Localizado no Rio Grande do Sul, no extremo sul do país, fazendo fronteira com o Uruguai, a cidade de Jaguarão guarda sua história de lutas e patriotismo. Seu Conjunto Histórico e Paisagístico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A cidade é ligada ao país vizinho por uma ponte aberta para interação: a Ponte Internacional Barão de Mauá, que liga Jaguarão à cidade de Rio Branco, no Uruguai. É o cartão-postal da cidade, levando muitos brasileiros a fazer compras no Uruguai.
O Centro Histórico merece uma visita sem preocupação com o tempo. São mais de 300 construções. As residências da Rua XV de Novembro destacam-se pela beleza das portas entalhadas à mão, em madeira nobre. Em sua maioria, são construções ecléticas de fins do século XIX e princípios do século XX, fase áurea da construção civil local.
O Mercado Público Municipal, construído entre 1864 e 1867, tinha o propósito de escoar os produtos aportados no rio Jaguarão, vindos dos mais diversos lugares, e promover a comercialização de pescados e demais gêneros alimentícios de produção local. Em estilo colonial português, é tombado como patrimônio histórico do Rio Grande do Sul e integrante do conjunto histórico e paisagístico da cidade, tombado pela União.
O Teatro Esperança, cujo início de sua construção foi em 1887, tornou-se uma grande casa de espetáculos nacionais e internacionais, e hoje abriga shows e eventos locais. A Casa de Cultura é considerada uma das relíquias arquitetônicas do estado gaúcho. O prédio compõe o conjunto de edificações históricas que configuram o entorno da Praça Dr. Alcides Marques. Seu primeiro uso, ainda no século XIX, foi como residência, e, nos primeiros anos do século XX, passou a funcionar como educandário, ligado a ordens religiosas.
Já a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, de 1847, é um dos raros templos católicos na região Sul a bem conservar as linhas gerais de seu aspecto original, tanto interna quanto externamente, o que lhe confere grande importância histórica, arquitetônica e artística. Possui altares de madeira esculpidos à mão, belíssimos vitrais e um parlatório em mármore de Carrara, com grande acervo mobiliário, de imagens sacras e documental.
Quem gosta de história não pode deixar de passar no Largo das Bandeiras. O local já serviu como depósito de material bélico do Exército. Há ainda a Praça do Desembarque, utilizada para que fossem aportados e escoados diversos produtos junto à costa do rio Jaguarão. Aí desembarcavam, também, muitas autoridades e pessoas que visitavam a cidade, quando o tráfego fluvial era intenso nesta região. Também conhecida como Praça da Marinha ou do Comércio, em diferentes momentos, a praça quase foi extinta no ano de 1822, quando o futuro líder da Revolução Farroupilha, na época Sargento-Major, Bento Gonçalves da Silva, manifestou o desejo de apossar-se de seu território.
Texto por: Patricia de Campos
Foto destaque por: Ubirajara Buddin Cruz, via Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0 International license, via Wikimedia Commons