viajando na história

Ferrovia Parque Perus – Pirapora & Fábrica de Cimento Portland Perus

Trem da CPTM em Perus. Todas as fotos deste post são de Marco André Briones.

Origens do bairro de Perus

Perus é o último bairro situado no ponto extremo da zona noroeste da cidade de São Paulo, sendo cortado por duas importantes rodovias: a Bandeirantes e a Anhanguera. É localizado no caminho entre a capital paulista e as cidades de Jundiaí e Campinas.

Não se sabe ao certo a origem do nome do bairro. A versão mais aceita é que toda a área na qual se encontra atualmente o bairro de Perus era anteriormente uma enorme fazenda. Nela, habitava uma senhora chamada “Maria”, que servia refeições aos tropeiros que passavam por ali. Por ter uma grande criação de perus, que usava na alimentação de sua família e servia aos tropeiros, ela passou a ser conhecida como a “Maria dos Perus”, da “Fazenda dos Perus”. Posteriormente, tal referência acabou sendo reduzida simplesmente para “Perus”.

Toda a região de Perus, que é muito próxima à Cajamar e ao Pico do Jaraguá, sempre foi muito rica em minérios, atraindo a atenção de exploradores desde os primórdios da dominação portuguesa no atual território do Estado de São Paulo. No córrego Santa Fé e no Pico do Jaraguá foi encontrado ouro em 1590, pelo desbravador Afonso Sardinha, cuja residência pode ser visitada até hoje dentro do Parque do Pico do Jaraguá. Sardinha e seu filho homônimo também desbravaram a região de Araçoiaba da Serra, onde descobriram minério de ferro e criaram os primeiros fornos de fundição do Brasil. Vestígios de tais fornos podem ser vistos e visitados até os dias de hoje dentro do terreno da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema. Para ler minha matéria sobre a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, clique aqui.

Durante a primeira metade do século XVII, uma enorme quantidade de ouro foi extraída da região do Jaraguá e Perus, o que levou os europeus a denominarem tal área como “Peru do Brasil”, em uma alusão ao Peru, país sul-americano que fora explorado pelos espanhóis e no qual uma enorme quantidade de ouro também havia sido encontrada.

Perus teve o seu processo de urbanização iniciado com a chegada da São Paulo Railway (atual CPTM – linha Rubi), quando foi inaugurada a Estação de Perus em 1897. Ali se encontram vários locais de importância regional e estadual, como a Companhia Melhoramentos de São Paulo (fundada em 1890), o Hospital Psiquiátrico do Juquery e sua fazenda (fundado em 1898), a Estrada de Ferro Perus Pirapora (fundada em 1910) e a Fábrica de Pólvora que, juntamente com a de São João do Ipanema, forneceu durante muito tempo munição para o sistema de defesa do Porto de Santos.

Nos anos de 1970, o bairro de Perus tinha uma coloração cinzenta por toda parte, devido à crosta de resíduos que se acumulava sobre os telhados das residências e nas roupas nos varais. Tal poluição era proveniente da Fábrica de Cimento Portland Perus, o principal polo industrial do bairro. O problema causou doenças respiratórias em uma grande parcela da população local e até mesmo o desabamento de telhados de casas, devido ao peso dos resíduos que se acumulavam sobre as residências. Infelizmente, durante um longo período, a administração da fábrica de cimento optou por não instalar filtros nas chaminés das fábricas, o que não só causou inúmeros problemas de saúde para os moradores do bairro, mas também gerou um enorme desperdício de recursos que poderiam ter sido aproveitados na produção de cimento, pois dezenas de toneladas de cimento eram despejadas na atmosfera por ano.

Os moradores de Perus até hoje afirmam que Perus construiu o Brasil, pois no começo da década de 1930, a região chegou a produzir 80% de todo o cimento consumido no país. Uma grande parcela do cimento usado para a construção de Brasília durante o período 1956 a 1960 é proveniente dali, além de também ter sido utilizado na construção da hidrelétrica de Itaipu, do túnel da Avenida 9 de Julho, e do Edifício Altino Arantes (antigo Edifício do Banespa, atual Farol Santander), ambos em São Paulo.

Perus e Cajamar sempre foram conhecidos por suas enormes jazidas de calcário. No entanto, sua extração em larga escala só foi iniciada em 1908, quando foram criadas algumas minas no bairro do Gato Preto, em Cajamar. Na época, foi construída uma pequena ferrovia, com apenas 3 locomotivas, que fazia a ligação entre as várias minas de calcário e os fornos de cal em Gato Preto. Havia também o transporte de madeira entre as áreas que iam sendo desmatadas para a construção das minas de calcário para uma fábrica de celulose, também situada em Gato Preto. Podemos considerar que tal ferrovia tenha sido o embrião da Estrada de Ferro Perus Pirapora.

Pátio das Locomotivas – Estrada de Ferro Perus-Pirapora

A Estrada de Ferro Perus – Pirapora

Em 1914 foi planejada a construção de uma ferrovia que ligasse Gato Preto à estação de Perus, que já era atendida pela São Paulo Railway, a fim de escoar a produção de cal e de pequenas cargas na região.

A maneira que os interessados em conseguir do governo brasileiro a concessão para a construção da ferrovia encontraram para viabilizar tal empreendimento foi através da criação de um projeto de transporte que levasse os romeiros da cidade santuário de Pirapora do Bom Jesus (a 30 km de distância, às margens do Rio Tietê) até o bairro de Perus. Eles acreditavam que o governo jamais aprovaria a construção de uma ferrovia de apenas 20 km simplesmente para o transporte de cal de Cajamar para a fábrica de cimento, se não fosse atendida a exigência governamental de uma utilidade social direta. No entanto, após recebida a concessão do governo, o projeto de construção da ferrovia acabou sendo desviado para Cajamar para o uso da ferrovia quase que totalmente para uma finalidade industrial.

A ferrovia acabou sendo construída, mas o ramal prometido nunca foi criado, tendo sido criada apenas a ligação ferroviária entre as minas de calcário do bairro do Gato Preto, em Cajamar, até a fábrica de cimento em Perus. Daí surgiu o nome da Estrada de Ferro Perus – Pirapora que, na realidade, nunca chegou a existir totalmente.

Trilhos na mata
Vista Panorâmica do Pátio dos Trens

A bitola ferroviária escolhida foi a estreita, de 600 mm, pois havia a necessidade de se usar uma bitola que permitisse que os trens fossem capazes de subir fortes rampas e vencer curvas fechadas, pois o terreno do local era muito acidentado. Por tal razão, a bitola de 600 mm acabou se tornando o padrão não oficial para tal tipo de linha. Atualmente, a Estrada de Ferro Perus Pirapora é a única remanescente que utiliza a bitola de 600mm no Brasil.

Inicialmente, os serviços da Estrada de Ferro Perus Pirapora se restringiam ao transporte do cal, pedras, madeira e celulose. No entanto, havia também trens mistos, de carga e passageiros entre Perus e Gato Preto. Para tal finalidade foram adquiridos ao menos dois carros abertos, que operaram até a década de 1940.

No ano de 1925 foi criada a Companhia Brasileira de Cimento Portland, cujo transporte e abastecimento de matéria prima acabou se tornando a atividade mais relevante da ferrovia. O motivo principal para a escolha de Perus como local da planta foi a facilidade com que a matéria prima chegaria até a fábrica, proveniente da Estrada de Ferro Perus Pirapora, que era descarregada diretamente dentro da própria fábrica.

Em 1941 foram adquiridos 5 carros de passageiros da extinta Estrada de Ferro Dumont, ferrovia da família de Santos Dumont, que operava na região de Ribeirão Preto. Dois anos mais tarde, foram adquiridas 3 locomotivas oriundas da mesma ferrovia. No entanto, uma delas acabou não sendo utilizada, pois não era adequada à linha, e foi enviada de volta para a cidade de Dumont, onde está até hoje exposta em uma praça.

Após a desativação da ferrovia, em 1984, todo o material que havia ali acabou sendo abandonado durante 25 anos em Perus, Cajamar e Gato Preto, pois havia uma certa dificuldade em se ter acesso ao local. Além disso, o Grupo J.J. Abdalla, proprietário do empreendimento, relutava em ceder a ferrovia à preservação. Somente após a intervenção do Governo de Estado de São Paulo é que isso se tornou possível.

Locomotiva Número 8
Casa de Tráfego

A Ferrovia Perus Pirapora foi tombada pelo Condephaat com patrimônio histórico em 1987, devido ao seu valor histórico e importância para o desenvolvimento do Estado de São Paulo. Atualmente ela reúne a maior coleção de locomotivas a vapor de pequeno porte do mundo, fabricadas entre 1891 e 1948, apresentando inclusive alguns exemplares únicos. É conhecida internacionalmente entre os estudiosos da história da tecnologia e ferrovias antigas.

No ano de 2000 foi detalhado todo o acervo tombado da ferrovia, compreendendo o trecho do leito ferroviário do km 2, em Perus, até o km 17, em Cajamar. Em 2001, parte do traçado original da ferrovia e todo o seu material rodante (locomotiva, vagões de passageiros e carga) foi transferido em sistema de comodato durante um período de 50 anos, renováveis por mais 50 anos, à uma instituição denominada “Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural – IFPPC”, uma associação sem fins lucrativos, que faz a gestão do local e opera visitas monitoradas, incluindo passeios turísticos de locomotiva. Além disso, promove o resgate, a restauração e recuperação de todo o material remanescente da ferrovia, através do trabalho de 30 voluntários e doações de empresas e aficionados particulares por ferrovias em todo o mundo. Não há envolvimento de nenhum órgão governamental. A participação individual é aberta a todos que quiserem contribuir com seu tempo e conhecimento para restaurar esse importante patrimônio do Estado de São Paulo e do Brasil.

Do ponto de vista ecológico, a Estrada de Ferro Perus Pirapora garantiu a preservação de uma enorme área verde localizada na mata ciliar do vale do rio Juqueri, vizinha à reserva florestal do Parque Anhanguera.

Entre 2008 e 2016 foram transportados para a área de concessão, vindas das extintas oficinas de Gato Preto e do antigo pátio de Cajamar, 18 locomotivas e cerca de 60 outros veículos ferroviários, entre carros de passageiros, gôndolas de minério; pranchas; troles e vagões box e de serviço. O restante do material rodante remanescente do acervo da antiga EFPP ainda permanece na fábrica de cimento, no mesmo local onde estavam quando cessaram as atividades fabris em 1987, ano em que o complexo foi tombado pelo Condephaat.

Em 2005, através de uma parceria com a Natura, que tem sua fábrica próxima à ferrovia, o IFPPC restaurou uma locomotiva e um carro de passageiros, além do trecho entre o km 10 e 11. Em 2008 houve a recuperação do pátio do Corredor, situado no km 5, para o qual foram transferidas mais de 20 locomotivas e cerca de 130 vagões. Algumas das locomotivas do acervo do IFPPC inclusive fizeram parte do famoso “Trem das Onze”, imortalizado na canção de Adoniran Barbosa.

O acervo do IFPPC é único, pois inclui exemplares provenientes de 10 outras ferrovias brasileiras do século XX. As máquinas foram sendo adquiridas pela Ferrovia Perus Pirapora à medida que iam sendo descartadas pelas proprietárias originais.

Os trens turísticos da ferrovia operam com 1 a 3 carros de passageiros, dependendo da demanda de visitante a cada dia. No entanto, as operações não têm frequência regular, estando atualmente inoperantes devido à pandemia do COVID. O passeio tem duração de 10 minutos e uma extensão de 6 km (ida e volta) e costuma ter três saídas por domingo. O trajeto margeia o rio Juqueri e passa ao lado do Parque Anhanguera Quem quiser acompanhar a frequência de passeios de trens deverá consultar o site http:/efperuspirapora.blogspot.com e as redes sociais do IFPPC (www.facebook.com/peruspirapora) para poder saber quais as datas e horários de circulação dos trens, que partem do km 2 da ferrovia, onde há uma passagem em nível com uma estrada de terra pertencente à mineradora Pedrix e que leva os visitantes até o pátio do corredor, atual base de operações do IFPPC, onde a maior parte do acervo do material rodante está exposto para visitação. Os turistas podem circular e fotografar livremente.

O valor do ingresso para visita monitorada ao Museu, com Passeio de Maria Fumaça, na tabela, é de R$ 70,00 por visitante. Porém, o IFPPC tem mantido um desconto promocional de até 50% para famílias, crianças, idosos e ou grupos. Recentemente tem sido oferecido também um combo que inclui festivais gastronômicos temáticos, como uma experiência nova de arrecadação de donativos para o projeto. Além disso sido oferecidas outras modalidades de ingresso uma vez por mês, tais como um passeio de Trakking (turismo de trilha, por agências e guias) e de bicicleta. Sem incluir o passeio de Maria Fumaça, o ingresso da visita monitorada custa R$20,00 por pessoa.

O objetivo do IFPPC é conseguir restaurar todo o material rodante, além de todo o trecho ferroviário em comodato, além de despoluir o rio Juqueri, que margeia a ferrovia. Futuramente há planos de serem construídas estações temáticas ao longo da ferrovia, a fim de tornar o passeio mais didático e ampliar o processo de musealização em curso atualmente no local.

Vila Triângulo – Fábrica de Cimento Portland Perus.

A Fábrica de Cimento Portland Perus

A Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus S.A. foi fundada por investidores canadenses da indústria Drysdale y Pease, de Montreal, com dois parceiros brasileiros em 1924. A Fábrica de Cimento Portland Perus foi inaugurada em 26 de junho de 1926, ocupando uma área de 100.000 m2. Até ser vendida em 1951, era uma empresa subsidiária da Lone Star Cement, dos EUA, que era a líder no setor na época. É considerada a primeira fábrica de cimento bem-sucedida do Brasil (a primeira de fato foi criada foi em Recife. No entanto, tal empreendimento não prosperou). O cal era fabricado em Cajamar e transportado para Perus através da ferrovia Perus-Pirapora e que, por sua vez, era encaminhado para a capital paulista através dos trilhos da São Paulo Railway.

Ela se situava próxima à jazida calcária conhecida como “Grupo São Roque”, que se estende do Estado de São Paulo, na região de Caieiras e Perus, até o Estado do Paraná. Além disso, sua proximidade com a Usina Hidrelétrica Edgard de Sousa, a primeira hidrelétrica paulista, em Santana de Parnaíba, era muito benéfica.

Para saber mais sobre Santana de Parnaíba, clique aqui para ler uma matéria de minha autoria sobre tal cidade.

Durante o período entre 1926 e 1933, a fábrica de cimento teve uma enorme importância para a cidade de São Paulo, pois forneceu a matéria prima que foi usada na construção de prédios, casas, indústrias e várias outras edificações não apenas na capital paulista, mas também em outros estados do país.

Devido à demanda por mão de obra, pessoas de toda parte foram para Perus, desde mineiros e nordestinos até portugueses, espanhóis e italianos. Os brasileiros mais humildes faziam o trabalho pesado, enquanto os estrangeiros trabalhavam como médicos, engenheiros, arquitetos e químicos. A fábrica operava dia e noite, ininterruptamente.

O complexo que englobava a Ferrovia Perus Pirapora, a Fábrica de Cimento Portland Perus e as pedreiras da região foi todo comprados pelo Grupo J.J. Abdalla em 1951. Em pouco tempo, Abdalla se tornou conhecido como “O Mau Patrão”, principalmente por gerir a fábrica de forma desleixada e imprudente, pois o maquinário da fábrica sequer tinham manutenção adequada, o que forçava a paralisação das máquinas, que quebravam com frequência. Além disso, os operários também sofriam com atrasos salariais, falta de equipamentos básicos como capacetes e máscaras de proteção, além de outras violações trabalhistas. Por tais motivos foi criado um grupo para a defesa dos direitos dos trabalhadores, na tentativa de verem atendidas suas reinvindicações.  Assim surgiu o movimento dos Queixadas, que pregava a luta não violenta, com firmeza permanente e não violência ativa, de forma semelhante à usada por Mahatma Gandhi na Índia e Martin Luther King nos EUA.

A fábrica foi o epicentro da maior paralisação da história sindical brasileira: “A greve dos Queixadas”, que durou 7 anos, de 1962 a 1969 e lutou por melhores condições de trabalho para os operários da fábrica e por seus direitos. Além disso, em Perus também ocorreu um dos primeiros episódios de luta ecológica da história do Brasil, quando um grupo de mulheres do bairro se insurgiu contra a poluição ambiental gerada pela fábrica de cimento.

A denominação “Queixada” se deu pelo fato dessa espécie de porco selvagem se unir em grupo quando se sente ameaçado, formando uma manada e batendo o seu queixo. Quando estão unidos, são capazes de enfrentar onças ou até caçadores, estraçalhando quem os atacar. Os operários da fábrica deram um exemplo de unidade semelhante à tais animais.

As formas tradicionais de protesto foram substituídas por passeatas, greves de fome e assembleias, sempre com um viés pacífico e não violento.  A não centralização da luta e a inexistência de um protagonista no movimento eram características da “firmeza permanente” defendida pelos Queixadas, cujos adversários eram conhecidos como “Pelegos”. A greve só foi encerrada em 1969 com uma vitória parcial do movimento dos Queixadas.

Em 1964, José João Abdalla teve seu mandato de deputado cassado por corrupção. No ano seguinte foram descobertas práticas fraudulentas do Grupo Abdalla, que levaram à abertura de um inquérito que averiguou no ano de 1969 que todas as 32 empresas do grupo não recolhiam quaisquer impostos. Desta forma, a administração do Grupo J.J. Abdalla só perdurou até o ano de 1974, quando a fábrica foi expropriada pelo governo federal, que confiscou os bens da companhia, passando então a ser administrada pelo Ministério da Fazenda.

Em 1981, o complexo foi colocado em leilão, recebendo um único lance dado pelo consórcio Chohfi-Abdalla, sendo novamente adquirido por herdeiros do Grupo J.J. Abdalla, permanecendo em operação até o encerramento da produção de cimento em 1983 e ao fechamento definitivo da fábrica em 1987, devido à falta de infraestrutura e péssimas condições de trabalho oferecidas pela empresa.

Com a construção da Rodovia Anhanguera, o bairro de Gato Preto passou a ser cortado ao meio, tendo sido desativadas as minas de calcário, os fornos de cal e a fábrica de celulose.

No ano de 2002 a fábrica foi declarada patrimônio histórico da capital paulista, mas foi abandonada pelo poder público e trancada por seus proprietários. Desde então, moradores do bairro (com 160.000 habitantes) e movimentos sociais vêm lutando para tentar transformar o espaço em um centro cultural, em um parque Memorial dos Queixadas e uma universidade. Infelizmente, Perus não oferece à sua população nenhum teatro, cinema ou qualquer outro equipamento cultural oficial. É alarmante a falta de estrutura da região, o que denota o total abandono do bairro por parte do poder público.

Perus tem uma longa tradição de lutas que marca seu povo, segundo Padre Genésio, conhecido no bairro. Esse comportamento persiste até os dias de hoje, seguindo o espírito dos Queixadas, pois a população local busca uma melhor qualidade de vida, educação e saneamento. Acreditam que com a maior conscientização dos moradores da cidade de São Paulo, o bairro possa finalmente receber a merecida atenção e ser recompensado por todas as riquezas que trouxe para a capital paulistana, pela matéria prima que ajudou a construir nosso país.

Venha conhecer também esses locais repletos de histórias e faça um passeio aos pontos mencionados nessa matéria. Ao visitá-los, você já estará ajudando na divulgação e preservação da história de São Paulo e contribuindo para que os objetivos dos defensores desse incrível patrimônio sejam alcançados, viabilizando um futuro melhor para todos os moradores da região.

Esta visita foi realizada com o apoio da Tour Jundiahy. Clique no logo abaixo para ser direcionado diretamente ao site da empresa, agendar o seu passeio e conhecer de perto esses locais tão interessantes e importantes para a nossa história.

www.tourjundiahy.com.br

Com agradecimentos especiais à:

Tour Jundiahy
Ricardo Silva
Luís Alberto Moura
Aline Rodrigues
Nelson Bueno de Camargo
Bonfilio A. Ferreira
Débora Dias dos Santos
Robson Azevedo

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Todas as fotos da matéria foram tiradas por Marco André Briones em novembro de 2020.

Bibliografia usada:

– Marco Histórico e Cultural de Perus, terreno de fábrica de cimento pode virar moradia popular – 17/02/2016 – Por Jéssica Moreira, com a colaboração de Pedro Ribeiro Nogueira.
– Queixadas – por trás dos sete anos de greve – Por Jéssica Moreira e Larissa Gould
– Site da Prefeitura de São Paulo – Perus (http://perus.prefeitura.sp.gov.br)
– Wikipedia
– Piritubanet – (www.pirituba.net/peruspirapora)
– Ferrovia Perus Pirapora Abre para Passeio Turístico, por Marcelo Galli – 05/06/2011 – Estado de São Paulo
– Estrada de Ferro Perus Pirapora – Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural
– Perus 84 anos: trens, cimento e a construção do Brasil, por Ira Romão – Agência Mural
– O Patrimônio Pós Industrial e Operário da Cia. Brasileira de Cimento Portland Perus, por Débora Dias dos Santos – TFG Mackenzie
– Meu Bairro, Minha Cidade – Você também faz parte dessa história – Perus, pela Prefeitura de São Paulo

Marco André Briones

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