A história de São Paulo nos mostra um povo coeso quando a luta é por um bem maior. Rusgas internas à parte, quando convocados os paulistanos mostram união, força e intrepidez, características marcantes até os dias de hoje. Haverá sempre uma causa, sempre um motivo para melhorar sua cidade, o Estado e o país.
A Revolta de 1924 foi um movimento militar de baixas patentes, apoiado pela população urbana e movido por alguns objetivos: depor o presidente Artur Bernardes, estabelecer o voto secreto, a justiça gratuita e o ensino público obrigatório.
Também conhecida como Revolta Paulista de 1924, ocorreu na cidade de São Paulo o segundo movimento da Revolução Tenentista de 1922 que se originou na então capital brasileira, o Rio de Janeiro, quando houve um levante no Forte de Copacabana que acabou tomado pelas forças rebeldes.
O motivo dessa revolta estava na figura do autoritário e absolutista presidente da República, Artur Bernardes, que governou o Brasil em “estado de sítio”. O general gaúcho reformado Isidoro Dias Lopes foi, dentre os revolucionários, o escolhido para comandar essa empreitada. Enquanto no Rio de Janeiro a Força Nacional se fortalecia, São Paulo foi escolhida para participar do levante porque reunia elementos de peso, como a importância econômica e política da cidade; sua localização e meios de locomoção (estradas de ferro) estratégicos; a possibilidade de ocupação do porto de Santos para chegar à capital brasileira; e o aliado Miguel Costa, capitão da Força Pública.
Para alcançar seu intento, tinham de imobilizar a Força Pública e sequestrar o presidente do Estado, Carlos de Campos. Então, na madrugada do dia 5 de julho, oficiais rebeldes do exército invadiram quartéis e alguns locais importantes da cidade. O sobrado da Rua Vautier, 27, no bairro da Luz, era o QG da conspiração e foi dali que partiram as ordens de ocupação, que começaram ainda que de forma desordenada.
Pontos dominados: o 4º Batalhão de Santana; o Complexo da Força Pública, na Luz; o Batalhão da Cavalaria, na Avenida Tiradentes; o 1º Batalhão; o palácio dos Campos Elísios, residência oficial de Carlos de Campos, com ataque de peso da artilharia e o primeiro bombardeio com bombas na Alameda Nothman (com duas mortes) e no Liceu Coração de Jesus, onde o presidente se refugiou.
No dia 6, o conflito se alastrou por toda a cidade, com paralisação de todos os serviços, do comércio, da indústria e do transporte, saques a mercados e armazéns. Por toda parte, o que se via eram tiros de canhões e até trincheiras. Campos conseguiu se refugiar e se escondeu no prédio da Secretaria da Justiça, no Pátio do Colégio, mas o encontraram e, sob o comando do tenente Eduardo Gomes, canhões situados nas ruas Teodoro e Cantareira dispararam contra o edifício. Mais uma vez, o presidente conseguiu escapar e fugiu de automóvel para a estação de trem Guaiaúna, na Penha. Nessa estação, reuniram-se as forças legalistas do general Eduardo Sócrates, que ali estabeleceu seu QG.
As tropas federais bombardearam severamente a Mooca, o Belenzinho, a Liberdade, a Aclimação, a Vila Mariana, Higienópolis e os Campos Elíseos. Assim como logradouros como a Avenida São Luís, a Rua Augusta, a Alameda Caio Prado, o viaduto Santa Ifigênia, a Avenida São João, o Largo do Paissandu, de São Bento e a Sé. As estações de trem ficaram repletas de pessoas tentando fugir. Nas imediações de São Bernardo do Campo, barracões cheios de famílias fugitivas. Um caos completo. O arcebispo D. Duarte Leopoldo pede ao Governo Federal o cessar-fogo, em vão.
No dia 26, aviões legalistas lançam folhetos com um comunicado à população, pedindo que as pessoas abandonem a cidade para que menos mortes acontecessem na caçada aos rebeldes.
O presidente da Associação Comercial, José Carlos de Macedo Soares, e o prefeito Firmiano Pinto foram os que se prontificaram a tentar minimizar o caos e conversar com o rebelado general Isidoro. Essa reunião aconteceu na Rua Major Quedinho. Isidoro já não esboçava mais vontade de prosseguir com o conflito e ali constituíram uma espécie de Conselho para minimizar os danos. Os rebeldes não se entregaram, mas se retiraram.
E assim, em 28 de julho, o último trem deixou a cidade, levando os últimos revoltosos e suas armas; mais tarde se juntariam a Carlos Prestes. Para os que ficaram e foram acusados de colaborar com o levante, restaram a cadeia e o exílio.
Atualmente com 100 metros de extensão (inicialmente eram 3 km), foi originalmente construído para ligar o quartel a outras localidades de segurança pública. Na Revolução de 1924, foi intensamente utilizado. Esse espaço está aberto ao público e ali foi construído um memorial bem interessante e esclarecedor. As visitas devem ser agendadas pelo telefone: (11) 3315-0188.
Onde: Avenida Tiradentes, 440 – Centro.
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