Eleito como uma das 7 maravilhas de Portugal e classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, o Mosteiro da Batalha situado no Concelho da Batalha é um destino obrigatório para quem visita o país. A simpática vila fica acerca de 100 quilômetros de Lisboa e tem em seu Mosteiro, o principal ponto turístico.
Para conhecer a História do Mosteiro, antes precisamos voltar no tempo e entender a batalha da qual ele prescinde.
Batalha de Aljubarrota
Estamos em 1385, em meio a Batalha de Aljubarrota, onde portugueses e castelhanos travam uma guerra pelo trono.
Do lado português, D. João I e seu General, Nuno Álvares Pereira, considerado um gênio militar, o maior deles. Vale destacar, que Nuno sagrou-se vencedor em todas as batalhas que enfrentou e sempre com menos combatentes que o opositor.
Do outro lado, D. João I de Castela, Rei de Castela e Leão, casado com a princesa D. Beatriz, filha do Rei Dom Fernando de Portugal.
Com a morte de Dom Fernando em 1383 e a falta de herdeiros homens, a independência de Portugal corria sérios riscos. A nomeação de D. João I como rei de Portugal em 1385, ano que cá estamos, tornou-se o motivo da disputa por espaço e poder na região de Castela. São 7.000 homens sob o comando do General Nuno, contra nada menos do que 30.000 homens do Rei de Castela. Mas calma, sem querer dar spoiler, lembre-se da sabedoria militar de Nuno.
Portugal vence a batalha, sendo decisiva para a consagração da independência portuguesa e o fim da instabilidade política da época.
A História do Mosteiro da Batalha
Em agradecimento à Virgem Maria pela vitória conquistada, D. João I inicia a construção do Mosteiro em 1388. Obra que perdurou até meados de 1517.
Assim como o Mosteiro dos Jerônimos, sua arquitetura é considerada como gótica tardia ou manuelino de Portugal. A riqueza de detalhes e simbologia impressionam até os mais desatentos.
Uma obra dessa magnitude e com este tempo de construção é influenciada por diversos arquitetos, mas foi o Mestre Huguet (Irlandês), sucessor de Afonso Domingues, que assina o fabuloso portal com 91 imagens que não se repetem, logo acima das 12 imagens dos apóstolos, seis de cada lado.
A posição dos apóstolos mostra a importância deles na sustentação de toda a igreja.
Ainda no portal encontra-se a representação de Jesus Cristo, dos profetas, papas, bispos, mártires e outros.
Igreja do Mosteiro
O templo impressiona com seu formato de cruz latina e seus mais de 30 metros de altura. Aqui encontram-se os túmulos de D. Lopo Dias de Souza, Mestre da Ordem de Cristo e de um dos arquitetos do Mosteiro, Mateus Fernandes, responsável pelo projeto das capelas imperfeitas.
Os restos mortais de D João I e da rainha D. Filipa de Lencastre estão na capela do fundador, onde se encontra a emocionante estátua do casal real de mãos dadas, na tampa do sarcófago.
Curiosidades:
- O Mosteiro da Batalha levou quase dois séculos para ser construído.
- D. João I, esposa e filhos foram sepultados no Mosteiro onde permanecem até os dias de hoje.
- Cinco anos após a batalha de Aljubarrota, D. Nuno comanda novamente o exército português na batalha de Valverde. Conta-se que na iminência de um derrota portuguesa encontraram o General rezando calmamente entre pedras. Após as orações ele retornou ao comando e “milagrosamente” ganhou a guerra.
- O nobre General Nuno de Santa Maria foi canonizado pelo Papa Bento XV em 26 de abril de 2009, sendo conhecido como São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável de Portugal.
- O General Nuno é o patrono da infantaria portuguesa.
- D. Henrique, filho de D. João I, foi o fundador da Escola de Sagres e um dos principais responsáveis pela capacidade marítima de Portugal.
Onde: Largo Infante Dom Henrique. Batalha – Portugal