A REGIÃO DA BAIXADA SANTISTA COMPÕE, JUNTAMENTE COM O RIO DE JANEIRO, SALVADOR E PERNAMBUCO, UM DOS CENÁRIOS MAIS ANTIGOS DO BRASIL. Por estar localizada no litoral, facilitou a entrada de europeus, náufragos ou degradados, que enviavam notícias à Coroa Portuguesa sobre as riquezas do país. O extrativismo foi como regra o primeiro segmento econômico na nova colônia. Ao norte, o pau-brasil; aqui, os índios. Graças à localização estratégica da Ilha de São Vicente
foi que realmente a colonização começou a ser interessante para Portugal. Entretanto, antes de os europeus se fixarem nas novas terras, outros povos já viviam aqui desde muito tempo. Sambaquieiros
Considerados os mais antigos registros de atividade humana da costa brasileira (de 8 a 12 mil anos atrás), os sambaquis representam uma sociedade com costumes, alimentação e religiosidade própria. Na Baixada Santista, temos vários exemplares desses artefatos de comunidades sambaquieiras, alguns intactos, outros não tão preservados ou até extintos pela ação dos portugueses
que utilizaram a cal (resultante do sambaqui) para edificar suas vilas.
O mais alto e antigo sambaqui brasileiro até agora encontrado está situado no Guarujá, sob o nome de Crumaú 1, à beira do rio de mesmo nome.
Tem 31 metros de altura e 100 m de largura. Em Cubatão, temos outro, Histórico com 20 metros de altura, no Parque Ecológico Cotia–Pará. Em Santos, ao longo do Canal de Bertioga e na Ilha Diana, também existem vários sítios arqueológicos a serem explorados. Em Peruíbe, temos o Guaraú, na ilha fluvial do rio Guaraú. Outro, bem interessante e valioso de se conhecer, está em São Vicente, situado abaixo da casa de Martim Afonso de Souza, onde estudos são feitos e exibidos aos visitantes que podem observar como era criado um sambaqui, século após século.
Após o Brasil ser descoberto e Américo Vespúcio ter feito o levantamento das terras da costa brasileira, Portugal não se interessou de imediato por essa conquista, pois estava concentrado em encurtar o trajeto até a Ásia, rica em especiarias. Mas os franceses viram no pau-brasil uma excelente fonte de ganhos, pois essa espécie fornecia a tinta vermelha usada para tingir o vestuário da nobreza europeia.
Assim, rapidamente fizeram alianças com tribos indígenas costeiras e ali montaram uma rota de interminável escoamento de toras e mais toras da madeira valiosa. Além disso, já corria solta a lenda de Potosí, uma montanha de prata situada no Peru, com acesso pelo rio da Prata, e com a qual poderia haver ligação terrestre atravessando o interior brasileiro.
Com notícias vindas do novo continente, Portugal enviou várias esquadras a fim de terminar com essas incursões francesas nas terras que havia conquistado, e deu a Martim Afonso de Souza, como capitão-mor, plenos poderes para: 1) achar o caminho por terra até o Rio da Prata; 2) colonizar a costa sul do Brasil; 3) impedir a invasão de outras nações europeias. Munida de armas, aparelhos, ferramentas, sementes, mudas, animais domésticos e muitos colonos, a esquadra aportou entre a Ilha Porchat (Ilha do Mudo), a praia de Paranapuã (praia das Vacas) e a praia do Gonzaguinha, em São Vicente, no ano de 1532.
Ao desembarcar, Martim Afonso de Souza fundou a primeira colônia regular do Brasil: a Capitania de São Vicente, a maior dentre as províncias divididas pelo rei D. João III. As primeiras sesmarias brasileiras foram destinadas a Pero de Góes, Francisco Pinto e Rui Pinto, e devidamente registradas no Cartório da Provedoria da Fazenda Real da Vila de Santos (conforme Memórias para a História da Capitania de São Vicente, obra do Frei Gaspar da Madre de Deus, original de 1710). A partir de então, a colonização se deu com grandes dificuldades de adaptação dos colonos devido ao clima, aos índios e seus costumes nada morais aos olhos dos europeus da época, às invasões e doenças tropicais, dentre muitos outros fatores que, apesar de tudo, contribuíram para fortalecer ainda mais o desejo de conquistar novas terras na região.
O mais importante fator que ajudou na fixação dos colonos foi o entrosamento com os índios da tribo
Guaianá, graças ao misterioso João Ramalho, que já estava nessas terras desde 1508, e era casado com
Bartira, filha do cacique Tibiriçá, grande guerreiro e líder na região. Ramalho fez de São Vicente um ponto de exportação de escravos indígenas. Foi também um grande povoador, pois possuía inúmeras concubinas com as quais teve muitos filhos mamelucos. Era temido e venerado pelos índios. Ramalho não morava na praia e, sim, onde hoje se localiza a cidade de Santo André. Com seu conhecimento do planalto, conduziu Martim Afonso pela trilha de Paranapiacaba (quase o mesmo trajeto da Rodovia Anchieta) em busca do caminho do Rio da Prata. Esse grande personagem faleceu aos 95 anos de idade, em 1580. Foi o maior povoador do Estado de São Paulo e muitos de seus filhos formaram as bandeiras que desbravaram o interior do Brasil. Excomungado
pela Igreja, tratado como herói por outros, salvou muitos colonizadores das invasões indígenas e
é considerado o fundador da cidade de Santo André.
Assim como João Ramalho, muitos náufragos e degredados se encontravam no litoral sul brasileiro por conta das expedições que passavam por esses mares em busca da prata de Potosí. Estes intrépidos aventureiros, isolados em terras estranhas e vivendo entre tribos indígenas, na realidade foram os primeiros brancos a povoar nosso litoral.
A constituição das vilas da Baixada Santista ocorreu em um cenário de disputas entre colonizadores
e índios, ataques de espanhóis, franceses, piratas e corsários, e uma luta constante com a natureza que
impunha aos moradores um desafio ainda maior: as escarpas da Serra do Mar, muitas vezes retratada nas minisséries e novelas atuais, a famosa “Muralha”.
Vencer suas encostas representou um dos marcos da ocupação do país e o retrato exato da persistência, mesmo que tardia, da valorização do território nacional. Não podemos esquecer que, na era colonial, o território dos atuais municípios era a área de um povoado que abrangia grandes porções de terra: São Vicente, até seu desmembramento, incluía Praia Grande; Peruíbe e Mongaguá pertenciam a Itanhaém; Cubatão, Guarujá e Bertioga integravam Santos.
Datas oficiais de fundação dos municípios por ordem cronológica:
São Vicente – 22 de janeiro de 1532
Itanhaém – 22 de abril de 1532
Santos – 26 de janeiro de 1546
Cubatão – 9 de abril de 1833
Guarujá – 2 de setembro de 1893
Peruíbe – 18 de fevereiro de 1959
Mongaguá – 7 de dezembro de 1959
Praia Grande – 19 de janeiro de 1967
Bertioga – 30 de dezembro de 1991
Para saber mais sobre o litoral paulista
O Natal é um período mágico, onde o espírito natalino se manifesta em cada gesto…
Para quem busca destinos únicos para celebrar o final de 2024, os Hotéis Vila Rica…
O encontro entre um palhaço e um hipnólogo é retratado no curta-metragem “Ivo & Lino”,…
Desde 2017 acontece o Fórum Nacional de Turismo Religioso. Com a idealização de Sidnésio Moura,…
Combinando paisagens privilegiadas e infraestrutura em desenvolvimento, Balneário Piçarras se transforma na pré-temporada de Verão.…
Pensando em oferecer as melhores experiências aos seus clientes e tornar cada momento único, o…