No município de Cairu, BA, está a Ilha de Boipeba, um dos pontos turísticos mais cobiçados da costa brasileira. Como está localizada em um arquipélago, esta é separada do continente pelo Canal de Taperoá.
Cairu é um arquipélago dividido por quatro distritos: Velha Boipeba, Cairu, Gamboa, Galeão e Morro de São Paulo. A população, cerca de dezesseis mil habitantes, se divide em treze núcleos, os quais estão localizados nas três maiores ilhas: Boipeba, Tinharé e Cairu.
O arquipélago é formado por 26 ilhas e, em uma delas, Boipeba. Possui sete lindas praias: praia da Cova da Onça, da Cueira, da Boca da Barra, de Tassimirim, de Bainema, do Moreré e da Ponta dos Castelhanos.
A Ilha de Boipeba é considerada a segunda ilha mais linda da América do Sul, perdendo apenas para a Ilha de Páscoa, no Peru.
Aqui, a Mata Atlântica reina com muitas espécies de palmeiras. A restinga, o manguezal e os recifes completam a sua beleza natural.
História
O arquipélago foi habitado por índios Aimorés e começou a ser colonizado a partir do século XVI, na época da constituição da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Francisco Romero, o então administrador da Capitania, se encantou pelo lugar e enfrentou os indígenas, transformando o local na Vila de Nossa Senhora do Rosário do Cairu. O desmembramento de Ilhéus ocorreu no ano de 1608. Mas, os encantos locais já tinham sido constatados quando Martim Afonso de Souza atracou em uma falésia próxima ao Morro de São Paulo. Ali, Pero Lopes de Souza descreveu o lugar que, pelo modo de sua narrativa, deu a entender que o local já era conhecido por outros navegadores espanhóis e franceses. O arquipélago foi por muito tempo produtor de farinha de mandioca e cana-de-açúcar. O nome “Boipeba” tem origem no tupi e significa cobra chata, em referência à tartaruga marinha. Na vila encontramos marcas da colonização e de vários ciclos econômicos locais perpetuados pela tradição.
Igreja do Divino Espírito Santo
Construída em 1616, pelos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas, ao lado do Mirante do Divino, torna-se o ponto central da vila. Dois séculos mais tarde, a singela igreja foi ampliada e ganhou ornamentos no estilo D. Maria I.
Museu de Ossos de Baleia “do Tavinho”
Próximo ao centro, na rua Ribeirinho, o Museu de Ossos recebe visitantes há mais de 45 anos. Foi construído pelo pescador Mr. Cabeludo, Otávio, morador da ilha. No princípio Cabeludo começou a colecionar ossos de vários peixes, golfinhos, baleias, tartarugas e crustáceos. Uma campanha intitulada “Todos juntos pelo Museu”, realizada por nativos e visitantes, conseguiu angariar fundos para a reforma do museu. Hoje, o local é um patrimônio cultural da Ilha de Boipeba.
Casa de Farinha
No bairro do Areal, encontramos uma casa de farinha típica, com toda a rusticidade histórica desse local que um dia foi a força da economia local. Oriunda dos conhecimentos indígenas, a farinha de mandioca ainda é elemento principal de vários pratos brasileiros, principalmente do litoral. As Casas de Farinha eram o ponto central das comunidades onde a fabricação era feita por meio da prensa, peneiras, torrefadores e pilões.
Fabricação do azeite de dendê
Aqui aprendemos como se fabrica o azeite de dendê, famoso ingrediente, principalmente da culinária baiana. Situado na vila, é um dos grandes atrativos, pois os métodos de produção do azeite são os mesmos desde seus primórdios. Após a colheita do dendê, este vai para o roldão onde é amassado, depois é lavado em um tanque, fervido para a evaporação da água e já está pronto para ser consumido em deliciosas receitas!
Dendezeiro
O dendezeiro é uma palmeira originária do oeste africano. Chegou ao Brasil junto com os primeiros escravos africanos, no século XVI, na Capitania de Pernambuco, cujo donatário era Duarte Coelho, onde foi cultivado com sucesso. O óleo de dendê é o segundo óleo mais utilizado no mundo, perdendo apenas para o de soja.