arquitetura

Palácio Guanabara

Fachada do Palácio Guanabara. Foto Carlos Magno

O antigo Paço Isabel, hoje Palácio Guanabara, é a sede do governo do Estado do Rio de Janeiro. Começou a ser construído no ano de 1853, por José Machado Coelho, proprietário e onde morou até a sua venda para a família real brasileira, em 1865. Ao ser reformado, a Princesa Isabel e o Conde d’Eu o transformaram em sua residência até a Proclamação da República, em 1889.

Após a Proclamação da República, o Palácio foi confiscado e repassado à União. Até hoje, descendentes da Família Real estão reivindicando a propriedade, por meio da justiça, sendo um dos processos mais antigos do Brasil.

Foi a própria Princesa Isabel a autora da ação que pede a indenização da União pela tomada do então Paço Isabel. O decreto 447/1891 de Marechal Deodoro consta que: “art. 1° Ficam incorporados ao próprios nacionais todos os bens que constituíam o dote ou patrimônio concedido por atos do extinto regime à ex-princesa imperial D. Isabel, Condessa d’Eu; bem assim o imóvel denominado Palacete Leopoldina – e sito à rua Duque de Saxe.”. Em 1895, a princesa ajuizou a ação possessória. A questão chegou ao Supremo Tribunal de Justiça – STJ, em 2009, após o TRF da 2ª. Região entender que o Palácio pertence à União. Porém, o julgamento que estava marcado para setembro de 2018, foi adiado.

Questões judiciais a parte, em 1908, o Palácio Guanabara sofre mais uma reforma e sua fachada recebe elementos ecléticos.

No Estado Novo, Getúlio Vargas fez do Palácio a residência oficial do Presidente da República, entre os anos de 1937 e 1945.

Em 1960, a união doa o Palácio ao Estado do Rio de Janeiro, tornando-se sede do Governo Estadual.

Restauração da edifcação

Jardim de Inverno. Foto Shana Reis

O Palácio Guanabara passou pela mais completa restauração de sua história. Além do prédio histórico, o trabalho incluiu o restauro dos jardins, do mobiliário de época e do acervo de obras de arte. Focada na preservação da história de toda área que abriga a sede do Governo do Estado, a reforma buscou aliar a modernização à originalidade do palacete. O projeto se preocupou também com a sustentabilidade e acessibilidade da edificação.

A primeira vista, chama a atenção o retorno à cor original de 1908: os tons de ocre valorizam adornos e colunas, assim como a recuperação das cúpulas rotundas laterais e a escadaria com o piso em mosaico. A descoberta do embasamento original em pedra e as cantarias das janelas, da época em que o Palácio era chamado de Paço Isabel, foram limpos, preservados e novamente expostos. Assim como também foi encontrado, no pavimento térreo, o “piso pé-de-moleque”, também original do Paço Isabel e agora protegido por vidro. Outro achado, também no térreo, pisos de ladrilhos hidráulicos originais do ano de 1908.

Muitas peças que compõem o mobiliário do Palácio foram adquiridas no século XIX e datam da época em que a Princesa Isabel morava no palacete. Outros móveis foram incorporados posteriormente, quando o Palácio foi reformado em 1920, para receber os reis da Bélgica. Ao todo são 106 peças de diferentes estilos, como Manuelino, Rococó, Luís XV e Chippendale.

Com o objetivo de valorizar ainda mais a fachada histórica do Palácio, a nova iluminação utiliza lâmpadas de LED.

Restauração do acervo

O acervo de quadros históricos foi restaurado por especialistas liderados pelo consultor Cláudio Valério Teixeira. No total, foram recuperados 42 quadros com destaque para: “A morte de Estácio de Sá”, de Antônio Parreiras; “Abdicação de Dom Pedro I”, de Aurélio Figueiredo; e “Lição de Violino”, de Oswaldo Teixeira, onde o autor retrata a própria mãe, muito severa, ensinando a filha a tocar o instrumento.

Onde: Rua Pinheiro Machado, s/n° – Rio de Janeiro.

Para saber mais dicas de turismo e cultura:  CidadeeCultura.com

Salão Nobre. Foto Paulo Vitor
Salao Verde. Foto Paulo Vitor

 

 

Renata Weber Neiva

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