Ilhéus: viagem pelas páginas de Jorge Amado

Um dos mais aclamados escritores brasileiros, Jorge Amado foi o autor de obras inesquecíveis da nossa literatura, como “Capitães de areia” (1937), “Gabriela, cravo e canela” (1958), “Tenda dos milagres” (1969), “Tieta do Agreste” (1977) e tantos outros sucessos. Sua obra foi publicada em mais de 50 países e adaptada para diferentes mídias, e seus personagens fazem parte do imaginário dos brasileiros.

Ao falar sobre a vida de Jorge Amado, é difícil não mencionar Ilhéus – e é difícil visitar Ilhéus sem pensar em Jorge Amado. Apesar de ter nascido na vizinha Itabuna, o escritor adotou Ilhéus como sua cidade, tendo sido o lugar onde Jorge Amado passou a infância e cresceu. E as características de Ilhéus inspiraram muitos de seus livros: o mar, o cultivo do cacau nas grandes fazendas, os coronéis e o povo.

Assim, ao ser imortalizada na obra de Jorge Amado, essa cidade no litoral sul da Bahia, a 300 km de Salvador, ganhou fama internacional. Para os fãs do autor, Ilhéus é um destino imperdível, onde as histórias dos livros ganham vida e a ficção se confunde com a realidade.

Ilhéus
Foto por Márcio Filho – MTUR

Na Rua Jorge Amado, uma construção se destaca entre o comércio do centro de Ilhéus: um bem preservado palacete amarelo de estilo neoclássico. É o mesmo lugar onde Jorge Amado viveu por muitos anos durante a infância e a adolescência e que funciona desde 1997 como Casa de Cultura em sua homenagem.

Foto por Patrícia Chemin

Na visita guiada, é possível conhecer alguns cômodos da casa, que ainda guardam elementos originais da época, como partes do piso de jacarandá, escadas e janelas, e aprender mais sobre a vida e algumas peculiaridades de Jorge Amado.

Ilhéus
Foto por Márcio Filho – MTUR

A poucos passos de distância, junto à Catedral de São Sebastião, está o Bar Vesúvio. Aberto há mais de 100 anos e, antigamente, reduto dos coronéis do cacau, foi adquirido por um libanês na década de 1940, que casou com uma baiana. Dizem que essa foi a inspiração para os personagens Gabriela e Nacib, de “Gabriela, cravo e canela”.

Foto por Márcio Filho – MTUR

Verdade ou não, o bar ganhou fama e é indispensável conhecê-lo. Bem conservado por ser patrimônio tombado, tem mesinhas ao ar livre com vista para o mar, uma estátua de Jorge Amado bem na frente, perfeita para fotos, e um cardápio com pratos árabes, incluindo os famosos quibes do Nacib.

Ilhéus
Foto por Márcio Filho – MTUR

Outro estabelecimento de Ilhéus que aparece nas páginas de Jorge Amado é o Bataclan, antigo bordel que viveu seu auge nos anos 40. O local foi resgatado e passou por uma reformulação total. Ainda com a fachada original, hoje é um centro cultural, restaurante com o melhor da culinária baiana, bar e loja de chocolate. O local também recebe eventos e shows em estilo cabaré.

Foto por Márcio Filho – MTUR

Sem deixar a história de lado, na parte superior do Bataclan foi construída uma réplica do quarto de Maria Machadão, antiga proprietária e cafetina-mor do bordel, com móveis e utensílios de época.

Texto por: Patrícia Chemin

Foto destaque por: Márcio Filho – MTUR