Praça da Independência em Santos

Praça da Independência em Santos
Praça da Independência – Homenagem ao Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva e seus irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos – inaugurada em 1922

Independência do Brasil:  um pouco de História

Com a ida de filhos de famílias brasileiras mais abastadas para estudar na Europa, na volta os ideais iluministas trazidos em suas mentes eram colocados em prática por aqui. Talvez o caso mais pronunciado tenha sido a Inconfidência Mineira, que tinha como objetivo libertar Minas Gerais da Coroa Portuguesa. Esse intento teve como estopim os abusos de taxações das produções brasileiras por decreto da Metrópole. Mas, mesmo não obtendo sucesso, a semente da independência já havia sido plantada nas correntes políticas internas.

Maçonaria

Um detalhe muito importante foi a influência da maçonaria no processo de libertação do país. A maçonaria, uma fraternidade cujos ideais sempre foram a confraternização dos povos e a evolução humana, foi, desde sempre, uma grande participante de muitas mudanças políticas globais e esteve presente, por exemplo, na Independência dos E.U.A. Aqui no Brasil, essa influência foi uma opção de nosso Príncipe Regente, Dom Pedro. Ao lado dele encontramos as figuras de Gonçalves Ledo e José Bonifácio. O primeiro era representante da Loja “Comércio e Artes”, com ideais que exprimiam a vontade do povo, e o segundo, da Loja “Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz” que exprimia a vontade das elites, mas ambos queriam a liberdade da Colônia frente aos abusos de Portugal. A discordância não envolvia a questão da independência, mas como fazê-la.

A estratégia foi elaborada pelas mãos dos maçons e o Dia do Fico foi, talvez, a primeira manifestação dessa influência direta. Veja-se esta carta de José Bonifácio, endereçada ao Príncipe Regente: “Nada menos se pretende do que desunir-nos, enfraquecer-nos e até deixar-nos em mísera orfandade, arrancando do seio da grande família brasileira o único pai que nos restava, depois de terem esbulhado o Brasil, do benéfico fundador deste reino. Se V.A.R. estiver (o que não é crível) pelo deslumbrado e indecoroso Decreto de 29 de setembro (decreto que a Corte Portuguesa manda Dom Pedro I voltar para Portugal), além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo, de certo, de um pequeno número de desorganizadores, terá também de responder, perante o céu, do rio de sangue que vai correr pelo Brasil com sua ausência…”.

Grão-Mestre

Dom Pedro acabou se tornando Grão-Mestre das duas Lojas, ou seja, nosso futuro Imperador era um maçon. Na visão de Bonifácio, o Brasil, com proporções continentais, não era homogêneo em seus ideais. Na Bahia, a palavra “independência” não refletia os interesses aristocratas; em Pernambuco queriam a República, assim como em muitos outros pontos. Era preciso haver um pensamento único, com muito diálogo entre as províncias, para que a Independência e a permanência de Dom Pedro no país fossem uma unanimidade. Tarefa árdua. Em janeiro de 1822, José Bonifácio foi nomeado Ministro do Reino e dos Estrangeiros, e sua maior função foi articular o processo junto a Dom Pedro e impedir revoltas pelo país para manter a união nacional. Com todos esses obstáculos, a maçonaria elegeu Bonifácio como o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

No fim de agosto de 1822, chegaram notícias de Portugal de que as Cortes Portuguesas resolveram suprimir os poderes políticos de Dom Pedro, que estava em Santos visitando a família Andrada e inspecionando as fortificações da cidade, quando Bonifácio lhe escreve: “O dado está lançado e de Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores. Venha V. A. quanto antes e decida-se porque irresoluções e medidas d´água morna, à vista desse contrário que não nos poupa, para nada servem e um momento perdido é uma desgraça”.

Independência ou Morte

Essa correspondência chegou às mãos do príncipe quando este já subira a Serra do Mar e estava às margens do Riacho Ipiranga. Uma curiosidade é que a frase “Independência ou Morte” era a denominação de uma das “palestras” da sociedade secreta “Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz”, e muitos historiadores acreditam que era a senha para as mudanças tão necessárias na época.

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