Um pouco da história dos naufrágios em Florianópolis
A Ilha de Santa Catarina, pertencente ao município de Florianópolis, mais conhecida como ilha da Magia, esconde embaixo de sua superfície de águas azuis um mundo de naufrágios, que contam a história de séculos de navegação e expedições ao largo da parte ocidental do Oceano Atlântico Sul.
Florianópolis é uma das três ilhas-capitais do Brasil, localizada a leste do estado de Santa Catarina e banhada pelo Oceano Atlântico. A ilha de Santa Catarina apresenta uma forma alongada em comprimento e estreita em largura, com um litoral bastante recortado originando diversas enseadas, pontas, ilhas e ilhotas, baías, lagunas e lagoas e é graças a estas características litorâneas somadas com um clima nem sempre ameno, com fortes ventos e densas neblinas que resultou em diversos acidentes envolvendo embarcações, dando origem a esse mundo mágico de naufrágios que fazem a alegria de exploradores e mergulhadores.
Existem na Ilha de Santa Catarina mais de 40 naufrágios catalogados e não é atoa que a Praia de Naufragados, como já diz o nome, é considerada um santuário brasileiro dos naufrágios. A praia tem esse nome por conta de um naufrágio, que pode ser o mais antigo conhecido da América do Sul, onde os sobreviventes se refugiaram nesta praia e também onde sepultaram seus colegas mortos. Ainda existe muita discussão a cerca de que naufrágio seria este, uns dizem que seria o La Provedora, da esquadra espanhola do Rei Felipe II, outros que era um navio que levava um grupo de imigrantes açorianos para o Rio Grande do Sul para fundar a atual cidade de Porto Alegre em meados do século XVI.
Outras surpresas
Porém, não só navios expedicionários repousam no leito do Atlântico nas redondezas da Ilha de Santa Catarina. O U-513, submarino de guerra alemão, que durante a Segunda Guerra Mundial foi bombardeado pelo hidroavião americano Tender USS Barnegat, repousa no leito marinho a aproximadamente 133 metros de profundidade à 140 quilômetros da costa de Florianópolis. Seus destroços foram encontrados pela família Schurmann em 2014, 10 anos após o inicio de sua busca. Por ser considerado um túmulo de guerra, a Marinha do Brasil não permite sua exploração interna.
Dos navios expedicionários dos séculos passados, submarinos da Segunda Guerra Mundial, agora chegamos a famosa frota pesqueira do sul do Brasil, o Atuneiro Alalunga VII que na madrugada de 12 de Janeiro de 2008 retornava da pescaria no litoral gaúcho com destino a Itajaí/SC, com cerca de 70 toneladas de pescados, acabou colidindo com uma laje de pedras adjacente a ilha do Xavier em Florianópolis. Este naufrágio está localizado à apenas 1,2 quilometro da costa leste da ilha, em frente a Praia Mole, e sua profundidade é de aproximadamente 20 metros, tornando um mergulho fácil e bem interessante. Esta embarcação foi construída em Itajaí e custou um total de 5,4 milhões de reais e logo em sua segunda viagem foi ao fundo por conta deste acidente repousando junto com tantos outros nesta costa maravilhosa.
Por Vinicius Bitencurt
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