Conversamos com Viviane Buchia Neri, gestora do Parque Estadual da Ilha Anchieta, que nos explicou o funcionamento desta como um todo.
“Aqui é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral na categoria de Parque Estadual. O trabalho é feito por meio de programas, tais como: pesquisas para estudo sobre meio ambiente; aspectos culturais e de fiscalização realizada junto à polícia ambiental, devido aos problemas de caça, pesca e de certa forma um turismo desordenado que causa impacto ambiental à natureza. Desenvolvemos os trabalhos junto à comunidade por meio do Conselho Consultivo. Assim como um programa de visitação pública com oportunidade para a Educação Ambiental e Turismo com o contato com a natureza. Na ilha há uma represa que fornece energia para o parque com uma micro hidrelétrica, na qual abordamos a importância do armazenamento de água e sua distribuição.
Em relação à fauna local, não reconhecemos nenhum animal endêmico, pois esta ilha foi muito devastada. Se compararmos uma foto área de 1954 a uma atual, na anterior quase não tinha vegetação, pois na época do presídio viviam duas mil famílias, que se abasteciam também dos recursos naturais como a madeira.
Hoje a vegetação está se restabelecendo. A fauna normal de um sistema insular é avi-fauna, répteis e anfíbios, em qualquer ilha que você vá não há grandes mamíferos. Em 1983 houve a introdução da capivara pela Fundação Zoológico, que teve duas conotações. Uma era a pesquisa de como seria a introdução de animais exóticos num ambiente fechado, ou seja, numa ilha, pois dessa forma o monitoramento é mais eficaz. A outra conotação era a luta ambiental para a preservação. Isso porque uma grande rede hoteleira estaria disposta a construir um empreendimento enorme usando o argumento de que como a ilha não tinha mais vegetação e animais, o espaço seria propício à construção civil, então na época a Fundação da Cultura desenvolveu esse projeto.
Existe um mito muito grande que as capivaras estão causando impacto ambiental. E com isso a vegetação não está se regenerando… Mas o que estamos assistindo não é nada disso. Em 1983 foram introduzidas sete capivaras, em dez anos contamos setenta. “Houve a mistura genética e hoje está havendo um declínio na população destes animais.”
Viviane, que trabalha há 20 anos na área ambiental de vegetação, tem percebido que a capivara está ajudando no processo de regeneração. Para que a vegetação comece a restabelecer o crescimento das “orelhas de burro” é fundamental o papel da capivara, pois esta só come o capim, permitindo o crescimento de outras plantas. Portanto, ao contrário do que dizem, a capivara está contribuindo para a volta da flora nativa. “Além das capivaras foram introduzidos tamanduá, veado, preguiça e, com maior reprodução, sagüis, macacos pregos e quatis. Um problema grande que temos hoje é a questão dos macacos pregos e dos saguis. Eles depredam os ovos de aves, sendo que o ambiente insular é área migratória.
Na Ilha, fomos guiados pela Trilha do Saco Grande por Carlos Jorge, mais conhecido por Fininho. Ele trabalha há quatro anos fazendo a limpeza das trilhas e manutenções necessárias. Nesses cinqüenta minutos de ida e volta, nosso guia falou da fauna ilhéu como cobras caninanas e algumas jararacas, o pássaro Trinca-ferro, aranhas armadeiras e caranguejeiras e escorpiões.
Uma das curiosidades são os filhotes de carrapato que ficam aninhados nas folhas em uma espécie de teia de aranha. Os mais desavisados, raspam a pele ali e ficam com o corpo inteiro infestado. Mostrou-nos também a Balieira, planta local calmante para a dor e também um excelente cicatrizante.
O contato com a natureza é tão próximo que na Ilha temos uma ilustre moradora chamada Catarina. Uma canina preta, amarela e esverdeada que já não se incomoda com a presença de humanos.
E como qualquer ilha que se preze, temos as maravilhosas praias! A Grande ou das Palmas, do Presídio, do Sapateiro, do Sul, de Fora e do Leste, formam as principais estrelas desse reduto paradisíaco.
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