Confesso que, apesar de já ter visitado diversas tribos indígenas, estava ansioso por conhecer a tribo indígena Dessana Tukana e compreender como mantinham suas raízes em meio as visitações turísticas.
A tribo indígena Dessana Tukana habitava, em sua origem, uma aldeia na fronteira entre a Venezuela, Colômbia e o nosso Brasil. Ainda nos dias de hoje, a maioria dos integrantes da aldeia não vivem no espaço visitado mas em uma área mais adentro da floresta.
Este espaço, a reserva de Tupé, é utilizado por eles para se integrarem aos turistas e promoverem o intercâmbio cultural. O que considero uma maneira interessante de proverem recursos para a tribo, resgatarem e preservarem sua identidade cultural e se beneficiarem da troca de experiências com outros povos. Sim, o benefício pode e deve ser de ambas as partes. Cada qual respeitando a cultura do próximo e principalmente a sua casa.
Gosto mais de visitar as tribos em seus territórios do que assistir apresentações artísticas indígenas em resorts ou vê-los vendendo artesanato em calçadas de cidades turísticas. Aprecio a ideia de nos deslocarmos até eles, aprendermos juntos, nos integrarmos e aí sim, depois de compreendermos seus valores, comprarmos ou não artesanato, contatos, etc.
Enfim, fomos muito bem recebidos por todos da tribo que, de forma bastante amável, nos apresentaram com seus instrumentos artesanais, seus cantos, danças e rituais. Além de falarem sobre sua história, costumes e trajes. Que a propósito, estavam com os corpos pintados, usando adornos feitos de semente, pedras e dentes de animais e os tradicionais cocares na cabeça.
Força, poder, ciclo da vida, ligação com a natureza ou prêmio por atos de coragem. A simbologia muda de tribo para tribo e o que se percebe é que a sua beleza tem um valor secundário. Normalmente são feitas de penas e presas a uma tira de couro.
Quando a apresentação vai chegando ao fim, o cacique convida todos para dançarem do lado de fora da oca, finalizando o encontro e nos presenteando com uma experiência prazerosa e enriquecedora para nossas vidas. E tudo isso sob o olhar despretensioso de uma Arara Canindé, que apreciava o movimento, se deliciando em seu banquete.
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