O território que hoje conhecemos como o estado do Acre, até meados do século XIX, fazia parte dos territórios boliviano e peruano e era habitado por populações indígenas. Foi a exploração do látex, iniciada em 1877, que estimulou a migração de brasileiros da Região Nordeste do país para o território acreano. Como era de se esperar, conflitos entre peruanos, bolivianos e brasileiros passaram a ser constantes a partir de 1899. As desavenças levaram os países ao período conhecido como a “Guerra del Acre”, e culminou com o Tratado de Petrópolis, em 1903, quando o Brasil adquiriu o território do Acre. Mesmo assim os conflitos ainda perduraram até o ano de 1909.
Somente em 1962 o Acre foi elevado à categoria de estado.
O acordo diplomático se deu entre o governo brasileiro e o boliviano, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro e anexou ao Brasil o território do Acre que pertencia à Bolívia desde 1750. O acerto envolveu as regiões do Acre superior (48.000 km²) e do Acre inferior (142.000 km²) por uma parte do estado do Mato Grosso (3.164 km²) e mais £ 2.000.000 de libras esterlinas. O acordo previu o investimento, por parte da Bolivia, na construção de estradas de ferro que facilitassem o comércio entre os países.
Em homenagem ao Barão de Rio Branco, participante brasileiro do acordo, a cidade antes chamada de Vila Pennápolis passa, em 1912, a se chamar Rio Branco.
Em 1902, Vila Pennápolis foi palco das maiores disputas da Revolução Acreana, uma em setembro, vencida pelo bolivianos e outra em outubro vencida pelo brasileiros.
Em 1920, haviam quatro distritos com governanças descentralizadas, e neste ano, foram unificadas em um único governo territorial.
Já sob o nome de Rio Branco, a cidade, com grande empenho político, garantiu que o município fosse escolhido como a capital em detrimento a cidade de Sena Madureira, mais centralizada e preferida por parte da população do estado.
Hoje a cidade concentra metade da população total do Acre.
A presença nativa das populações indígenas, os costumes trazidos pelos migrantes nordestinos e as características marcantes da Região Norte do Brasil, moldam a maneira de ser e viver do acreano.
Em sua culinária os pratos à base de peixe, como o pirarucu e o tucunaré recheado, predominante na Região Amazônica, são presença marcante acreana.
O prato “baixaria”, composto por ovo frito, carne moída e farinha de milho, também é típico da região, assim como o vatapá, claramente trazido pelos nordestinos. Ainda temos o famoso pato no tucupi (sumo amarelo extraído da raiz da mandioca), mingau de banana ou taipoca, quibe de arroz ou de macaxeira, além do tacacá, uma combinação de jambu, goma de tapioca, tucupi e camarão.
A cultura acreana também é claramente observada no artesanato, que além de expressão cultural é uma fonte de renda da população local.
O parque, inaugurado em 1996, está localizado em uma área de 53 hectares, em um antigo seringal. Atua como um centro de preservação natural, educação ambiental e estímulo a convivência. Mantém um memórial que conta a história do líder ambientalista, um minizoológico – com araras, tucanos, harpias, onças, macacos e outros-, casa representativa da cultura dos seringueiros, trilhas ecológicas, playground, mirante e uma grande área para piqueniques.
Com trilhas ecológicas e lagos, o espaço de 17 hectares, ainda oferece atrativos esportivos como campo de futebol e quadras de vôlei. Como se espera de um horto florestal, possui viveiros de plantas ornamentais e espaços de educação ambiental.
Tombado como monumento histórico da cidade, em 1981, a árvore centenária, às margens do Rio Acre, foi o ponto de referência do seringal Volta da Empreza, fundado em 1882 e parte integrante da história da cidade. O local se tornou a primeira rua de Rio Branco, hoje Calçadão da Gameleira.
Inaugurado em 5 de novembro de 1978, é local de preservação da cultura material e imaterial do estado. Mantem uma exposição permanente sobre o modo de produzir, fazer e viver do acreano. Aqui a história da emigração nordestina e do ciclo da borracha está preservada e acessível à todos.
É um tradicional espaço cultural voltado a diversas expressões artísticas e fomentador de público para as artes cinematográficas e cênicas.
Construído em alvenaria, em 1929, é o ponto de encontro mais badalado da cidade. Às margens do rio, é o local preferido pelos turistas e moradores da cidade, seja para se deliciar com os pratos típicos ou um agradável happy hour no final da tarde.
A praça central homenageia, com seu nome, os heróis anonimos que combateram na Revolução, a “Guerra del Acre”, contra os vizinhos bolivianos. É um cartão postal e uma oportunidade para quem gosta de conhecer o centro “nervoso” de uma cidade.
Este patrimônio histórico arquitetônico do estado, foi contruído em 1930, com elementos da arquitetura clássica e o movimento art déco. O prédio abriga o Museu do Palácio Rio Branco com acervos materiais e imateriais do estado.
Sede de um tradicional seringal nos anos da Revolução Acreana, foi utilizado na gravação da minissérie “Amazônia: de Galvez a Chico Mendes”, produzida pela Rede Globo. Hoje, abriga um museu com os itens usados na trama, como roupas e objetos.
As “tatugens da terra”, como são popularmente chamados os antigos geoglifos localizados perto da capital do Acre, foram registrados pela primeira vez em 1970, pelo pesquisador Ondemar Dias. Um geoglifo é uma grande figura feita no chão, com dimensão não menor que quatro metros, em morros ou lugares planos. A organização natural de sedimentos naturais como pedras, cascalho, e terra, formam um relevo positivo. Porém, também acontece a exposição de pedras subjacente pela retirada natural de sedimentos, formando imagens em relevo negativo. A melhor forma de se observar os geoglifos é de cima, por balão, avião ou helicóptero.
Para muitas pessoas, a sua existência, provoca diversas indagações sobre a possibilidade de outras civilizações terem habitado a área em passado longínquo.
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