 79 filiações no Brasil. Quem assistiu um ensaio de dança antes de uma apresentação, podendo ser ballet clássico ou moderno, zumba, dança cigana, hip hop, fica espantado com o tanto que se exige da forma física.

Normalmente em qualquer competição, até de paraolímpicos, os homens chegam a ser o dobro das mulheres, já na dança esse número muda, pois, cerca de 80% dos praticantes são mulheres.

Arte, esporte ou hobby? Qual delas seria a dança, ou talvez as três coisas juntas.

No dicionário, a palavra esporte é explicada dessa forma: exercício físico, visando o lazer, condicionamento e saúde, conjunto de atividades que exige habilidades, obedecendo regras e praticados individualmente ou em equipe.

Então, dança é esporte ou não?

Texto de Adriano Coelho para a Coluna de Symone Coellho