Histórias sem explicação…
O Pico do Corcovado é o ponto mais alto de Ubatuba, onde muitas histórias sem explicações racionais aconteceram.
Uma delas é a do desaparecimento de frei Bartolomeu, ocorrido em 1697. Antes da chegado do Frei a Ubatuba, dois jovens, Pablo e Juan, filhos de um fidalgo espanhol, resolveram chegar ao topo do Corcovado.
E, infelizmente, desapareceram na primeira curva do caminho ao amanhecer. O sumiço inquietou os familiares, amigos e demais moradores da vila. Para achá-los, entregaram a busca a um escravo que foi acompanhado por mais cinco homens. Porém, ao começar a subida, o escravo nunca mais foi visto.
Passados sessenta anos, frei Bartolomeu, da Ordem de Francisco, saiu de São Vicente para Ubatuba com a finalidade de oficiar uma missa em homenagem ao padre Anchieta, e ali, em contato com os moradores do lugar, tomou conhecimento do que acontecera no passado e quis provar que não havia nenhuma coisa maligna no local.
Disse que subiria ao alto do morro para provar! E ainda colocaria lá em cima uma grande bandeira vermelha capaz de ser vista por quantos o acompanhassem ao pé da elevação, afastando, dessa forma, qualquer dúvida porventura existente entre os ainda recalcitrantes. E foi o que fez.
Satisfeitos, todos ficaram esperando o retorno do religioso. Os mais atentos haviam percebido a figura de frei Bartolomeu descendo lentamente do alto do morro. O frei se arrastava pedra abaixo com extrema dificuldade… Quando se expôs completamente ao luar, nenhum dos homens deixou de perceber a palidez fantasmagórica estampada em sua face triste, os olhos encovados e sem brilho, a boca murcha com lábios contraídos e esbranquiçados. Mesmo assim, eles correram para abraçá-lo, mas só avançaram alguns metros porque o frei simplesmente desapareceu da vista de todos.
Momento terrivel…
Para onde tinha ido? Foi o que se perguntaram. Gritaram o seu nome, uma, duas, três vezes, até que um gemido rouco, terrível, veio do alto, ecoou pela mataria e se perdeu na noite.
Um frio de morte gelou os presentes, e por mais valentes que fossem, tanto que estavam ali até àquela hora, todos eles saíram em carreira desabalada, abandonando o mais depressa que podiam aquele pedaço de chão amaldiçoado.
Dizem que ainda hoje, quem se atrever a ficar no sopé do morro do Corcovado poderá ver frei Bartolomeu descendo devagar pela rocha, tentando chegar à base da elevação.
A Mina de Ouro do Corcovado
Alice, filha do maldoso capitão Manoel Fernandes Corrêa, desapareceu em uma caçada.
Desesperado, o pai pede a seus escravos que a busquem no preocupante pico do Corcovado e em seus arredores com a promessa do salvador ter a liberdade como prêmio. O escravo Pedro, apesar da ira por Corrêa, achou Nina Alice esfarrapada por entre arbustos espinhosos. Chegando à escadaria da Casa Grande, Pedro não foi recompensado com liberdade e também sofreu castigos no tronco.
A menina, revoltada pela atitude do pai, fez com que saísse em defesa do escravo e obrigasse seu pai a cumprir sua palavra.
Liberto, Pedro se instalou e fez uma choça próxima à escarpa misteriosa do Corcovado. Tempos depois, Alice, que já havia morrido, apareceu em seu reduto e revelou-lhe uma mina de ouro. Mas avisou que este segredo jamais poderia ser revelado a ninguém, pois as conseqüências seriam terríveis.
Sabendo disso, o ex-escravo sobreviveu durante anos pagando suas compras com pepitas de ouro. Tal fato despertou a curiosidade popular. E também de seu antigo algoz, que o capturou e torturou, com o objetivo de saber de onde vinha aquele ouro.
E, quando já estava totalmente sem forças para resistir e prestes a contar tudo sobre a mina, o aviso de Alice se materializou, culminando na morte de Pedro.
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