Bandeiras, ciclos do sal e açúcar na história de Santos

Mapa feito por João Teixeira Albernaz - século XVII
Mapa feito por João Teixeira Albernaz – século XVII

Ciclo do sal

“Santos acompanhou a crise paulista do século XVIII, mas a situação não era das piores: além de ter sido sede da Capitania, possuía Alfândega, outras repartições públicas e o Porto, principal porta de entrada e saída da Capitania.”

Fonte: Santos um Encontro com a História e a Geografia – Ângela Maria G. Frigerio, Wilma Therezinha F. de Andrade e Yza Fava de Oliveira.

O monopólio do sal português era feito em Santos. O sal era um produto raro, caro e vendido acima da tabela. Ao Brasil era vedada a exploração de sal pela Coroa Portuguesa. No início do século XVIII, Bartolomeu Fernandes Faria, oriundo de Taubaté, vem com seus escravos.  E abre os armazéns onde se estocavam o sal e pagou o preço justo pela mercadoria sem o ágio. Foi preso nove anos depois e morreu na Bahia antes de ser julgado.

O açúcar

Moenda de cana-de-açúcar. cultivo próspero no Morro da Nova Cintra
Moenda de cana-de-açúcar. cultivo próspero no Morro da Nova Cintra

Primeiro governador nomeado para reerguer a Capitania de São Paulo, D. Luís Antônio de Souza Botelho Mourão, o Morgado de Mateus, restabeleceu a cultura canavieira da Capitania, tanto no litoral norte como no interior. Com o resultado das safras de açúcar no planalto e do litoral incrementou as atividades da Vila de Santos e surgiu a necessidade de melhorias de transporte da carga para o Porto. Com isso, no século XVIII, foi construída a Calçada do Lorena, pelo governador Bernardo José Maria de Lorena, no alto da Serra do Mar até Santos.

Nesse caminho, o açúcar e outros produtos desciam a serra por meio dos tropeiros em lombo de muares, movimentando a economia da cidade.

Bandeiras

Após o declínio do comércio de açúcar, muitos santistas abraçaram a causa dos bandeirantes que iam atrás de ouro e de índios para a escravização. Muitos migraram para o litoral de Santa Catarina e fundando vários povoados. Com a venda de escravos indígenas no século XVII, o porto continuava funcionando como entreposto. Com a presença dos jesuítas na Vila, muitas discórdias aconteceram por conta da proteção que os mesmos davam aos índios; consequentemente, os jesuítas foram expulsos da região.

Com o sucesso dos bandeirantes nas incursões pelo sertão em busca de ouro, vários montantes do metal precioso foram escoados pelo porto de Santos.  Isso melhorou significativamente a economia local e seu porto foi chamado de Porto do Ouro. Em 1705, Garcia Paes, abriu um caminho entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, diminuindo muito o tempo de locomoção do ouro.

Então, em 1720, o ouro passou a ser escoado pelo porto do Rio de Janeiro.  Com isso, deixou a Vila de Santos mais uma vez carente de recursos econômicos.

 

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