São Gonçalo do Amarante, que fica a 17km de Natal (RN) e abriga o aeroporto Internacional Aluízio Alves, com voos domésticos e internacionais, o turista pode vivenciar um verdadeiro turismo de experiência e de base comunitária. A cidade conta com uma diversidade de artesanato, uma excelente gastronomia, além de ser local da Romanceira dona Militana e dos Santos Mártires.
Para o turista que deseja nestas férias vivenciar não apenas sol e praia, mas conhecer também a cultura regional, São Gonçalo do Amarante é uma excelente opção no Estado do Rio Grande do Norte.
Vamos conhecer neste primeiro momento a cultura e o folclore de São Gonçalo do Amarante. Há uma grande diversidade de atrativos culturais para o turista vivenciar neste destino que é reconhecido como o Berço da Cultura Popular.
O artesanato mais diversificado do RN
No município, o que mais se destacou ao longo do tempo foi o artesanato em argila, principalmente no distrito de Santo Antônio do Potengi, justificado pela existência de matéria-prima em abundância e, também, pela facilidade em adquiri-la tão próxima à localidade. Porém, o artesanato local é considerado o mais diversificado do Rio Grande do Norte, tendo grande concentração de tipologias artesanais de produções primárias como a cerâmica, cipó e palha da carnaúba.
Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato, como no “Mercado de Artesanato”, localizado no distrito de Santo Antônio do Potengi às margens da rodovia estadual RN-160. Foi construído em março de 1990, com o objetivo de apoiar a comercialização dos produtos artesanais do município. Em 2014, após uma reforma geral realizada pela Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Cultural Dona Militana, foi denominado Mercado do Artesanato Dona Neném Felipe, em homenagem à mulher que conseguiu manter a tradição da produção do Galo Branco, símbolo do folclore potiguar. É no mercado que acontece a comercialização de produtos artesanais, gerando renda e mantendo viva a tradição dessa riqueza cultural.
Folclore
São Gonçalo do Amarante é reconhecida como “Berço da Cultura Popular” e comemora, no dia 22 de Agosto, o dia Nacional do Folclore com um grande festival de arte popular, já incluso no calendário de eventos do município. Manifestações folclóricas como Pastoril, Bambelô e Boi de Calemba ganham apoio e incentivo, mobilizando centenas de moradores na preservação de suas tradições culturais. Saiba mais sobre elas:
– Boi de Calemba Pintadinho: Essa é a versão potiguar do “bumba meu boi”. Também conhecido como Boi de Reis, é um auto popular que trata da morte e ressurreição de um boi. É composto por “enfeitados” e “mascarados”, divididos em Mestre, Galantes e Damas. Executando cantigas antigas, eles fazem a coreografia ao som da rabeca. O figurino é enfeitado com fitas coloridas e espelhos, proporcionando um interessante efeito visual. Os instrumentos utilizados são a rabeca, o pandeiro e alguns instrumentos de corda, podendo ser substituídos pela sanfona. Em São Gonçalo do Amarante, o Grupo Boi Calemba Pintadinho, com mais de cem anos de existência, é um dos mais tradicionais.
– Congos: Essa é uma prática africana que foi adaptada no Brasil pelos escravos e filhos de escravos, que reúne não só elementos temáticos africanos, mas também ibéricos, cuja difusão vem do século XVII. No Brasil, os missionários católicos conseguiram conservar estas danças guerreiras e batizaram-nas introduzindo elementos do cristianismo. Os escravos, que na sociedade colonial constituíam-se simples instrumento de trabalho, tinham, graças à influência da igreja, a permissão de comemorar certos dias do ano com festas. Estes dias eram comemorados com a congada, permitida pelos patrões e pela igreja.
Em São Gonçalo, os “Congos de Guerra” é um grupo folclórico de Santo Antônio do Potengi, remanescentes dos antigos Congos de Saiote, também do município. Os Congos contam a história de uma batalha entre as hostes guerreiras de dois soberanos africanos, o rei Henrique Cariongo e sua famosa irmã, a rainha Ginga.
Os cantos são diversos e a indumentária varia de acordo com a criatividade, praticamente feita na base da improvisação. A dança é acompanhada pela rabeca, violão, pandeiro, triângulo e agogô, tornando o folguedo uma grande festa.
– Pastoril Dona Joaquina: O Pastoril é um dos quatro principais espetáculos populares do Nordeste brasileiro. É uma tradição centenária de São Gonçalo do Amarante e voltou a tomar força com a oficialização do pastoril Dona Joaquina, em 2005. O grupo reúne descendentes e simpatizantes dos antigos grupos de pastoris da cidade e é formado por 18 pastorinhas. Oriundo dos dramas litúrgicos representados nas Igrejas, aos poucos desvinculou-se dessa característica natalina, tornando-se o folguedo de maior aceitação popular no município.
O Pastoril é formado por dois cordões (azul e vermelho) e a concepção cênica é sempre formada pelo espírito de competição entre os dois grupos. À frente estão a “Mestra” do vermelho e a “Contramestra” do azul, seguidas das pastoras. A mediadora da rivalidade é a “Diana”, vestida nas duas cores.
– Bambelô da Alegria: constituem-se em danças ao som do tambor, batendo ritmicamente. O solista, no centro da roda de dançarinos, executa uma série de passos. Ao terminar, aproxima-se de um dos participantes, convidando-o para dançar através de um gesto denominado umbigada. A ação é repetida até que todos participem da brincadeira. Os versos cantados são simples, sempre com um refrão que todos respondam.
Através dessas tradições São Gonçalo do Amarante torna-se um destino incrível e que vale a pena constar nos pacotes das operadoras e agências de Turismo, a fim de enriquecer a experiência e a imersão dos turistas na cultura local. Além disso, a presença do aeroporto na região torna a rota turística mais fácil de ser realizada.
Mais informações sobre o folclore e a cultura regionais: turismo.saogoncalo.rn.gov.br
Foto destaque por: Prefeitura de São Gonçalo do Amarante