Em uma verdadeira ode à brasilidade, Mundaréu de Mim, um espetáculo musical inédito e 100% nacional, estreia em outubro no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo. Com temáticas comuns a todos nós, a montagem trata sobre amor, luto e saudade de uma maneira leve, sendo apresentada a céu aberto, com uma grandiosa estrutura, onde os atores ficam em cena o tempo todo. As sessões ocorrerão entre os dias 6 a 29 de outubro, de sexta a domingo.
O espetáculo é apresentado por Ministério da Cultura, RICO, plataforma financeira e Instituto Brasileiro de Teatro e tem patrocínio RICO, plataforma financeira (@ricocomvc).
Mundaréu de Mim é pensado para ser um espetáculo completamente acessível e democratizado. Os ingressos serão gratuitos e não será necessário adquiri-los com antecedência. As sessões são liberadas para todos, mediante lotação. Além disso, a montagem conta com um intérprete de libras incorporado à montagem como um dos personagens em cena o tempo todo, um telão mostrando legendas das músicas para aqueles com deficiência auditiva e audiodescrição para aqueles com deficiência visual. O espaço ainda conta com locais reservados para PCDs, pessoas obesas e com mobilidade reduzida.
Tudo isso só é possível graças à estrutura gigantesca que será construída dentro da área hípica do Parque da Água Branca. Com capacidade para receber gratuitamente até 3 mil pessoas por sessão, o espetáculo conta com um cenário que lembra bastante um parque de diversões, com 22 metros de largura, montado a céu aberto e construído com ferro, madeira e cordas. Nele, os atores cantam, dançam e interagem com estruturas como redes, rampas, escorregadores e escadas, além de subirem em uma torre de 7 metros de altura. E, com tamanho impacto que a estrutura causa, áreas interativas e instagramáveis que remetem ao cenário foram colocadas ao redor do local da apresentação, para que o público possa brincar, tirar fotos e se sentir ainda mais dentro do espetáculo.
A montagem busca ainda trazer representatividade e, por isso, do texto à música, que mistura ritmos típicos brasileiros, como frevo e samba-enredo, é possível ver uma parte diferente de cada local do Brasil. São, ao todo, 18 atores, de diferentes regiões, como Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais que integram o elenco. São eles: Sara Chaves, Flávio Pacato, Vitor Rocha, Luiza Porto, Gabriel Vicente, Castilho, Larissa Noel, Marina Mathey, Wesley Leal, Lakís Farias, Nana Nunes, Leandro Vieira, Cainã Naira, Tassia Cabanas, Paulinho Ramos, Juliana Linhares, Danilo Canindé, Natasha Jascalevich.
Além disso, a banda — que também dentro no próprio cenário — é composta por 9 pessoas: Grazi Pizani, Marina Bastos, Cindy Borgani, Luis Rodrigues, Junior Kaboclo, Dessa Ferreira, Beto Lemos, Abhul Junior e Daniel Alfaro. Juntos, eles tocam, entre outros instrumentos, trompete, trombone, sax tenor, flauta, tuba, ganzá, chocalho, atabaque, cuíca e surdo.
Processo criativo
Mundaréu de Mim surgiu a partir da intenção do iBT (Instituto Brasileiro de Teatro) de colocar na rua um projeto que fosse nacional, gratuito e acessível. Naturalmente, por terem suas carreiras de prestígio associadas a um olhar apurado ao “ser brasileiro”, Vitor Rocha e sua parceira de trabalho de longa data, Luiza Porto, iniciaram o trabalho ainda em 2022.
No mesmo ano, Duda Maia foi convidada para se juntar ao time de Mundaréu de Mim. Com o texto em mãos e conhecida pelo fazer teatral bem característico, sua entrada foi fundamental para a construção do espetáculo. Para ela, os atores e atrizes são quem escolhem seus personagens e não o contrário. Assim, fez um processo de audição com uma particularidade: todos fizeram seus testes sem saber nada sobre o espetáculo, como sinopse e personagens. Sabiam apenas seu título.
Durante algumas semanas, eles participaram de um workshop onde a diretora pôde avaliá-los de maneira técnica, conhecer suas histórias e observar as relações que iam sendo construídas diante de seus olhos. Com confiança em suas escolhas, a fim de criar um elenco conciso e unido, foram selecionados 18 atores e, assim, distribuído os papéis. Com um detalhe importantíssimo para a construção: eles só iriam descobrir e desvendar o enredo da peça juntos e ao longo dos ensaios.
Durante muitas semanas o elenco ia estudando frase por frase do texto, sem saber como ele terminaria. Assim, os atores construíram seus personagens de maneira muito particular, usando o corpo e a voz como instrumentos ainda mais potentes, com a possibilidade de brincar com seus personagens e sugerir alterações tanto no texto quanto na direção.
Dessa forma, Mundaréu de Mim se consagra não apenas como uma montagem nacional e original, mas também como algo único, feito em um coletivo para ilustrar as diferentes particularidades das pessoas e do país.
Sinopse
Mundaréu de Mim se passa durante uma festa de Carnaval, comum a todos os brasileiros. Todo ano, durante todo o carnaval e na quarta-feira de cinzas, as pessoas que já partiram deste plano – mas não morreram, “viraram saudades”, como explica a montagem – podem voltar a caminhar entre os vivos, uma vez que na multidão e com fantasias não serão vistas.
É nesse curto período de tempo que a menina Graciela decide sair escondida da mãe para conhecer a festa mais famosa do Brasil. Por lá, ela esbarra em José, um homem que já “virou saudade” e que busca a ajuda de alguém ainda vivo para falar com uma pessoa do seu passado e explicar um mal entendido. Sem ingresso e se escondendo da mãe, que, ciente de sua ansiedade de ir até a avenida pular Carnaval, vai atrás dela, Graciela e José decidem se apoiar – ela, para conseguir entrar no evento; ele, para encontrar a pessoa de seu passado – acabam vivendo uma aventura capaz de redesenhar a história da vida dos dois do começo ao fim.
Na montagem, Graciela, uma menina doce e curiosa, cheia de vontades e anseios por grandes aventuras, é interpretada por Sara Chaves. Ela mora com sua mãe, Aurora, uma mulher forte e protetora, papel que ganha vida através de Cainã Naira, que sonha em ver sua filha tocando o negócio da família, o que não é correspondido por Graciela. Ano após ano ela nutre uma vontade de ir para a avenida conferir de pertinho a festa do Carnaval, porém sua mãe nunca permitiu.
Enquanto isso, Flávio Pacato dá vida a José, um homem simpático e engraçado que já “virou saudade” há algum tempo. Todos os anos, de acordo com a regra, ele pode assumir sua antiga forma de gente no carnaval e aproveita disso para tentar reencontrar uma pessoa específica de seu passado. É assim que o caminho dele e de Graciela acabam se cruzando e se transformando para sempre.
A direção é de Duda Maia, com texto de Vitor Rocha e direção geral de Oliver Tibeau, Vitor Rocha e Luiza Porto. A direção musical fica a cargo da cantora Josyara, e Gui Leal entra como compositor e preparador vocal.
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