Inaugurado em 1819, por iniciativa do rei Carlos III, o Museu do Prado em Madri é um dos museus mais importantes do mundo. Inicialmente, seu nome era Museu Nacional de Pintura e Escultura e, em 1868 passa a ser Museu de Pintura e Escultura e, finalmente, Museo Nacional del Prado. Sua construção se deu na intenção de transformar a cidade de Madri em uma poderosa capital de reino. Então, o projeto do edifício, que um dia seria um dos grandes polos culturais da Europa, foi concebido pelo arquiteto real Juan de Villanueva. Seu primeiro objetivo era ter um local para abrigar o Gabinete de História Natural.
Villanueva foi um dos mais talentosos arquitetos da Espanha, do século XVIII. Formou-se na Academia de Belas Artes de São Fernando. Quando em Roma, foi arquiteto chefe da Ordem dos Jerônimos do Escorial, Ordem esta originada em 1373, muito próxima dos reis da Espanha e de Portugal. Além do Museu do Prado, Villanueva, com inspiração neoclássica projetou, entre suas muitas obras, o Observatório Astronômico e a Praça Maior de Madri.
As obras do Museu do Prado não foram ininterruptas. Começaram no reinado de Carlos III, passaram pelos reinados de Carlos IV, Fernando VII, José I (irmão de Napoleão Bonaparte), Fernando VII, Isabel II e só terminaram no reinado de Amadeu I. No meio da construção, com a invasão de Napoleão Bonaparte e, consequentemente, a Guerra da Independência Espanhola, entre 1807 e 1814, as obras ficaram paralisadas e o futuro museu foi usado como quartel militar. Com a Espanha soberana outra vez, a rainha Isabel II se empenhou ao máximo em continuar essa belíssima edificação. Infelizmente, Isabel morreu antes de ver o Museu do Prado concluído.
As obras pertencentes ao Museu do Prado são uma mostra do grande império que a Espanha foi. Os reis conseguiram amealhar artistas importantíssimos em coleções que chegam ao número de cem de alguns pintores famosos. Não é a toa que esse Museu é um dos mais valiosos no mundo. O visitante se extasiará com telas assinadas por tantos nomes conhecidos e se surpreenderá com outras tantas em beleza, plasticidade e representatividade dos mesmos.
O primeiro pintor a ter seus trabalhos expostos foi Ticiano Vecellio, grande representante da Escola de Veneza do Renascimento Italiano, nascido em 1488. Além de ser amigo de Michelangelo, foi um dos principais pintores do rei Filipe II da Espanha. As telas de Ticiano figuram na maioria das grandes coleções do mundo e aqui, no Museu do Prado podemos ver: O Bacanal dos Andrianos, Santíssima Trindade, Vênus e Adonis, Mater Dolorosa com Mãos Abertas, Danaë e a Chuva de Ouro, O Sepultamento, Salomé e Autorretrato, entre outros.
Além de Ticiano, “desfilam” nas paredes do Museu do Prado mais de cinquenta artistas renomados e conhecidos não só pelos amantes das artes, mas também pelo público em geral. Alguns nomes: Anton Raphael Mengs, Bartolomé Bermejo, Claude Lorrain, Diego Velázquez, El Greco, Francisco Goya, Hieronymus Bosh, José de Madrazo y Agudo, Lucas Cranach, Giambattista Pittone, Nicolas Poussin, Pieter Brueghel, Rembrandt, Sandro Botticelli, Tintoretto.
São inúmeros temas em telas de valor imensuráveis, onde o visitante pode se deliciar nas pinceladas desses mestres: Santos, Novo Testamento e Apócrifos, Retrato Real, Nu, Retrato Civil, Ofícios e Profissões, Iconografia da Virgem, Deuses Mitológicos, Realidade Social e Antigo Testamento.
Um trabalho é considerado como obra-prima quando este é considerado o melhor trabalho do autor. Possuir uma obra-prima é como possuir um tesouro e o Museu do Prado é possuidor não de uma, mas de muitas obras-primas, dos mais cobiçados pintores de todo o mundo. Exemplos: O Lavatório, de Tintoretto – O Jardim das Delícias, de Bosco – O Cavaleiro da Mão ao Peito, de El Greco – O 3 de Maio de 1808, de Goya – As Meninas, de Velázquez – Artemisa, de Rembrandt – Davi e Golias, de Caravaggio – Nastagio Degli Onesti, de Botticelli.
O Museu Prado oferece roteiros de visitas para 1, 2 ou 3 horas. Isso é muito interessante, pois facilita os que querem usufruir da melhor forma o que o Museu tem a oferecer.
Na visita de 1 hora são selecionadas 15 obras, entre elas: Crucificação, de Juan de Flandres; As Meninas, de Velázquez; e O Cardeal, de Rafael.
Na visita de 2 horas são selecionadas 30 obras, entre elas: Agnus Dei, de Francisco de Zurbarán; Davi e Golias, de Caravaggio; e Jardim das Delícias, de El Bosco.
Na visita de 3 horas são selecionadas 54 obras, entre elas: Auto de Fé presidido por Santo Domingo de Guzmán, de Pedro Berruguete; Adoração dos Pastores, de El Greco; e A Família de Carlos IV, de Goya.
O Museu do Prado é mais uma conquista espanhola que oferece ao público uma coleção inigualável dos grandes mestres. Graças à iniciativa real, atualmente temos a oportunidade de conhecer os gênios das artes e aprender um pouco mais, dentro das suas perspectivas, a história da humanidade.
Onde: Paseo del Prado, s / n ° – Madri.
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