O Palazzo Vecchio é uma das maravilhas de Florença, capital da Toscana, Itália. Sua construção data de 1299, projetado por Arnolfo di Cambio. O objetivo da edificação era a proteção dos membros do governo (entre eles, Dante Alighiere), por isso seu primeiro nome foi Palazzo del Priori. A estrutura que vemos hoje é o resultado de muitas ampliações gerenciadas ao longo de quatro séculos.
Para entendermos a importância histórica do Palazzo Vecchio, temos que entender também a importância de Florença, principalmente no século XIII, data em que o Palazzo foi construído. No século IV a.C., aqui viviam os etruscos, mais tarde dominados por Roma. A cidade de Florença teve seu início em um acampamento de soldados romanos, que cortava as vias para o Mar Tirreno e a Cordilheira dos Apeninos. Seu primeiro nome foi Florentia. Por sua posição estratégica e solo rico, Florença se destacou na agricultura e um centro de intercâmbio de mercadorias. Após a queda do Império Romano, muitas regiões se transformaram em pequenos reinos. Durante esse período as invasões e disputas familiares pelo poder eram comuns.
Entre dominada e dominadora, Florença foi se fortificando e, no século XIII, já era uma das potências europeias. Por seu poderio econômico, a cidade foi uma espécie de “banco” que emprestava grandes somas de dinheiro aos reis europeus, em troca de arrecadação de impostos. Outro salto na influência florentina foi a capitulação de Pisa em 1406, e assim a conquista da via marítima, que facilitou ainda mais o escoamento de produtos. Grande parte da riqueza obtida pelo comércio ficou na própria cidade, nas construções que hoje visitamos e admiramos.
Próspera, Florença atraiu toda sorte de artesãos e prestadores de serviço, transformando-se em uma cidade cosmopolita. Aqui, é considerado o berço do Renascimento, no século XV, e berço da poderosa família Médici, com Cosme, o Velho, um grande mecenas que financiou obras magníficas. Os Médici governaram Florença por 350 anos, com apoio do papado e, entre subidas e descidas do governo, a dinastia viu seu fim quando, em 1861, a Toscana foi anexada ao Reino da Itália. Quatro mais tarde, Florença se tornou capital do Reino da Itália, perdendo o título em 1871 para a cidade de Roma.
O Palazzo Vecchio ainda é o centro da governança de Florença e abriga a prefeitura. Além das funções administrativas, no local podemos visitar o Museu e suas instalações.
Um dos mais destacados cartões postais da cidade, a Torre de Arnolfo, situada na fachada principal do Palazzo Vecchio, foi edificada em 1310 em cima de uma construção pré-existente. Possui 94 metros de altura e foi uma espécie de presídio. No campanário, três sinos que soam com objetivos diferentes: o primeiro (Martinella), chama os fieis; o segundo badala somente ao meio-dia; e o terceiro, maior, os dobrados. O relógio, confeccionado por Giorgio Lederle di Augusta é datado de 1667.
Na parte antiga, podemos observar alguns arcos com buracos que serviam para jogar óleo quente ou pedras, nos invasores. As estátuas externas, “Marzocco” e “Judite e Oloferne”, são obras de Donatello. Há também uma réplica de “David” de Michelangelo, pois a original foi transferida para a Galeria da Academia em 1873. Os nove brasões representam a “alma política” da cidade de Florença. Destaque para a porta a Alfândega, ao lado norte, pois por aqui passavam todas as mercadorias que ficavam armazenadas no subterrâneo do Palazzo.
Três pátios internos, decorados em vários estilos, exibem obras de arte como a “Putto con delfino” de Andrea del Verrocchino, e “Sansone e il Filisteo” de Pierino da Vinci.
O Salone dei Cinquecento (Salão dos Quinhentos) é um dos maiores de toda a Itália com 23 metros de largura e 54 metros de comprimento. Foi construído em 1494, e recebeu esse nome por ter sido sede do Conselho Maior composto por quinhentos membros. Ricamente decorado, esse salão abriga em suas paredes passagens importantes da história da cidade, com afrescos confeccionados por renomados pintores dos séculos XV e XVI. Aqui temos a oportunidade de ver as esculturas de Bandinelli, Vincenzo de Rossi e Michelangelo, as tapeçarias pertencentes aos Médici e o Estúdio de Francisco I (uma sala anexa, sem paredes e decorada por Vasari).
Também conhecidas como Apartamentos Monumentais, essas salas eram destinadas aos Priores e podem ser visitadas, como a do Leão X e a do Clemente VII. No segundo andar, a área privativa de Cosme I é dedicada ao “Ar, Terra, Água e Fogo”, denominada como Apartamento dos Elementos. Também no segundo andar destaque para o Apartamento de Leonor com a magnífica obra de Agnolo Bronzino, “Travessia do Mar Vermelho”, e no corredor de acesso, a máscara mortuária de Dante Alighiere.
Continuando, outras salas com obras de Battista Botticelli, Giusto Susterman, Fevère, Giuliano da Maiano, Van Assel, Francisco Salviati, Ridolfo del Ghirlandaio, Domenico Ghirlandaio, Mariano Graziadei da Pescia, Benedetto da Maiano, Dionigi Nigetti, Gionvanni Stradano, Ignazio Danti, Vincenzo Danti, Santi di Tito, Stefano Buonsignori, Andrea Orcagna, entre outros.
As salas: Sala das Sabinas, Sala de Ester, Sala de Penélope, Sala de Gualdrada, Sala da Audiência, Sala dos Lírios, Sala dos Mapas Geográficos, Velha Chancelaria (busto de Maquiavel), Saleta, Estúdio e Capela da Signoria.
Visitar o Palazzio Vecchio é voltar no tempo da efervescência artística italiana, no tempo dos grandes nomes que, volta e meia, permeiam nosso imaginário. Voltar no tempo das grandes inspirações e no recomeço do conhecimento do Homem como centro do Universo.
Onde: Piazza dela Signoria – Florença.
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