Vila do Distrito de Évora, Portugal, Arraiolos deixou sua marca no Brasil com sua principal arte: os tapetes arraiolos. Uma das indicações mais antigas da existência dos tapetes está no inventário de Catarina Rodrigues, em 1598, no qual é descrita a existência de “hum tapete da terra novo avaliado em dois mil Reis”.
De ponto cruzado oblíquo, estes tapetes apresentam extremo capricho em sua confecção, o que pode ser verificado do lado avesso, que não possui se quer um arremate à mostra. Os temas de cada tapete são únicos e variados, são verdadeiras histórias contadas em cada ponto. Com a invasão moura na Península Ibérica, os tapetes adquiriram novas características, como o uso da lã como matéria-prima.
São diversas as influências, desde o ponto eslavo ao cruzado hispânico com particularidades mulçumanas. Historicamente, a cidade de Arraiolos foi asilo de muitas famílias mouriscas, expulsas por D. Manuel I em 1496.
A técnica da confecção e a qualidade dos tapetes tornaram-se mundialmente famosos. Não são apenas tapetes, também são utilizados como painéis de paredes, centros de mesa etc. Outro ponto a ser observado é a qualidade da lã a ser usada, pois seu tingimento é especial por ser natural e também há a preocupação de preservar a cor por muitos anos. A técnica da tinturaria remonta ao século XVII.
Em Atibaia, no Bairro do Portão, podemos encontrar uma verdadeira gama de tapetes arraiolos na ARPA – Artesãos do Portão Associados, forma uma associação com mais de 1600 membros, os quais passam a técnica aprendida de geração para geração. Com a mesma atenção à qualidade, a lã aqui utilizada vem do Rio Grande do Sul e é tingida nos verdadeiros moldes arraiolos.
O que vemos na ARPA é de arrepiar, pois encontramos tapetes com 500 mil pontos, sim, isso mesmo, 500 mil pontos. Os valores variam de R$50,00 a R$ 13.000,00. O mais interessante de tudo é que todo o tapete tem um registro com a quantidade de pontos.
De um modo geral, a policromia dos tapetes de Arraiolos tem como base cinco corantes – o índigo, o pau-brasil, a garança, o lírio e o trovisco –, tendo sido também utilizada a cor da própria lã – branca e/ou negra. As cores que podiam ser obtidas dos processos de tingimentos com estes corantes seriam: o azul (índigo), com diversas gradações; o encarnado (pau-brasil ou garança), com diversas gradações, produzindo-se também o cor-de-rosa e a cor de carne (corante mais diluído); o amarelo (lírio), produzindo-se também o amarelo-torrado (lírio e encarnado); o vermelho (trovisco e pau-brasil); o verde (lã azul e amarelo); o roxo (encarnado em decoada quente); e a cor de pulga, castanho (lã preta lavada e tinta de vermelho).
D. Sebastião Pessanha conta 18 cores e tons que, primitivamente, foram empregues – azul escuro, azul claro, azul pombinho, encarnado, cor-de-rosa, cor de carne, vermelho, roxo, cor-de-laranja, verde escuro, verde médio, verde claro, amarelo, amarelo-torrado, cor de palha, cor de pulga e branco.
Estas são as cores base que sempre se mantiveram, apesar de, com a evolução da indústria, terem sido criados mais alguns tons intermédios”.
Fonte: Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa – Rita Carvalho Teixeira de Oliveira Marques
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