Colônia Alemã – Bairro Friburgo (foto Nathália Weber)
A imigração alemã começou no século XIX, motivada pela forte industrialização do país que absorveu grande parte dos trabalhadores e estimulou a desvalorização do ofício de artesão (considerado não muito nobre). Junto com a tecnologia, as máquinas foram substituindo a já barata mão de obra não só nos centros urbanos como também na área rural. O descontentamento foi grande por parte da população que via no Brasil uma oportunidade única de possuir terras e um trabalho com salário digno.
Desde D. João VI, havia um plano para receber os germânicos, principalmente no Sul do Brasil, uma região despovoada e com intensa ameaça de invasão por parte da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. A partir de 1840, os germânicos vieram para trabalhar na cultura cafeeira, seduzidos por campanhas promovidas pelo governo brasileiro.
Porém, em 1859, o governo alemão proibiu a emigração, pois diversos problemas haviam sido apontados pelos que já estavam aqui: viagem em condições sub-humanas, clima oposto ao da terra natal, doenças tropicais, trabalho semiescravo e, para os protestantes, a segregação. Entre 1824 e 1969, aportaram por aqui 250.166 imigrantes germânicos.
Para os que se fixaram, a formação de núcleos era vital para a sobrevivência e a exigência de melhorias como médicos, escolas e moradias. Graças a essas colônias fechadas, é que muitos permaneceram e decidiram criar raízes no Brasil. Em 1891, os estados germânicos da Alsácia-Lorena e de Luxemburgo, Suíça, Áustria, Hungria, Romênia, Polônia, Rússia e as Províncias Bálticas foram unificados. Portanto, quando da imigração desses cidadãos, todos eram considerados alemães na época.
Depois da mudança de fronteiras após a Segunda Guerra Mundial, os descendentes são considerados teuto-brasileiros. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra, os imigrantes alemães sofreram com a proibição do uso de sua língua nativa e o confisco dos bens. Com essas intervenções, as colônias, antes fechadas, passaram a socializar e promover casamentos com imigrantes italianos.
Em Campinas, com a pujança do café, vieram os primeiros imigrantes. Frederich Tamerua comprou 800 alqueires entre Campinas, Indaiatuba e Monte Mor. Mais tarde, mudaram-se para a região os irmãos Krähenbühl, e a seguir os Steffen, Jürs, Klement, Armbrust, Quitzau, Wulf, Ulitzka, Albrecht, Schröder, Dobner, Skupien e Schäfer, perfazendo um total de 34 famílias. Surgiu então o bairro Friburgo (Friedburg – Castelo da Paz). Como na maioria das colônias alemãs, havia o incentivo à educação em língua alemã, atendimento médico e a solidariedade dos compatriotas. Em 1879, fundaram a Sociedade Escolar do Bairro Friburgo (Schulverein zu Friedburg), mantenedora da Escola Alemã de Friburgo (Deutsche Schule zu Friedburg) que teve de mudar seu nome durante a guerra para Sociedade Escolar do Bairro Friburgo.
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