Santos é um município considerado por muitos apenas uma ilha, mas a realidade é outra, pois a cidade é formada por ilhas e um trecho de continente.
A ilha mais conhecida é a que concentra a maior parte da população, das atividades comerciais, das praias e o porto, porém existem outras menores, localizadas à margem esquerda do estuário.
Junto com o continente formam a área continental de Santos. Para se ter uma ideia do tamanho dessa área ainda pouco conhecida, ela é seis vezes maior do que a Ilha de Santos e faz divisa com Cubatão, Santo André, Mogi das Cruzes, Bertioga e Guarujá. O acesso rodoviário é feito através da rodovia Dom Domenico Rangoni e pela rodovia Prestes Maia, antiga Rio—Santos.
Essa região foi muito próspera com o cultivo da banana. Ainda é possível vermos várias ruínas de senzalas, capelas, casas-grandes e também alambiques, cujos proprietários geralmente eram portugueses que se instalaram em grandes fazendas. Ainda sobrevivem muitas lendas e mitos gerados por indígenas e escravos que por aqui padeceram. A vida dos moradores era difícil, pois, sem as vias de acesso rodoviário, a única saída era enfrentar as trilhas no meio da mata e o mar, em barcos a remo. Isso era sobremaneira difícil, principalmente para aqueles que sofriam de alguma doença, pois o único lugar onde obter atendimento era a Santa Casa de Misericórdia de Santos. A sobrevivência vinha da pesca nos rios e do cultivo da terra; luxo não existia.
Hoje essa área está dividida em doze bairros, cada um com seu charme especial, sendo que 3 delas são ilhas: Bagres, Diana e Barnabé (veja post sobre Ilhas de Santos). Então, o que iremos mostrar aqui é um pouquinho da riqueza cultural e ambiental dessa porção de terra encravada nos morros e encostas da Serra do Mar, com rios que deságuam na Baía de Santos e no Canal de Bertioga.
No quilômetro 67 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni fica a entrada do Vale do Quilombo e já se pode sentir uma atmosfera diferente. Cercado pelos meandros da Mata Atlântica, podemos dizer que este vale ainda é um refúgio, como seu nome sugere. A história pulsa dentro das matas e seus moradores parecem viver como no início do século passado. Tecnologia não existe; o que se vê é capacidade de sobrevivência e o respeito do homem pelo meio ambiente. Aqui é possível se fartar com a natureza e a boa comida ainda dos tempos do sítio, com galinha criada solta e peixe com banana. Da antiga fazenda ainda existem ruínas dos tempos da escravidão. Muitos sítios arqueológicos já foram tombados por ali. No meio da trilha encontramos a barragem da Cosipa, um lugar para desfrutar das águas límpidas do Rio Quilombo.
Também chamado de Sítio das Neves, localiza-se junto à Enseada de Santa Rita, na entrada do Rio Jurubatuba. Foi nessa região que, em 1532, Pero de Góis instalou o sítio Madre de Deus e o entregou a seu irmão Luiz de Góis que, em 1546, nele fundou o famoso Engenho da Madre de Deus. Segundo alguns dados, esse foi o primeiro sítio do Brasil. O bairro fica na margem esquerda da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, entre os quilômetros 72 e 73, e distante 27 km do centro de Santos.
Muita história existe nesse local, pois em 1884, na Capela Nossa Senhora das Neves, ocorreu um incêndio que foi controlado pelo pessoal que estava no Valongo, ou seja, do outro lado da margem. Nossa Senhora das Neves era padroeira dos escravos e o feitor do engenho, Antônio Joaquim, foi considerado o autor desse sinistro, ateando fogo na capela de adoração dos cativos. Ao descobrirem o criminoso, não tiveram dúvidas: embeberam-no em querosene e seu fim foi o mesmo que o da capela.
De 1930 a 1935, a chácara pertenceu a João Esteves Martins que, nos fins de semana, levava dezenas de pessoas para fazerem piqueniques por lá. O pessoal preparava o almoço e o servia na Gruta Esteves, em mesas de pedra. No sítio existem as ruínas de um alambique.
O início da ocupação do bairro do Iriri, na Área Continental, se deu entre 1850 e 1860, com as primeiras plantações de banana na região. Em 2.000, o local tinha 23 moradores. A área do bairro é de 1.278.322,47 m2. A energia elétrica chegou por aqui somente em 2008. A origem do nome vem de fazendas existentes na região. Os pontos característicos do bairro são a Cachoeira do Iriri, a Fazenda Iriri e o Sítio Iriri.
Na esquina da antiga Piaçaguera com a Rio—Santos, já avistamos Monte Cabrão. É um bairro restrito entre a beira do rio e o pé do morro. Muitos dizem que seu nome vem do formato de uma cabra, mas disso ninguém tem certeza. Ao entrarmos pela estradinha já avistamos a lagoa, onde habitavam jacarés.
Na praça encontramos a Escola Rural de Monte Cabrão, a policlínica, o coreto e um belo campo de futebol, onde o Esporte Clube Monte Cabrão, com sua cor vermelha, recebe vários times da região. O futebol é bem valorizado, e se transforma num bom divertimento para os seus torcedores. Andando pela rua estreita, está a Capela de São Pedro Pescador. Seu design interior difere muito da maioria, por ser moderno, com afrescos pintados por missionários. Todo dia 29 de junho o bairro fica em festa, pois é o dia do seu Padroeiro. Ainda existem muitos chalés de madeira, como os da Ilha Diana, e um exemplo é a casa amarela que foi construída pela antiga Companhia Docas de Santos e está à espera de restauração. Muitos trabalhadores que não viviam da pesca e trabalhavam no porto iam e vinham nas barquinhas das Docas.
No bairro de Guapará, a 33 km do centro de Santos, temos algo inusitado: uma criação de búfalos da raça Murrah. Essa criação substituiu as plantações de banana na década de 1970. Hoje ainda existe a sede da fazenda de 1929, da família de Jaime Vasques. Outra curiosidade é que esse é o maior bairro do Município de Santos (considerando as áreas insular e continental): o Guarapá tem 6.991 km².
O bairro Trindade ainda é um reduto sem ocupação humana e fica encostado ao bairro de Monte Cabrão. Possui uma área de 4,99 km².
O bairro Caruara era uma fazenda bananeira à beira do canal de Bertioga. E a partir de 1950, se transformou em vários sítios. Hoje, a maior parte da população da Área Continental mora nesse bairro que tem uma boa infraestrutra com policlínica, escola, academia de ginástica, biblioteca e um comércio variado. Assim como os moradores são oriundos de vários locais, também possui atividades diversas como a pesca, a catação de caranguejo, o artesanato, pilotagem etc. Antes da construção da Rio—Santos, só era possível chegar ao bairro atravessando o Canal de Bertioga, do lado do Guarujá.
Localizado próximo a Caruara, Iriri e Trindade, a região de Cabuçu tem como ponto principal a Fazenda Cabuçu, com entrada situada às margens da Rodovia Rio—Santos e que conta com um roteiro de trilha ecológica, com córregos, cachoeiras, e fauna e flora exuberantes. A fazenda é uma referência histórica para a Baixada Santista, pois, no período de colonização, o lugar serviu de abrigo à Companhia de Jesus que montou um posto de catequese para os índios. Na primeira metade do século XX, a região foi ocupada por grandes plantações de bananas, cuja produção era transportada por vagonetes até as proximidades do Rio Cabuçu, e dali, por meio de barcos, até o Mercado Municipal de Santos.
Já o Caeté conta com um mirante que se situa a dois quilômetros da Fazenda Cabuçu. O acesso ao local se dá por uma trilha em aclive, de 1.200 metros, e permite a observação dos ecossistemas da mata pluvial de encosta, os manguezais, o Canal de Bertioga e a área urbana de Santos.
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