Guardião da história imperial brasileira, o Museu Imperial é o maior representante do período monárquico, com acervo único e de importância imensurável.
Abrigado no Palácio de Petrópolis, sua história começa quando D. Pedro I, em 1822, viajou para Minas Gerais. Ao subir a Serra da Estrela, o príncipe adorou o clima e as paisagens e, oito anos depois, comprou a Fazenda do Córrego Seco, situada onde hoje é a cidade de Petrópolis. Com a ida do já então Imperador D. Pedro I para Portugal e posteriormente sua morte, a Fazenda do Córrego Seco foi deixada como herança a D. Pedro II.
O Palácio
Com enorme apreço pela região, D. Pedro II, em 1843, por meio de decreto, fundou a cidade de Petrópolis. Para tanto, o Imperador trouxe mão de obra de imigrantes alemães e também o engenheiro da Fazenda Imperial, major Julius Friedrich Koeler. Todos com o objetivo de colonizar a região, erguer a cidade e construir o Palácio, em estilo neoclássico, que só ficou pronto em 1862.
Quando o engenheiro Koeler faleceu, a construção foi liderada por Cristóforo Bonini e, mais tarde, pelos arquitetos José Maria Jacinto Rebelo e Joaquim Cândido Guillobel, ambos ligados à Academia Imperial de Belas Artes. A decoração ficou a cargo de Manuel Araújo Porto Alegre. O paisagista Jean-Baptiste Binot, junto com D. Pedro II, planejou o jardim. Materiais como: mármore belga, jacarandá, pau-cetim, cedro, vinhático e pau rosa, completam a beleza interior.
Com tanto empenho e zelo depositados, a cidade de Petrópolis se transformou em refúgio de verão para a família imperial e a aristocracia.
Contudo, com a Proclamação da República em 1889 e a família imperial banida, a Princesa Isabel alugou o Palácio para o Educandário Notre Dame de Sion, entre os anos de 1893 e 1908. Mais tarde, para o Colégio São Vicente de Paulo, até 1939.
A concepção de transformar o Palácio de Petrópolis em um museu veio do político e ex-aluno do Colégio São Vicente, Alcindo de Azevedo Sodré, que fez com que Getúlio Vargas, por decreto de 1940, criasse o Museu Imperial.
O surgimento
Como diretor, Alcindo de Azevedo Sodré, iniciou os primeiros passos para a constituição do Museu Imperial. Para isso, foram necessários o estudo do próprio edifício e localizar os antigos pertences da família imperial. Esses pertences estavam espalhados em outros palácios e nas mãos de colecionadores. Portanto, grande parte do acervo foi conquistada por meio de doações desses colecionadores que se sensibilizaram com o tamanho da iniciativa de preservar a memória imperial brasileira.
Sendo assim, o Museu Imperial foi inaugurado em 1943 e, desde então, vem juntando objetos, documentos, livros e outros relativos, e hoje conta com 300 mil itens.
Acervo
Já na entrada, está a estátua de D. Pedro II, em meio ao jardim que, em tempos idos, foi projetado por ele. Nesse jardim, muitas espécies exóticas foram cultivadas a mando do próprio Imperador. Aqui, até as plantas tornam-se parte do acervo histórico.
Dentre os mais de 300 mil itens, podemos ver peças raríssimas como uma espécie de cravo, confeccionado por Mathias Bosten, que é um exemplar único no mundo. Outro ponto alto são as coroas de D. Pedro I e de D. Pedro II, juntamente com os trajes e o cetro. O conjunto todo; – a coroa, o traje e o cetro -; pesa muitos quilos por conta da quantidade de pedras preciosas encravadas.
Outros destaques são: o berço de gesso folheado a ouro, com o dragão, símbolo animal da Família Real; e o trono de D. Pedro II.
Modernização
Por meio de novas tecnologias, como a digitalização, o acervo do Museu Imperial está disponível ao público, com detalhamento de cada peça e documentos. Até agora, são cerca de mil itens e 12.764 imagens. Entre esses itens podemos conhecer coleções de gravuras, pinturas do século XIX, litografias, livros da Coleção Viajantes. Destaque para a Coleção do barão de Mamoré, onde está a correspondência entre o conde D’Eu e o barão que trata da importância da libertação dos escravos.
Educativo
A aproximação das escolas com o Museu Imperial oferece projetos com duas peças teatrais. A “Dom Ratão” e a “Um Verão no Palácio Imperial”. Também são feitas visitas mediadas. E a Caixa das Descobertas, com o objetivo de explorar objetos do cotidiano e sua trajetória histórico-temporal. Não podemos deixar de citar a Biblioteca Rocambole com programação e títulos diversificados, além de contação de histórias.
Eventos
Espetáculo “Som e Luz” – um dos atrativos mais procurados acontece nas quintas e nos sábados, às 20h e dura 45 minutos. É uma viagem no tempo por meio de um filme projetado em cortina de água
A dramatização “Um Sarau Imperial” – retrata a vida social brasileira no século XIX. Poesias, modinhas e conversas fazem parte da interatividade do público. Acontece nas quintas, sextas e sábados às 18h30, no Cineteatro do Museu.
Pesquisa
Arquivo Histórico – um dos principais setores do Museu Imperial é o Arquivo Histórico com seus 250 mil documentos. Muitos estudantes, historiadores, escritores e até roteiristas e cineastas utilizam esses documentos.
Biblioteca – com 60 mil títulos de história do Brasil e, alguns exemplares raríssimos como o livro “Le imagini i dei gli antichi”, de Vicenzo Cartari, publicado em 1567.
Onde: Rua da Imperatriz, 220 – (24) 2233-0300 – Petrópolis.
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