Protetora dos marinheiros e dos pescadores, Nossa Senhora dos Navegantes tem devotos em grande número espalhados pelo Brasil
As primitivas e frágeis embarcações cruzavam o Mar Mediterrâneo, levando os cruzados que iam combater na Terra Santa. Era-lhes comum enfrentar, antes das afiadas lâminas das cimitarras, as tempestades, as ondas traiçoeiras e os naufrágios. Os que se aventuravam nada podiam fazer a não ser entregar suas vidas nas mãos de Nossa Senhora, que os direcionava para o porto da salvação eterna.
Assim nasceu a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, que protegia também, séculos depois, os marinheiros portugueses e espanhóis que se lançaram na conquista do novo mundo. Toda expedição era precedida de uma missa, na qual os marujos pediam o amparo da Mãe durante as viagens. Era comum, na proa das naus, haver uma efígie de Nossa Senhora, que para os marinheiros era a garantia da boa sorte nas travessias.
No Brasil
No Brasil, a devoção chegou com os portugueses e virou tradição não só entre os marinheiros, mas principalmente entre os pescadores, que diariamente se deparam com as intempéries e caprichos das marés, nas várias cidades litorâneas do País. Porto Alegre-RS, Santos-SP, Penedo-AL, Macuripe-CE e Cananéia-SP são alguns dos municípios que devotam a Nossa Senhora dos Navegantes honras especiais.
A capital gaúcha celebra no dia 2 de fevereiro sua festa, em homenagem à protetora dos marujos e pescadores. Nessa ocasião, inúmeras embarcações desfilam pelo Rio Guaíba lançando flores nas águas.
Na cidade de Cananéia, a imagem da Nossa Senhora dos Navegantes é retirada da Igreja para abrilhantar a procissão de barcos pelo lagamar. A escolha do barco que levará a imagem se da na manhã do mesmo do dia, em um concurso que escolhe o barco de pesca mais enfeitado. Antes do retorno da imagem, os fieis a seguem em nova procissão pelas ruas da cidade.
Em todo o Brasil, no entanto, a Virgem recebe honrarias semelhantes. No país de maior extensão litorânea, a devoção se renova e se perpetua a cada dia.
Fonte: Maria de Nazaré/Editora Aloha
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