Na fantástica Ilha de Marajó, no Pará, encontramos as Ruínas de Joanes compostas por parte de uma igreja, do campanário, dois poços de pedra e de antigos currais de peixes.
Localizada no lado leste da Ilha, no município de Salvaterra, a Vila Joanes foi, no século XVII, ocupada por padres franciscanos. Esses missionários desenvolveram diversas atividades e também construíram uma igreja, cujas ruínas estão recebendo visitantes que se interessam pela história brasileira.
Como resultado de pesquisas arqueológicas, muitos artefatos foram encontrados em toda a Vila como: louças, dobradiças, balas de canhão, ferramentas, faianças, moedas, entre outros.
Denominado “Sítio Arqueológico de Joanes”, aqui foi um dos principais pontos de colonização da colossal Ilha de Marajó e também área estratégica para a Coroa Portuguesa. Inclusive, a própria Ilha de Marajó era chamada de Ilha Grande dos Joanes. Joanes eram os índios pertencentes às grandes nações indígenas locais. Aqui também foi um ponto de observação da entrada de navios estrangeiros rumo aos principais rios amazônicos, coisa comum no século XVI com explorações vindas da França, Holanda e Inglaterra.
A colonização da Ilha de Marajó foi difícil, pois um comércio extrativista entre nativos e europeus já estava consolidado. Portugal, por sua parte, além de expulsar os estrangeiros, investiu na vinda de missionários. E a vida desses missionários não foi nada fácil, pois tinham que organizar e apaziguar os ânimos acirrados das tantas tribos existentes.
Foi o padre Antônio Vieira, jesuíta, que conseguiu fazer um acordo de paz com a tribo dos Nheengaíba, onde formou uma aliança e juntos, dominaram toda a Ilha. Os padres franciscanos chegaram mais tarde e se estabeleceram em Joanes e a desenvolveram. Aqui, o Pesqueiro Real, era fonte de abastecimento de Belém. Uma curiosidade: a tainha salgada era moeda de pagamento tanto para índios como para soldados! Após a escassez de pescados, os missionários franciscanos passaram então a criar gado, no caso, búfalos. Em 1750, Joanes assistiu seu declínio por conta de uma epidemia de enormes proporções de sarampo.
Somente a partir do início do século XX, é que Joanes voltou a ser habitada de forma efetiva e tornou-se distrito de Salvaterra.
Hoje, a Vila Joanes é um grande atrativo turístico da Região Norte, não só pelas ruínas, mas também por suas belas paisagens naturais. Na igreja Nossa Senhora do Rosário (década de 1940), está a maior imagem da Santa na Ilha. Suas praias são bem frequentadas, como a Praia Grande. A visão dos muitos barcos coloridos dos pescadores faz parte de um típico cenário amazônico. Além, é logico, da visita constante dos famosos búfalos.
Para chegar até a Vila, barcos oriundos de Belém aportam no porto de Camará. No porto existem ônibus que vão direto para Joanes.
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