Por Márcio Masulino
Em quíchua (idioma andino), Machu Picchu significa “velha montanha”. Uma cidade pré-colombiana, localizada a 2.400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba.
Considerada Patrimônio Mundial da UNESCO, a cidade construída sob ordens do imperador inca Pachacuti, no século XV, com o propósito de garantir maior segurança ao imperador e seus séquitos e facilitar a supervisão das regiões conquistadas, tornou-se nos dias atuais, um destino de peregrinação de turistas do mundo todo.
Em 24 de julho de 1911, o explorador Hiram Bingham, líder de uma expedição da Universidade de Yale, redescobriu e apresentou a “Cidade Perdida do Incas”, como ele denominou Machu Picchu, para o resto do mundo, por meio de seu livro “Lost City of the Incas”.
O termo redescobriu se deve ao fato de que outros relatos, de décadas passadas, apontavam que outros exploradores já haviam chegado à região.
O fato é que Hiram buscava, na verdade, encontrar a lendária capital Vilcabamba, onde formou-se um grupo de resistência à invasão espanhola, entre 1536 e 1572.
E, graças a um relato de um camponês, quando o explorador adentrava o cânion do Urubumba, ele soube da existência das ruínas, cobertas pela vegetação, no topo da montanha.
Intencionalmente, para controlar o intenso fluxo de pessoas que chegam à região, não existe uma estrada que ligue Cusco a Águas Calientes, povoado mais próxima ao parque. De Cusco, se deve seguir de carro ou trem até Ollantaytambo, e de lá seguir de trem para o povoado. Em Águas Calientes, pega-se um micro-ônibus para se chegar à montanha.
Para os mais aventureiros, existe as opções das trilhas guiadas de dois dias (12 km), ou de quatro dias (45 km), partindo de Águas Calientes. No caminho existem alojamentos para se passar as noites.
O complexo edificado de Machu Picchu compreende uma área de não menos de 90.000 metros quadrados e nos apresenta mais de 170 recintos, divididos por zona agrícola, ao sul, e zona urbana, onde aconteciam as atividades sociais, moradia e religiosidade.
A esta altura da viagem e depois de se ter acesso a vários aspectos da cultura inca, você já percebeu a complexidade e a sabedoria deste povo.
Ou seja, não é a hora de economizar na contratação de um profissional que vai lhe proporcionar, com riqueza de informações, uma verdadeira aula de história, engenharia, agronomia, astronomia e tantos outros saberes dos povos andinos. E nem precisa se preocupar em encontrar um, eles te acham.
Acredita-se, pelas evidências, que os construtores usaram critérios astronômicos e rituais nos alinhamentos de suas edificações, e que a resistência da cidade às intempéries (inclusive de terremotos), se deva ao seu elaborado sistema de drenagem, com 129 canais cruzando a área urbana e desembocando no fosso que a separa da área rural.
Seus muros e paredes são de pedra unida com argamassa de barro e outras substâncias e acredita-se que, em sua época, eram pintadas de amarelo ou vermelho.
Já nas construções da elite, eram usados blocos de granito, talhados em forma de prismas retangulares ou poligonais. A união dos blocos era feita com uma fina massa de material aglutinante, imperceptível aos olhos de um observador.
Outra característica nas construções incas são as portas e janelas em forma trapezoidal, mais estreita no topo do que na base.
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