Quase desconhecida, a cidade de Oeiras foi capital do Piauí até 1852 e está a 315 km de Teresina, localizada do semiárido do estado. É conhecida ainda como a “capital da fé” pela sua forte religiosidade e por ser um ponto de peregrinação de fiéis em diversas datas cristãs, sendo a maior delas a Semana Santa, com festejos de Domingo de Ramos, Procissão de Bom Jesus dos Passos e a Procissão do Fogaréu, composta somente por homens.
As festas do Divino e da padroeira Nossa Senhora da Vitória, celebrada em 15 de agosto, são outras datas que atraem os fiéis a Oeiras.
A devoção está em toda a parte, como no Morro do Leme, onde fica a estátua de Nossa Senhora da Vitória. Para alcançar o topo, há uma escadaria íngreme com 160 degraus, todos pintados por Rodrigo Lustosa, artista local. Durante a subida estão dispostos alguns bancos e pequenos mirantes, e do topo se tem a vista de toda a região.
O centro histórico guarda 235 imóveis de várias correntes arquitetônicas, como a luso-brasileira, arquitetura do imigrante e a eclética.
Vale a pena começar o passeio pela Catedral de Nossa Senhora da Vitória, em estilo barroco colonial do século XVIII. Foi erguida com apenas uma torre para evitar a cobrança de impostos pela coroa portuguesa, e concluída em 1733. É a igreja mais antiga do Piauí.
O Cine Teatro Oeiras, em estilo art decó é da década de 1940 e faz parecer que se está voltando no tempo. Uma das mais bonitas casas, construída no século XIX, é conhecida como o Solar das Doze Janelas. Já o Palácio João Nepomuceno, construído na primeira metade do século XIX, abriga o Museu de Arte Sacra da cidade.
Há ainda a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, do século XVIII. Inicialmente a igreja era frequentada apenas pelos negros. Há também a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos, do século XIX.
Um ponto histórico é a chamada Casa da Pólvora, toda em pedra e considerada a única edificação militar do período colonial do Piauí que ainda existe. Fechando o passeio na cidade, visite o Morro da Cruz, com a cruz formada por pedras sobrepostas há mais de 100 anos.
Texto por: Patricia de Campos
Foto destaque por: JACINTO JERRY / Prefeitura Municipal de Oeiras / reprodução via http://oeiras.pi.gov.br/